sexta-feira, novembro 29, 2013

União Europeia

Um texto ( e respectivo link de video) do dissidente soviético Vladimir Bukovsky sobre a União Europeia .
"É surpreendente que, após ter enterrado um monstro, a URSS, se tenha construído outro semelhante: a União Europeia (UE).
O que é, exactamente a União Europeia? Talvez fiquemos a sabê-lo
examinando a sua versão soviética.
A URSS era governada por quinze pessoas não eleitas que se cooptavam mutuamente e não tinham que responder perante ninguém. A UE é governada por duas dúzias de pessoas que se reúnem à porta fechada e, também não têm que responder perante ninguém, sendo politicamente impunes.
Poderá dizer-se que a UE tem um Parlamento. A URSS também tinha uma espécie de Parlamento, o Soviete Supremo. Nós, (na URSS) aprovámos, sem discussão, as decisões do Politburo, como na prática acontece no Parlamento Europeu, em que o uso da palavra concedido a cada grupo está limitado, frequentemente, a um minuto por cada interveniente.
Na UE há centenas de milhares de eurocratas com vencimentos muito
elevados, com prémios e privilégios enormes e, com imunidade judicial
vitalícia, sendo apenas transferidos de um posto para outro, façam bem
ou façam mal. Não é a URSS escarrada?
A URSS foi criada sob coacção, muitas vezes pela via da ocupação
militar. No caso da Europa está a criar-se uma UE, não sob a força das
armas, mas pelo constrangimento e pelo terror económicos.
Para poder continuar a existir, a URSS expandiu-se de forma crescente.
Desde que deixou de crescer, começou a desabar. Suspeito que venha a
acontecer o mesmo com a UE.
Proclamou-se que o objectivo da URSS era criar uma nova entidade
histórica: o Povo Soviético. Era necessário esquecer as
nacionalidades, as tradições e os costumes. O mesmo acontece com a UE parece. A UE não quer que sejais ingleses ou franceses, pretende
dar-vos uma nova identidade: ser «europeus», reprimindo os vosso
sentimentos nacionais e, forçar-vos a viver numa comunidade
multinacional. Setenta e três anos deste sistema na URSS acabaram em
mais conflitos étnicos, como não aconteceu em nenhuma outra parte do
mundo.
Um dos objectivos «grandiosos» da URSS era destruir os estados-nação.
É exactamente isso que vemos na Europa, hoje. Bruxelas tem a intenção de fagocitar os estados-nação para que deixem de existir.
O sistema soviético era corrupto de alto a baixo. Acontece a mesma coisa na UE.
Os procedimentos antidemocráticos que víamos na URSS florescem na UE.
Os que se lhe opõem ou os denunciam são amordaçados ou punidos. Nada mudou. Na URSS tínhamos o «goulag». Creio que ele também existe na UE.
Um goulag intelectual, designado por «politicamente correcto».
Experimentai dizer o que pensais sobre questões como a raça e a
sexualidade. Se as vossas opiniões não forem «boas», «politicamente
correctas», sereis ostracizados. É o começo do «goulag». É o princípio
da perda da vossa liberdade.
Na URSS pensava-se que só um estado federal evitaria a guerra.
Dizem-nos exactamente a mesma coisa na UE.
Em resumo, é a mesma ideologia em ambos os sistemas.
A UE é o velho modelo soviético vestido à moda ocidental.
Mas, como a URSS, a UE traz consigo os germes da sua própria
destruição. Desgraçadamente, quando ela desabar, porque irá desabar,
deixará atrás de si um imenso descalabro e enormes problemas
económicos e étnicos.
O antigo sistema soviético era irreformável. Do mesmo modo, a UE
também o é. (...)
Eu já vivi o vosso «futuro»..."


4 comentários:

Anónimo disse...

União europeia o cancro da Europa.

Enquanto muitos sobrevivem, passam dificuldades vivendo angustiados, desempregados, passando até fome,outros para além do mais também têm isto:

"EURODEPUTADOS RECEBEM DOSE MENSAL DE VIAGRA
Os deputados do Parlamento Europeu, comissários europeus e restante pessoal de apoio poderão ter direito a uma dose mensal de Viagra a preço reduzido.

09 de Agosto 2002, 23h14
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A informação, publicada ontem nos jornais britânicos “The Guardian” e “Evening Standart” e no francês “Le Monde” e confirmada pelo porta-voz da Comissão Europeia Jean-Christophe Filori, está a provocar a indignação dos eurocépticos.

Segundo Jean-Christophe Filori, a União Europeia reembolsará eurocratas que sofram de disfunção eréctil, pagando seis comprimidos por mês (cerca de 56 euros). Mas, obviamente, os candidatos a estes medicamentos terão de provar, por meio de receita médica, que precisa deles, ou seja, que sofrem de disfunção eréctil. Este benefício será estensível aos que sofram de outras doenças, tais como a diabetes. O porta-voz da UE defende a decisão de subsidiar parte do tratamento com Viagra, lembrando que a impotência é muitas vezes um sintoma de doenças graves.

Esta nova regalia social (que representa apenas 0,004 por cento do orçamento para medicamentos) junta-se a uma lista controversa de direitos dos eurodeputados, tais como reduções fiscais, BMW com "chauffeur", viagens de graça ou subsidiadas, gabinetes com chuveiro, pausas de três horas para almoço.

O jornal "The Guardian" prevê uma reacção de protesto por parte dos eurocépticos, já que os contribuintes fiscais europeus pagam dois terços do fundo de Segurança Social da UE. Este fundo destinado aos trabalhadores das instituições europeias foi criado na década de 50 e conta com 85 mil beneficiários. "

Mas estes são os ELEITOS.
Acordem.

Defreitas disse...

Curiosamente, escrevia há dias mais ou menos a mesma coisa, sem a experiência do V.Bukowsky.

" A maneira como a sociedade é actualmente dirigida vai levar fatalmente à esclerose generalizada, por razoes idênticas às que provocaram a esclerose do sistema comunista na União Soviética.
O encorajamento do conformismo e o embrutecimento organizado das populações vai levar a uma queda da inovação, da criatividade e da inteligência colectiva"

O sistema soviético tinha pontos comuns evidentes com o sistema actual do Ocidente:

Ideologia totalitária (o liberalismo), pensamento único, ausência de escolha eleitoral real, produtivismo, materialismo, concentração industrial monopolística (conglomerados) ausência de subida da informação da base para o cume, conformismo, encorajamento da mediocridade, corrupção, passa-direitos e privilégios, sentimento de injustiça e ausência de futuro para a população, cupidez e egoísmo dos dirigentes, visão a curto prazo..."

O sistema económico actual nem é coerente, porque os despedimentos maciços ,são contrários a longo prazo aos interesses da empresa - efeitos negativos do "downsizing", diminuição da motivação dos assalariados, pauperismo dos consumidores, portanto baixa de consumo... e de produção, etc.

A similitude com a URSS, vai mesmo até à interpretação da "democracia". Para conservar a eficácia duma "prisão sem muros" e obter a escravatura voluntária das populações, o sistema deve conservar as aparências da democracia. Os valores oficiais do sistema são, em principio, a liberdade, a democracia, a justiça, a concertação e o diálogo, a primazia do interesse geral, os direitos do homem, o respeito da pessoa humana, o respeito da vida, etc.

Mas de facto, as contradições entre os valores oficiais e a realidade são grandes. Quanto mais não seja, e já, quando se vive na miséria, quando a justiça é a duas velocidades e dois pesos e duas medidas, quando se desmantelam os serviços públicos, se sacrifica a cultura e a educação, se esbanja o dinheiro dos contribuintes em luxos e privilégios escandalosos da administração, quando existe o lobbying e os compromissos dos agentes do Estado com as empresas ou os seus sistemas e organizações ocultas,etc.etc. não há liberdade.

Para dar um sentido verdadeiro à democracia, os cidadãos devem cessar de ser passivos e espectadores, como o rebanho que o sistema quer que eles sejam. Eles devem reflectir sobre o que querem e agir de maneira coerente como consumidores, contribuintes e eleitores.
Infelizmente, como já o dissemos aqui várias vezes, Caro Amigo, ainda estamos longe de lá chegar.


PS) Mil desculpas, mais uma vez, pela extensao do comentàrio.

il disse...

Depois dos 2 comentadores iniciais, eu nada acrescento, a não ser as manifestações, cada vez maiores e mais frequentes, contra a uniformidade e o luxo asiático dos 'nossos' dirigentes.

Quando os dirigentes e os dirigidos não têm objectivos comuns...

luis cirilo disse...

Caro Anónimo:
Mais uma machadada(ainda que mais simbólica do que outra coisa) no projecto europeu e no prestigio das suas instituições.
Caro Freitas Pereira:
Nunca achei os seus comentários longos. Pelo contrário lei-os com imenso gosto e ás vezes até lamento que sejam curtos.
Creio que este é um assunto central da Europa dos nossos dias.
A falta de projecto, a falta de solidariedade entre ricos e pobres, a falta de uma visão estratégica da Europano mundo e,essencialmente, uma falta assustadora de estadistas e líderes na verdadeira acepção do termo.
Hoje, para usar uma linguagem futebolistica, a Europa está quase sem excepção entregue a dirigentes de terceira divisão absolutamente incapazes de perceberem o barril de pólvora em que estão sentados.
E o que se vai passando nos paises do sul, os imensos problemas que existem na integração de comunidades de origem africana ou asiática em paises como a Françça ou Alemanha,a forma como o espaço europeu se inclina perante a China são apenas alguns exemplos disso.
Como diz o meu Amigo os cidadãos tem de deixar de ser rebanho.
Falta saber se ainda a tempo de evitar males piores.
De que a Europa já provou de forma trágica e pelos vistos esquecida por muitos.