sexta-feira, julho 14, 2023

Tiro no Pé

Se há partido em Portugal especialista em dar tiros no próprio pé esse partido é, desde sempre , o PSD. E digo-o com o à vontade de quem o conhece bem.
Esta inusitada reunião do grupo parlamentar, usando um artigo do seu regimento que não me lembro de alguma vez ser usado, é apenas mais um de uma longa série que vem desde 1974.
Porque no actual momento político, com a Saúde num caos, as taxas de juro a darem cabo da vida de tanta gente, as treze demissões de governantes em quinze meses de governo, os professores em pé de guerra, um relatório da CPI da TAP que é um escândalo nacional, um primeiro ministro absolutamente incapaz de ter mão no próprio governo, um PS em quase pré campanha interna para o futuro líder , a segurança nas ruas a oferecer cada vez mais preocupações , a emigração de jovens licenciados a aumentar continuamente,uma inflação que não abranda e tantas outros assuntos que deviam merecer a atenção do grupo parlamentar do maior partido da oposição assiste-se a isto.
A trinta deputados porem os olhos do país numa insinuada falta de liberdade interna no próprio grupo parlamentar.
Patético e irresponsável.
Não sei de que se queixam.
Mas sei que no PSD nunca faltou a liberdade interna seja no grupo parlamentar seja em qualquer outro orgão.
Mesmo no tempo em que o anterior líder, com o apoio e sem qualquer incómodo de muitos destes deputados, quis pôr filtros na comunicação entre o grupo parlamentar e a comunicação social usando para isso uma assessora de sua absoluta confiança.
Não sou militante do PSD e por isso este assunto apenas me incomoda por uma razão de cidadania.
Que é a de enfraquecer a alternativa a este desgraçado governo.
Quanto ao resto espero que se entendam.
Até porque ao contrário do que alguns parecem pensar o PSD não é a última Coca Cola antes do deserto.
Depois Falamos.

Nota: É evidente que o que está por detrás disto é a vontade da facção "rioista" , seja lá isso o que for, enfraquecer a liderança de Luís Montenegro. Basta ver quem são os peticionários da reunião. E também se percebe porquê. Ajustes de contas com o passado e preocupação em crescendo, de muitos deles, com as futuras listas de deputados. Não fosse isso e estas "preocupações" podiam ser discutidas com toda a naturalidade, e sem necessidade de fragilização do partido, numa vulgar reunião do grupo parlamentar ou num conselho nacional até. Mas aí já não passaria para a opinião pública a imagem de uma casa a arder que é precisamente a que querem dar. António Costa e o PS agradecem. O país não!

https://www.dn.pt/politica/lider-parlamentar-do-psd-marca-reuniao-da-bancada-para-terca-feira-de-manha-16691930.html

https://eco.sapo.pt/2023/07/13/30-deputados-do-psd-pedem-reuniao-urgente-da-bancada-para-debater-liberdade-da-acao-partidaria/

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