quarta-feira, outubro 12, 2022

Pensar

Creio que pensar é das mais gratificantes actividades ao dispor de um ser humano  e o seu exercício apenas contribui para tomar melhores decisões, atitude mais correctas e posição mais abrangentes e construtivas quando o que está em causa é, nomeadamente, um todo.
Seja esse todo uma comunidade, uma agremiação, um clube.
E pensar o Vitória é algo que sempre me deu particular prazer e que tenho feito ao longo dos anos, independentemente de ocupar ou não cargos no clube, procurando depois transmitir muitos desses pensamentos em escritos nas redes sociais, agora, e na comunicação social local noutros tempos.
Desses pensamentos em tempos mais recentes ( na  última década) entre muitas outras conclusões tirei duas que me parecem valer a pena serem discutidas, pensadas e se houver vontade avançar para elas porque potenciarão o crescimento do clube a vários níveis.
Uma, que não desenvolverei agora mas já o fiz noutras oportunidades , prende-se com a criação da Fundação Vitória Sport Clube virada para o desporto, para a ação social e para actividdes culturais diversas que permitam melhorar a atratividade do clube em termos de comunidde e não só.
Há um mundo de oportunidades em volta de uma instituição assim mas a sua criação não sendo fácil não é algo que não esteja ao nosso alcance. Aliás, é bom dizê-lo, nos ultimos anos já foram dados alguns timidos passos nesse sentido mas que foram inconsequentes. Assunto a que voltarei.
A outra, muito mais fácil de implementar, é a criação de um conselho de estratégia.
Com o fim único de pensar o clube em todas as suas vertentes.
Desportiva, patrimonial, financeira e associativa.
Pensar a médio e longo prazo.
Partindo da nossa realidade, das competições que disputamos em todas as modalidades, da vertente económico/financeira do clube e da SAD, do património que temos, da dimensão associativa, da realidade estatutária.
Analisando a relação com a comunidade , o que lhe damos, o que lhe podemos pedir.
Percebendo se temos modalidades suficientes, modalidades a menos ou a mais para as nossas possibilidades, definindo que património precisamos de ter para dar vazão competitiva a todas as modalidades, propondo medidas especifícas para um aumento significativo de associados, sugerindo alternativas em termos de parceiros que nos queiram acompanhar no nosso crescimento.
Estabelecendo metas a atingir, em termos desportivos, para uma década.
Porque objectivos queremos lutar daqui a dez anos no futebol e nas modalidades, E o que vamos fazer para podermos lutar por esses objectivos.
Eu sei que o clube tem uma direcção que é quem em primeira mão tem de pensar em soluções para o clube.
Mas também sei, até por razoável experiência própria, que as direcções vivem muito mais concentradas ne gestão do dia a dia, no curto prazo, nos problemas que vão surgindo e tem de ser resolvidos faltando-lhes o tempo para outro tipo de reflexão voltada para o futuro de médio e longo prazo.
E daí a importância de um conselho de estratégia.
Cuja única função seria pensar, reflectir, propor soluções.
Olhar em frente.
Porque do meu ponto de vista nos tempos complexos que se vivem em Portugal e no mundo, na situação muito difícil em que clubes e SADs asseguram a participação em competições desportivas, com as crises financeiras em curso e aquelas que se adivinham e no caso particular do Vitória com a situação em que está e o tempo e o estatuto desportivo que perdeu nas últimas duas décadas creio que o pensar, o reflectir, o amadurecer soluções é algo que não nos podemos dar ao luxo de dispensar.
Porque mais do que a bola que entra ou vai para fora, mais do que o jogador que se transfere ou deixa de transferir, mais do que os títulos que se ganham ou deixam de ganhar nas modalidades, mais da avaliação que a cada momento se faça da gestão do clube e da SAD, mais do que o agrado ou desagrado com a realidade desportiva em que estamos inseridos há algo que é absolutamente fundamental.
Saber para onde queremos ir, como queremos lá chegar e quem queremos levar connosco.
E nessa matéria não podemos falhar.
Daí a importância de pensar o futuro.
Depois Falamos.

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