terça-feira, julho 02, 2013

Pobre País

Portugal, na pior fase da sua história recente, encontra-se mergulhado numa crise politica inconveniente, indesejável, irresponsável e de solução imprevisivel.
A demissão de Paulo Portas, que dificilmente deixará de empurrar o país para eleições legislativas antecipadas, é apenas o corolário de sucessivos incidentes e desencontros entre os dois lideres da coligação e que vinham deixando transparecer para a opinião pública uma indisfarçável situação de mal estar.
Creio que pese embora a forma digna e corajosa como procurou estancar a crise Pedro Passos Coelho não terá grandes hipóteses de manter o governo.
Perdeu Miguel Relvas que era o seu braço direito e homem de absoluta confiança politica e pessoal.
Em dois dias seguidos assistiu á demissão dos dois ministros de estado que eram "apenas" os números dois e três do governo e detinham pastas com a importância das Finanças e dos Negócios Estrangeiros.
Entre uma e outra ainda conseguiu tempo para uma inacreditável nomeação da substituta de Vítor Gaspar que independentemente dos seus méritos pessoais e profissionais já nem no governo devia estar, pelas razões que se conhecem ,quanto mais ser promovida a ministra das finanças.
Dificilmente esta crise deixará de ser o fim de linha do líder do PSD.
Paulo Portas, que terá dado á coligação o empurrão para o abismo que lhe faltava, acabou por fazer aquilo que sempre se esperou dele desde o primeiro momento deste governo.
Foi previsível.
Dando de barato que PCP e BE não são alternativa para nada resta o PS.
Ou seja António José Seguro e a sua corte de "Galambas".
É um cenário desolador.
Porque se este governo cometeu os erros que se sabem dos lados do largo do Rato não vem a menor esperança, o mínimo sinal de que sejam capazes de fazerem melhor e tirar Portugal da crise.
Substituir Passos por Seguro é saltar da frigideira para o fogo.
Pobre país.
Com uma crise gravíssima (e o que poderá vir agora...) e uma classe politica sem soluções visivelmente credíveis.
Acredito que o Presidente da República vai ter noites de insónia pela frente.
Depois Falamos.

P.S. Os programas de comentário sobre a crise nos canais informativos da noite de hoje apenas confirmam a probreza da nossa classe politica com raras excepções.
Já para não falar dos profissionais do comentário que nunca resolveram um problema ao país mas parecem ter solução para tudo.

7 comentários:

Anónimo disse...

Eu não disse que ainda iam chorar pelo Sócrates ?

Anónimo disse...

PP

Pobre País

PP

Paulo P...

PP

P..t.. k o P...riu

Defreitas disse...

Dum anonimo de "Duas Coisas ou três":

Felizmente, o país está bem entregue. Lá fora, ao FMI que já reconheceu que errou, à Comissão Europeia de que não vale a pena falar e ao BCE, cujo número dois foi durante muitos anos cúmplice do descalabro a que chegaram as finanças portuguesas. Cá dentro, o PR vive da pensão do Banco de Portugal e acessóriamente ocupa Belém, sem se dar ao trabalho de usar uma pequena parte dos poderes que a Constituição colocou á sua disposição para resolver os problemas do País. Pelo seu lado, a Presidente da AR vive em grande parte de uma reforma por problemas psíquicos aos 45 anos. Quanto ao PM, vê empresas de que foi administrador investigadas pela UE e nomeia para as Finanças alguém que está ligada ao escândalo swapesco, que terá que gerir se o Governo continuar. Por muito menos, regimes foram derrubados e responsáveis severamente punidos. Foi para isto que se fez Abril e que entrámos na Europa dita civilizada e que permite estas coisas além de nos sufocar com medidas totalmente inadaptadas? Temo populismo e ditadura. Nunca vi tanta incompetência e tanto desperdício. Toquem-se as marchas fúnebres, não apenas a do Siegfried, mas também a de Beethoven e a de Chopin. Juntas não serão demais para a miséria política, financeira, económica, ética, moral, social e cultural em que vivemos.

Marco Ribeiro disse...

O cenário PS é arrepiante, mas este cenários PSD + CDS é trágico-cómico-incompetente.

Em resumo estamos entregues à bicharada.

Com tanta gente capaz neste país como é possível que na política só apareçam inúteis e irresponsáveis?!!!

JRV disse...

Chorar pelo filósofo?!? Como se fizesse sentido, num funeral, chorar pelo coveiro. Contenha-se, caro anónimo.

il disse...

Parece que o irrevogável já o não é -últimas fofocas nas news.

Vou contar uma história para ilustrar o título do seu post:
Na confusão da 1ª república houve «o governo dos 5m». Na minha família era assim a anedota: o 'primo' Chico foi feito presidente ao jantar (mouro: almoço) e foi corrido à merenda (mouro: lanche). Realmente o governo constituído por moderados foi alvo de uma tentativa de linchamento de populacho, acicatado pelos radicais, que invadiu S. Bento -e nem tomou posse.

6 anos depois foram buscar o 'primo' António a Coimbra e esse durou até 1968...

luis cirilo disse...

Caro Anónimo:
Só se fosse de alegria por nos termos visto livres dele.
Caro Anónimo:
Nem tanto.
Caro Freitas Pereira:
Ainda que assim seja não nos podemos conformar. É preciso a Europa sair desta vil e apagada tristeza.
Caro Marco Ribeiro:
Há que repensar muita coisa e ter a coragem de fazer as reformas politicas necessárias a dar mais qualidade á democracia.
Caro JRV:
É como diz.
Cara il:
Em Portugal e na Europa situações destas podem fazer aparecer outros "Antónios" de outras "Santa Comba"