Com a morte de Johan Cruyff morre também um pouco do que o futebol tem de melhor.
O espectáculo, a genialidade, o improviso , a capacidade de apaixonar multidões.
Fui, desde os seus remotos tempos no Ájax, um admirador incondicional de Cruyff jogador e depois do Cruyff treinador.
Mas também do Cruyff cidadão.
O que no Mundial de 1974 tirou uma das tiras à camisola Adidas porque a marca se recusava a pagar aos jogadores ou não foi ao Mundial de 1978 como protesto contra a ditadura argentina.
Ou o que num tempo em que as camisolas eram numeradas de 1 a 11 na equipa que iniciava os jogos impunha jogar com a "sua" camisola 14.
Mas na memória ficará sempre o genial jogador que essencialmente no Ájax, Barcelona e selecção holandesa (foi com ele que nasceu a famosa "laranja mecânica" que encantou o mundo do futebol no mundial de 1974) rubricou alguns dos melhores momentos que jamais foram vistos num relvado de futebol.
Nunca o ter visto jogar ao vivo é um dos factos que mais lamento em cinquenta anos a ver futebol.
Para mim Johan Cruyff foi um dos cinco melhores jogadores da História do futebol ao lado de "monstros sagrados" como Di Stéfano, Pelé, Eusébio e Maradona numa "selecção" que é naturalmente discutível mas é a minha.
Mas o Cruyff treinador também deixou uma marca indelével.
Essencialmente no "seu" Barcelona onde criou o "Dream Team" dos anos 90 que venceu quatro ligas consecutivas e deu ao Barcelona a sua primeira Liga dos Campeões e ao futebol um conceito inovador, revolucionário e espectacular de futebol total.
Lembro-me bem dessas equipas extraordinárias, onde Guardiola e Luís Enrique jogavam e aprendiam as bases daquilo que é o Barcelona de hoje, que deslumbravam pelo seu espectacular futebol de ataque e busca constante do golo.
Uma delas passou por Guimarães numa eliminatória da taça UEFA entre Vitória e Barcelona (apetece-me...suspirar) que os catalães venceram sem problemas com 3-0 no Nou Camp e 4-0 no D.Afonso Henriques e em que tive a oportunidade de cumprimentar Cruyff na sala de imprensa do estádio.
Morreu um grande homem do futebol.
E quando assim é o futebol fica muito mais pobre.
Depois Falamos.
4 comentários:
Boa tarde
Completamente de acordo quanto ao merecido elogio ao Cruyf,dificilmente veremos um jogador tão elegante sobre um campo de futebol como ele,sou + ou - da mesma idade Caro Cirilo e por isso tivemos o privilégio de ver jogar este monstro Sagrado.
Mas além do fenomenal jogador,ele era um inveterado fumador,lembro-me de numa entrevista à Bola ele dizer que fumava quase 1 maço de cigarros por dia,e não conseguir deixar o vício,pagou isso com problemas cardiacos e depois com o cancro do pulmão.Paz à sua alma as lendas nunca morrem.
Cump.
J.M.
Caro J.M.
Johan Cruyff foi um grande exemplo como jogador e treinador e deixa uma memória fantástica que os apreciadores do futebol nunca esquecerão.
Já como fumador foi um péssimo exemplo e o vicio contribuiu decisivamente para a sua morte.
Que também aí sirva de exemplo aos mais jovens.
Mas a memória que importe preservar é a de génio do futebol.
Caro Luis, para lá dessa eliminatoria contra o Barcelona, passou por cá, também, uma celebre equipa do Ajax, em que 80% dos jogadores tinham menos de 23 anos e eram da selecao holandesa. Roy, Berkamp, Davids, etc. Jogavam futebol juntos desde a formacao do Ajax! Jogavam com tal automatismo que à meia hora de jogo a coisa ia nos 0-3...
A minha duvida... O treinador era...?
José Vieira Castro.
Caro José Vieira de Castro:
O treinador era...Louis Van Gaal
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