Aníbal Cavaco Silva termina hoje o seu segundo e último mandato presidencial.
Não vou aqui e agora fazer um balanço dos seus mandatos como Presidente, como primeiro-ministro ou os quase quarenta anos de carreira politica desde a adesão ao PPD logo em 1974.
Por um lado porque se há coisa que não falta nos dias que correm são análises ao seu percurso politico nos vários cargos que ocupou no PSD e no Estado.
Por outro porque penso que só a História, com a necessária distância temporal, poderá fazer uma balanço definitivo do que foi a sua acção enquanto líder partidário, ministro das finanças, primeiro-ministro e Presidente da República.
Por isso hoje direi singelamente o seguinte:
Em 1985 votei no PSD que sob a sua liderança ganhou as eleições legislativas sem maioria.
Em 1987 votei no PSD que sob a sua liderança venceu as legislativas com a primeira maioria absoluta de democracia portuguesa e uma votação acima dos 50%.
Em 1991 votei no PSD que sob a sua liderança venceu as legislativas com nova maioria absoluta e novamente com mais de 50% dos votos expressos.
Em 1996 votei na sua candidatura presidencial derrotada pela de Jorge Sampaio.
Em 2006 votei na sua candidatura presidencial vitoriosa derrotando Mário Soares, Manuel Alegre, Jerónimo de Sousa e Francisco Louçã.
Em 2011 votei na sua candidatura presidencial vitoriosa derrotando Manuel Alegre, Fernando Nobre,Francisco Lopes, José Coelho e Defensor Moura.
No balanço pessoal que faço enquanto cidadão estou satisfeito com as opções eleitorais que fiz.
Votar em Cavaco Silva (e no PSD) foi a opção correcta e considero que cumpriu as expectativas que tinha quanto ao seu desempenho como primeiro-ministro e Presidente da República.
Não concordando com tudo que fez e disse concordo com o essencial da sua acção e por isso estou satisfeito por lhe ter confiado o meu voto.
E como português ainda lhe agradeço o ter acabado com o mito de que a esquerda é maioritária em Portugal.
Venceu-a por cinco vezes e em quatro delas de forma perfeitamente arrasadora.
E hoje, com Portugal governado por uma geringonça da qual nada se pode esperar de bom, o exemplo das vitórias de Cavaco Silva é um factor de esperança para todos aqueles que como eu acreditam que não há mal que sempre dure e que a aliança de derrotados pode e deve ser vencida nas urnas.
Aníbal Cavaco Silva foi, do meu ponto de vista, o mais bem sucedido politico desde o 25 de Abril e o mais importante estadista do Portugal democrático.
E é com satisfação que o digo num tempo em que termina a sua carreira politica.
Obrigado Professor por ter ajudado Portugal a tornar-se num país melhor!
Depois Falamos.
terça-feira, março 08, 2016
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3 comentários:
Cavaco Silva foi o que pior aconteceu a este pobre Portugal. Espero que a sua reforma signifique o fim de um Portugal entregue aos poderes económicos e o advento de um novo país... Portugal não merecia tamanha desgraça.
Paulo
É interessante que alguém diga tão mal de Cavaco, depois de o seu antecessor ter entregue o país, de bandeja, a um sociopata criminoso como o pinócrates. Interessante, embora patético.
Caro Anónimo:
Foi por isso que os portugueses o elegeram com quatro maiorias absolutas e uma relativa.
A desgraça que Portugal não merecia foram politicos como Sócrates,Soares e Sampaio. Neles ,sim, residem muitas das desgraças que aconteceram em 40 anos de democracia.
Caro JRV:
Inteiramente de acordo.
Mas há quem goste de ter sido desgraçado pela dupla Sampaio/Sócrates.
Afinal o masoquismo existe
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