quarta-feira, março 30, 2016

Os Erros do Eng.

Fui dos que gostei da vinda de Fernando Santos para a selecção A.
Depois de passar pelos três maiores clubes nacionais, com mais sucesso num que nos outros, tinha feiro meritória carreira na Grécia nomeadamente como selecionador  conseguindo apurar a selecção helénica para o ultimo Mundial.
Por outro lado pensava, mas rapidamente percebi que estava enganado,que aos 60 anos e com o estatuto conquistado conseguiria manter-se imune a pressões de clubes e de empresários e seleccionaria jogadores exclusivamente pelo mérito.
A desilusão chegou rapidamente.
E nem teve a ver com o sofrido apuramento para o Europeu, com triunfos à tangente e muitas vezes com os jogos já a acabar quando aparecia o golito salvador, mas sim com vários casos práticos de decisões impossíveis de explicar por critérios exclusivamente futebolísticos.
Três exemplos:
O primeiro é André André.
Que a época passada fez (mais) um grande campeonato pelo Vitória, marcou mais de uma dúzia de golos mas FS nunca o chamou à selecção ficando até célebre (pela negativa) o "...quem tiro...?" quando questionado sobre a não convocação do jogador vitoriano.
Mas mal André assinou pelo Porto passou a ser convocado e aí já FS sabia quem tirar.
O segundo é Renato Sanches.
Um jovem de dezoito anos (há quem diga que tem mais...) que Rui Vitória lançou no Benfica e rapidamente se tornou na coqueluche do clube e por tabela da generalidade da imprensa.
É um jovem com talento indiscutível mas está longe de ser "produto acabado" porque ainda tem muito que aprender para atingir o tal patamar que se lhe prognostica.
Tem de definir melhor as jogadas, aprender a defender muito melhor, ser mais consequente nas acções de molde a que as perdas de bola em que incorre não se transformem em lances perigosos do adversário.
Merece a selecção de sub 20, a de sub 21, até a olímpica com alguma generosidade.
Mas é muitíssimo cedo para a selecção A.
Mas FS, pelos vistos, tinha muita curiosidade em o ver jogar e por isso convocou-o agradando à generalidade da imprensa (que ainda teve a lata de louvar a sua coragem como se alguma vez fosse preciso coragem para convocar um jogador do Benfica que a imprensa traz nas "palminhas"...) e fazendo ao clube o favor de promover o jogador dando-lhe a internacionalização na equipa A.
Em que nos dois jogos (Bulgária e Bélgica) se limitou a provar o quão cedo é para jogar neste patamar.
O terceiro exemplo é Éder.
Que depois de vinte a quatro jogos e um golo (em jogo particular) continua a ser misteriosamente convocado quando nem nos clubes nem nessas vinte  e quatro oportunidades demonstrou merecimento para tal.
Este ano já vai no segundo clube (Lille depois do Swansea) e conseguiu a brutal marca de dois golos apontados!
Isto enquanto o melhor marcador português da Liga, o pacense Bruno Moreira, já leva 18 golos em jogos oficiais e o segundo melhor marcador português em campeonatos estrangeiros logo a seguir a Ronaldo (Hugo Vieira) já fez 19 golos pelo Estrela Vermelha no campeonato da Sérvia.
Mas nem assim o seleccionador lhes dá uma oportunidade que seja.
Ou até, já que tem tanta curiosidade em ver "alguns" jovens, o portista André Silva de 20 anos que é um dos mais talentosos pontos de lança que o nosso futebol produziu nos últimos anos e a quem se augura uma carreira de sucesso.
Seguramente que ao lado de Ronaldo, Quaresma e outros faria golos com regularidade.
Mas, lá está,a tal "coragem" em dar oportunidades de estreia na selecção é só para alguns...
São apenas três exemplos.
Há mais.
Mas para mim são os suficientes para olhar com grande cepticismo e muita desilusão para o trabalho de Fernando Santos na selecção nacional.
É afinal apenas mais um ao serviço dos interesses de sempre!
Depois Falamos.

Lince


Farol


terça-feira, março 29, 2016

Os "Meus" Congressos

Agora que o PSD vai realizar o 36º congresso da sua História vem-me à memória alguns dos 23 em que estive presente ao longo dos anos.
Como delegado, como participante, como observador.
Como é normal tenho uma memória mais presente nuns casos e mais difusa noutros consoante o desenrolar do próprio congresso , o meu envolvimento pessoal no mesmo ou outras razões que me façam ter especial memória do mesmo.
O primeiro em que estive presente,como delegado da JSD, foi o de 1983 em Albufeira.
Foi o congresso da "troika" (não a do "costume",outra "troika...)que liderada formalmente por Nuno Rodrigues dos Santos era-o, na verdade,por Mota Pinto.
Os delegados do distrito de Braga foram, na sua esmagadora maioria, num autocarro fretado pela distrital que saiu de Braga ás seis e tal da manhã e chegou a Albufeira ás cinco da tarde.
Os trabalhos decorreram numa sala do Hotel Montechoro longe do gigantismo dos espaços onde agora decorrem os congressos.
Outros tempos.
No ano seguinte (nesse tempo a periodicidade era anual) o congresso foi em Braga no Teatro Circo.
Estive presente como delegado da JSD distrital apoiando a moção da "Nova Esperança" liderada por Marcelo Rebelo de Sousa e da qual faziam parte Pedro Santana Lopes, José Miguel Júdice, José Manuel Durão Barroso, etc.
Guardo a memória de um congresso bem animado.
Não estive em 1985 num dos mais mediáticos congressos de sempre do PSD.
O que elegeu Cavaco Silva como líder.
Uma "falha" que só não é imperdoável porque se deveu a muito boas razões.
Em 1986 lá estive no Coliseu de Lisboa na consagração de Cavaco que tinha acabado de vencer as eleições. Um ambiente de pura apoteose.
Do congresso de 1988 (tinham passado a ser de dois em dois anos como ainda hoje se mantém), novamente no Coliseu) não guardo nenhuma memória especial a não ser o facto de os delegados de Guimarães terem arranjado quartos numa residencial que então existia em frente ao Coliseu. Recordo-me que da varanda se via perfeitamente a entrada principal do edifício,quem entrava e quem saía.
Em 1990, com o PSD a governar em maioria absoluta, o congresso foi no pavilhão Carlos Lopes (Lisboa) e foi daqueles sem história.
Em 1992 não estive no congresso do Porto no pavilhão Rosa Mota.
Mas em 1995 estive no Coliseu.
No mais mediático congresso do PSD de sempre.
Aquele em que Fernando Nogueira e Durão Barroso disputaram arduamente a liderança.
Um conclave histórico.
Nele iniciei um ciclo de 18 presenças consecutivas em congressos!
Em 1996 em Vila da Feira o congresso elegeu Marcelo como líder e eu fui, pela primeira vez, eleito para o Conselho Nacional na lista do novo líder.
Foi um congresso cheio de peripécias a maior das quais terá sido a apoteótica recepção a Cavaco Silva na sessão de encerramento.
Soba liderança de Marcelo realizaram-se três congressos em volta de questões estatutárias e programáticas.
No Coliseu de Lisboa ainda em 1996, em Tavira em 1998 onde se dá a ruptura entre Marcelo e Durão Barroso e no Coliseu do Porto já em 1999 com uma enorme polémica por causa dos dois terços na aprovação das alterações estatutárias.
Ainda em 1999 Marcelo sai e Durão Barroso é eleito líder no congresso de Coimbra sem oposição.
Não guardo nenhuma memória especial desse congresso.
Em 2000 em Viseu a liderança é disputada a Barroso por Marques Mendes (com Passos Coelho como candidato a secretário-geral) e Santana Lopes tendo o líder renovado o mandato com um resultado ligeiramente acima dos 50%.
Foi o congresso em que Durão Barroso me convidou para secretário-geral adjunto cargo que exerceria nos dois anos seguintes.
Em 2002 o PSD voltou ao Coliseu de Lisboa.
Com Durão Barroso já primeiro-ministro foi outro congresso sem história e do qual não guardo memória especial.
O mesmo se pode dizer do congresso seguinte, em 2004 realizado em Oliveira de Azeméis, que seria o ultimo de Barroso como líder visto já estar a fazer as malas para Bruxelas embora isso na altura fosse segredo de estado.
Ainda em 2004, mas já em Novembro, o congresso foi em Barcelos e destinou-se, essencialmente, a ratificar a liderança de Pedro Santana Lopes que sucedera a Barroso no partido e no governo.
Um congresso em que apesar do aparente clima de unidade já se pressentiam alguns "posicionamentos" para o que aconteceria meses depois.
Do congresso de 2005, em Pombal, as memórias que tenho (do antes e do durante) davam para um...livro.
Foi o ultimo em que o líder foi eleito em congresso e ficará para a história como um combate épico entre Luís Marques Mendes e Luís Filipe Menezes que o primeiro venceria à tangente naquilo que depois se perceberia ser uma vitória de Pirro.
 Em 2006, na sala Tejo do pavilhão Atlântico, decorreria um congresso estatutário em que seriam aprovadas as eleições directas do líder sob proposta de Luís Filipe Menezes e que seriam o primeiro passo para a sua ascensão à liderança.
Ainda em 2006, e realizadas as primeira "directas" a que Marques Mendes concorreu sozinho depois de chumbada a candidatura de José Alberto Pereira Coelho, realizou-se um congresso electivo na Póvoa de Varzim e que foi mais um passo em frente na estratégia de Menezes conquistar a liderança.
A melhor memória que tenho é a da auto caravana que os apoiantes de Menezes estacionaram em frente ao pavilhão e onde funcionava o gabinete de apoio às candidaturas apresentadas aos vários orgãos.
Passei lá dois dias de intenso trabalho e só de lá saí para as refeições (quando havia tempo...) e para ir dormir. No congresso...mal entrei.
O congresso seguinte foi em 2007, em Torres Vedras,  foi o da consagração de Luís Filipe Menezes que tinha acabado de derrotar em "directas" o anterior líder e iniciava uma liderança que não se estendeu por muito tempo.
Recordo bem que no dia de encerramento do congresso fui jantar com alguns amigos e "profetizei" sem prazer e com alguma tristeza que a liderança não duraria mais de seis meses.
Infelizmente tive razão.
Para quem tinha estado sempre presente ao lado de Menezes entre 2005 e 2007 (outro período que dava um ...livro) era fácil perceber que os indícios saídos das escolhas feitas não podiam dar noutra coisa senão naquilo que deram.
O congresso de 2008 foi em Guimarães.
A líder eleita era Manuela Ferreira Leite que tinha vencido Pedro Passos Coelho e Santana Lopes mas por resultados tão aproximados que o partido ficou "partido" em três.
Tendo apoiado de perto a campanha de Santana Lopes ainda hoje acho que se ele tem arrancado mais cedo tinha vencido.
Não foi possível e infelizmente o PSD não ganhou nada com isso.
Do congresso recordo algumas peripécias engraçadas a melhor das quais foi depois de ter sido recusada ás candidaturas de Passos e Santana instalações próprias no pavilhão ter sido possível arranjar por portas travessas um gabinete para a candidatura de Santana bem melhor que aquele atribuído à líder eleita.
Tal como no futebol jogar em casa traz algumas vantagens...
O congresso de Mafra, em 2010, com Manuela Ferreira Leite de saída foi um contar de espingardas entre Passos Coelho,Paulo Rangel e Aguiar Branco que daí a dias disputariam a liderança em novas eleições directas.
E se o congresso fosse uma sondagem dir-se -ia que Passos e Rangel disputariam de facto a liderança e Aguiar Branco não teria a miníma hipótese.
Como veio a suceder.
Ainda em 2010 , em Carcavelos (Cascais), seria entronizado Passos Coelho que entretanto vencera as directas e iniciava o seu caminho para o poder num congresso sem grande história.
Finalmente em 2012, novamente na sala Tejo do Pavilhão Atlântico, com o PSD no poder e Passos Coelho a primeiro-ministro estive presente no meu 18ºcongresso consecutivo que seria o último dessa longa série iniciada em 1995 no Coliseu de Lisboa.
Um congresso sem grande história também.
Não estive no 35º, no Coliseu de Lisboa, que ficará mais para a história como aquele em que Marcelo foi provar que tinha o "povo laranja" com ele do que por qualquer outra razão politicamente susceptível de merecer recordação.
Este fim de semana, em Espinho, o PSD fará o seu 36º congresso.
A memória que tenho daqueles em que estive fica nas longas linhas anteriores.
Ainda assim muito resumidas, especialmente em relação a alguns deles, face ás memórias que tenho.
Depois Falamos.

segunda-feira, março 28, 2016

Lua de Atenas


Cidade do Vaticano


Geografia dos Congressos

O PSD está em semana de congresso.
E se porventura tal não fosse público e notório teríamos sempre as habituais "provas de vida" de alguns "notáveis" que escolhem cirurgicamente estas alturas para darem umas entrevistas em que não hesitam em exibir dotes de oráculos e preverem o futuro do partido e do líder em funções.
Sempre de forma pouco positiva diga-se de passagem.
Vale que o prazo de validade dessas entrevistas ás vezes nem ao próprio congresso chega...
Adiante.
O congresso do próximo fim de semana realiza-se pela primeira vez em Espinho.
Considero positivo que assim seja porque cada vez que o partido "estreia" um novo local para a realização da reunião do seu orgão máximo dá um sinal de vitalidade e de presença em todo o território nacional fazendo jus ao facto de ser o maior partido português.
Até hoje, e já considerando o de Espinho, o PSD realizou trinta e seis congressos.
Dezasseis no distrito de Lisboa com treze no concelho com o mesmo nome e os restantes três nos concelhos de Cascais, Torres Vedras e Mafra.
Cinco no Porto sendo quatro na cidade e outro na Póvoa de Varzim.
Quatro em Aveiro distribuídos por Aveiro, Feira, Oliveira de Azeméis e agora Espinho.
Três no distrito de Braga em Braga, Barcelos e Guimarães.
Três em Leiria com dois na sede do distrito e um em Pombal.
Dois em Coimbra com um na cidade e o outro na Figueira da Foz.
Dois no distrito de Faro com um em Albufeira e o outro em Tavira dando-se a curiosidade de ser o unico distrito que teve congressos sem nenhum se realizar na respectiva capital.
E um no distrito e cidade de Viseu.
Equivale isto a dizer que o PSD realizou até hoje congressos em oito distritos, sete do litoral e um do interior, "faltando-lhe" fazer o mesmo noutros dez para ter marcado presença em todo o país com eventos deste género.
Merece particular realce,pela negativa, o facto de o partido nunca ter feito um congresso no Alentejo (Beja-Évora-Portalegre), Trás os Montes ou Setúbal um dos mais importantes distritos eleitorais do país.
É certo que no tempo do cartaz que encima este texto era muito difícil o PSD fazer um congresso no Alentejo ou em Setúbal dado o muito particular conceito de "democracia" que a extrema esquerda e o PCP impunham nessas zonas do país em que negavam aos partidos à sua direita a liberdade de associação e manifestação.
É bem conhecida a história dos boicotes a comícios do PPD nessas zonas de Portugal.
Mas hoje, em que como diz o cartaz "Portugal Livre" é uma realidade já não há nenhuma razão para que o PSD não faça alguns dos seus próximos congressos em Évora ou Setúbal.
É mais que tempo.
Mas também em Santarém, na Guarda, Castelo Branco, Vila Real, Bragança, Viana do Castelo, Beja ou Portalegre.
Qualquer uma dessas cidades capital de distrito (e nalguns casos outras nesses distritos) tem hoje condições para receber um evento com as caracteristicas de um congresso do PSD.
E o maior partido português tem de há muito uma "divída" com esses distritos em termos de realização dos seus congressos.
Haja a vontade de a pagar.
Depois Falamos

P.S. Nalguns dos distritos referidos nem um Conselho Nacional o PSD realizou em quarenta e dois anos de vida.
Não pode ser!

Raposas Vermelhas

Foto: National Geographic

domingo, março 27, 2016

Golden Gate


Super Heróis Procuram-se

Sou de um tempo, abençoado, em que a leitura em papel fazia parte da educação.
Não só os manuais escolares como também a leitura lúdica dos livros dos “Famosos Cinco”, das “Aventuras dos Sete” e naturalmente a banda desenhada de então.
Já havia os livros da Disney importados do Brasil mas também a produção nacional, chamemos-lhe assim, com o “Mundo de Aventuras”, o “Major Alvega”, o “Jornal do Cuto” (de que ainda guardo religiosamente a colecção completa) entre tantos outros que não me ocorrem agora.
Mas os meus favoritos eram, sem sombra de duvida, as revistas dos super heróis.
Também elas vindas do Brasil, de uma editora (EBAL) que já não existe, e traziam-me num primeiro tempo a preto e branco e depois já a cores as fantásticas aventuras do Superman, Batman,Homem Aranha, Quarteto Fantástico, Demolidor e tantos outros que me ajudaram a passar tardes bem passadas lendo e relendo com uma atenção quase obsessiva as suas páginas.
Mas confesso que a minha preferida, talvez por acreditar nas virtualidades do trabalho em grupo, era mesmo a revista da Liga da Justiça.
Uma organização de Super Heróis que agrupava nas mesmas aventuras Super Homem, Batman, Arqueiro Verde, Ajax o Marciano, Elektron, Aquaman, Lanterna Verde, Miss América, Flash, Gavião Negro e Canário Negro a que se viriam a juntar posteriormente outros.
Todos eles detentores de super poderes das mais variadas espécies, desde a velocidade do Flash à capacidade de comunicar com animais marinhos do Aquaman, com excepção de Batman e Arqueiro Verde que eram os mais “normais” do grupo e cujas aptidões assentavam na potenciação de qualidades humanas como a inteligência, a capacidade dedutiva e a agilidade.
Naturalmente que tendo começado a ler esta banda desenhada muito cedo, pelos meus oito ou nove anos, tive uma fase inicial comum a todas as crianças em que acreditava que os super heróis existiam mesmo (santa inocência a das crianças) e depois percebi com o decorrer dos tempos que eram apenas histórias para entreter.
Hoje, e nos últimos trinta e tal anos para ser rigoroso, já não leio a actual BD mas ainda gosto de de vez em quando folhear as minhas velhas revistas com o prazer de quem reencontra amigas de toda a vida e a gratidão inerente ao entretenimento que me proporcionaram.
Confesso que nestes tempos conturbados que vivemos tenho recordado muito essas leituras.
Dos super heróis por si e da “Liga da Justiça”.
E sonho…
Sonho com ver o Super Homem a voar sobre o Daesh na Síria e no Iraque, o Batman a investigar células terroristas em Bruxelas, o Flash a despachar inquéritos judiciais em Portugal, o Aquaman a procurar nas profundezas do sete mares o voo da Air Malásia, o Elektron a fazer-se pequenino até poder investigar o que há realmente dentro da cabeça de Donald Trump, o Lanterna Verde a usar os poderes do seu anel para resolver os naufrágios em frente a Lampedusa, o Arqueiro Verde a descobrir a verdade do “Lava Jato” , Miss América e Ajax a resolverem os problemas dos refugiados e por aí fora…
São apenas sonhos em ver super heróis dotados de super poderes resolveram muito do que nos preocupa.
Mas provocados pelo pesadelo de aqueles que tem poderes reais para resolverem esses problemas não o conseguirem fazer.
Ou, nalguns casos, não quererem…
Definitivamente super heróis precisam-se!

Publiquei este texto no Blogue "Diário Insónias"

Feliz Páscoa


sexta-feira, março 25, 2016

Seleccionadores? Servos!

Chamem-se Rui Jorge, Fernando Santos, Paulo Bento ou outro nome qualquer estou cada vez mais convicto que os seleccionadores ao serviço da FPF estão nos cargos não para defender o nosso futebol, os nossos jogadores, a própria FPF mas sim os interesses de quem os põe e mantém lá.
Ontem nos Açores tivemos mais um exemplo brutal disso em torno dos três guarda redes que aparecem na fotografia e foram convocados por Rui Jorge para o jogo oficial de sub 21 com o Liechenstein.
João Miguel Silva, Bruno Varela e Digo Costa.
Comecemos por este último.
Tem 16 anos(!!!) e já foi convocado para a selecção de sub 21 (quatro escalões acima da sua idade) e até para o jogo particular da selecção olimpica com o México porquê?
Por não haver alternativas?
Custa a crer.
Porque o talento o justifica?
Pode ser mas uma coisa são escalões de formação e outra bem diferente o futebol profissional.
Então a que se deve este estranho "queimar" de etapas?
Provavelmente ao facto de ser jogador do Porto e haver interesse na sua promoção a vários níveis.
Ontem foi suplente.
Continuando com João Miguel Silva.
Grande revelação da 1ª Liga, um dos talentos mais promissores do futebol português,tem vindo a fazer grandes exibições na baliza do Vitória sendo unânimes as criticas muito favoráveis ás suas exibições e o reconhecimento do seu potencial.
Tem 17 jogos completos pela equipa A do Vitória mais seis pela equipa B.
Ontem foi suplente!
Bruno Varela foi o titular.
Está no Valladolid , da segunda liga espanhola, onde esta época tem ZERO jogos oficiais efectuados.
Zero!
Alterna entre banco e bancada desde Agosto de 2015.
Foi,repito,titular no jogo de ontem.
Pelo seu estado de forma?
Impossível.
Se não joga é impossível saber em que forma está!
Então a que se deve, já nem digo a própria convocatória, a titularidade?
Simples.
Está no Valladolid mas emprestado pelo...Benfica.
E portanto é mais um que importa promover independentemente do mérito.
É esta a realidade das selecções de Portugal e dos seu seleccionadores.
Não jogam aqueles que tem mérito mas sim aqueles que servem os interesses de quem manda nas selecções.
Sejam clubes sejam empresários!
E os seleccionadores servilmente prestam-se a esses fretes que envergonham o nosso futebol como forma de garantirem que se mantém nos cargos.
Perguntarão, os menos atentos, se Fernando Gomes e a restante direcção federativa não deviam estar mais atentos a estes assuntos e menos ao que se passa na FIFA e UEFA que parece ser o que mais lhes interessa na actualidade.
Deviam.
Mas em bom rigor eles foram postos na FPF pelos mesmíssimos interesses que justificam estas aberrações na selecção/utilização de jogadores e por isso não lhes convém nada incomodarem o "sistema".
É o que temos.
Depois Falamos

PS.: Cada vez compreendo melhor aqueles vitorianos que dizem que a selecção deles é o Vitória e as selecções da FPF nada lhes interessam.
De facto com "critérios" destes as selecções são cada vez menos de "todos nós" e cada vez mais de "alguns deles".

Lua


Pinguim


quinta-feira, março 24, 2016

Obrigado Cruyff

Com  a morte de Johan Cruyff morre também um pouco do que o futebol tem de melhor.
O espectáculo, a genialidade, o improviso , a capacidade de apaixonar multidões.
Fui, desde os seus remotos tempos no Ájax, um admirador incondicional de Cruyff jogador e depois do Cruyff treinador.
Mas também do Cruyff cidadão.
O que no Mundial de 1974 tirou uma das tiras à camisola Adidas porque a marca se recusava a pagar aos jogadores ou não foi ao Mundial de 1978 como protesto contra a ditadura argentina.
Ou o que num tempo em que as camisolas eram numeradas de 1 a 11 na equipa que iniciava os jogos impunha jogar com a "sua" camisola 14.
Mas na memória ficará sempre o genial jogador que essencialmente no Ájax, Barcelona e selecção holandesa (foi com ele que nasceu a famosa "laranja mecânica" que encantou o mundo do futebol no mundial de 1974) rubricou alguns dos melhores momentos que jamais foram vistos num relvado de futebol.
Nunca o ter visto jogar ao vivo é um dos factos que mais lamento em cinquenta anos a ver futebol.
Para mim Johan Cruyff foi um dos cinco melhores jogadores da História do futebol ao lado de "monstros sagrados" como Di Stéfano, Pelé, Eusébio e Maradona numa "selecção" que é naturalmente discutível mas é a minha.
Mas o Cruyff treinador também deixou uma marca indelével.
Essencialmente no "seu" Barcelona onde criou o "Dream Team" dos anos 90 que venceu quatro ligas consecutivas e deu ao Barcelona a sua primeira Liga dos Campeões e ao futebol um conceito inovador, revolucionário e espectacular de futebol total.
Lembro-me bem dessas equipas extraordinárias, onde Guardiola e Luís Enrique jogavam e aprendiam as bases daquilo que é o Barcelona de hoje, que deslumbravam pelo seu espectacular futebol de ataque e busca constante do golo.
Uma delas passou por Guimarães numa eliminatória da taça UEFA entre Vitória e Barcelona (apetece-me...suspirar) que os catalães venceram sem problemas com 3-0 no Nou Camp e 4-0 no D.Afonso Henriques e em que tive a oportunidade de cumprimentar Cruyff na sala de imprensa do estádio. 
Morreu um grande homem do futebol.
E quando assim é o futebol fica muito mais pobre.
Depois Falamos.

Não é Guimarães!

A propósito da enésima aparição do presidente da Câmara Municipal de Guimarães "pendurado" em eventos relacionados com o Vitória ,ou pelo clube organizados (até na obra de adaptação dos fundos da bancada nascente para um ginásio a explorar por uma empresa privada tinha de aparecer...), recuperam-se as declarações a "o Jogo" em que ele manifesta o seu agrado pelo facto de ver o Vitória tratado por um nome que não é o seu para reiterar algumas ideias sobre o assunto.
Em primeiro lugar o Vitória, desde 1922, chama-se Vitória Sport Clube.
E tem o inalienável direito a exigir, como qualquer um de nós, ser tratado pelo seu nome.
E os vitorianos tem o dever de exigirem , em todos os fóruns e em todas as circunstâncias, que o nome do seu clube seja respeitado.
Em segundo lugar o Vitória não é um clube da cidade de Guimarães.
É da cidade (onde está sediado) ,é do concelho, da região e de qualquer lugar do mundo onde esteja um vitoriano.
Quererem "meter-nos"  na cidade como se fossemos um qualquer clube de bairro, é menosprezarem-nos e tentarem diminuir-nos.
O Vitória e os vitorianos tem um orgulho imenso em o clube ter nascido em Guimarães mas sabemos, com orgulho, que hoje as fronteiras vitorianas são universais.
Em terceiro lugar chamarem-nos "o Guimarães" como a imprensa ignorante e ignorantes diversos fazem é uma forma de nos tratarem com sobranceria, desrespeitosamente, ignorando propositada e ostensivamente a nossa identidade.
E nem o argumento que é para nos distinguirem do Vitória Futebol Clube serve porque, por exemplo, na II Liga só há o nosso Vitória B e os ignorantes continuam a chamar-lhe o "Guimarães B".
Ao Marítimo não chamam "Funchal", à Académica não chamam "Coimbra", ao Beira Mar não chamam "Aveiro",ao Leixões não chamam "Matosinhos", ao Gil Vicente não chamam "Barcelos e por aí fora.
E ao Benfica, por exemplo,  não chamam "Lisboa" embora tenha Lisboa no nome.
E por isso acho, desde sempre, que os vitorianos devem exigir que o nosso clube seja tratado pelo seu nome.
É uma questão de identidade, de respeito, de rigor.
Já bem bastam as faltas de respeito que pelo Vitória há noutros planos para ainda admitirmos que até no nome nos tratem mal.
Depois Falamos.

P.S: Aguarda-se, em nome da igualdade, que o senhor presidente da Câmara se faça fotografar com uma camisola do Moreirense dizendo "... Agrada-me que se diga Moreirense de Guimarães..."!
Enquanto não o fizer teremos a liberdade de pensar que a fotografia acima e as declarações do edil são um mero aproveitamento político da dimensão do Vitória.

Sacré Coeur, Paris


quarta-feira, março 23, 2016

Guerra Oculta....

Desta vez foi em Bruxelas.
Já tinha sido em Paris, Londres, Beirute,Nova Iorque, Ancara,Istambul, Bamako, Nairóbi, Bagdade, Telavive entre tantos outros locais em que os terroristas resolvem massacrar inocentes em nome de causas que ninguém a não ser os próprios consegue entender.
É uma guerra oculta, com um inimigo que não se vê, feita de ataques cobardes pela calada através de fanáticos que não se importam de morrer desde que consigam matar o maior número possível de pessoas.
É uma guerra à civilização, aos valores fundamentais das sociedades democráticas, aos direitos humanos.
Não é por acaso que ela se vem desenrolando, com excepção dos espaços em permanente conflitualidade no Médio Oriente, na Europa.
Um espaço de liberdade, de tolerância, de democracia.
Afinal aquilo que os fanáticos mais detestam e mais querem destruir.
E por isso a Europa tem de saber defender-se.
No seu espaço geográfico, como primeira prioridade, mas também perseguindo e eliminando os terroristas onde quer que eles se encontrem de forma determinada e incansável.
Não bastam declarações públicas de repúdio, minutos de silêncio e marchas de protesto.
É preciso agir de forma implacável.
Sem prejuízo de uma acção politica concertada a nível europeu, em áreas tão importantes como a educação e a economia, que esvazie esses radicais das "bolsas" de descontentamento onde recrutam simpatizantes para novas acções terroristas.
A Europa está em guerra.
E é uma guerra que tem de vencer.
Depois Falamos

segunda-feira, março 21, 2016

Mentiras...

Tenho um principio, que me tem sido útil, de quando vejo aparecer o derrotado nas eleições que é primeiro-ministro não acreditar em nada do que ele vai dizer.
Rigorosamente em nada.
Quando uma vez por outra diz qualquer coisa que é verdade é sempre tempo de validar esse momento de cariz excepcional.
Não tem sido muitos...
No passado sábado teve mais um momento de choque frontal com a Verdade.
Discursando num congresso federativo, creio que no Porto, António Costa teve a distinta lata (coisa que não lhe falta...) de afirmar que o PSD não tem direito a reivindicar-se social democrata porque esse é o espaço do PS.
Se as palavras não foram exactamente estas o sentido foi.
Mais uma mentira.
Porque se há partido em Portugal que sempre defendeu a social democracia foi o PSD.
Que a tem no nome, no programa e quase sempre na prática política quando chamado a exercer a governação.
Pode até dizer-se que o PSD antes de ser social democrata...já o era porque em 1973 numa entrevista a Jaime Gama, então jornalista do "República", já Francisco Sá Carneiro dizia que um dia que em Portugal fossem permitido partidos ele optaria por um social democrata.
O PPD afirmou-se social democrata desde a sua fundação mesmo num tempo difícil, a seguir ao 25 de Abril, em que ser social democrata era quase ser ..."fascista" e em que o PS de Soares com o seu conhecido oportunismo ideológico se afirmava como partido marxista.
Sou desse tempo e lembro-me bem de um slogan que se gritava nos comícios do PS e que era "...Partido Socialista,Partido Marxista..".
E nos quarenta anos seguintes o PSD foi sempre social democrata.
E continua a ser.
Já do PS que se pode dizer?
Que tem socialista no nome mas nunca foi socialista.
Que se reclama do socialismo democrático, da social democracia e do trabalhismo (é o que diz a sua declaração de princípios)mas que a  única ideologia que realmente pratica é a conquista do poder a qualquer preço e a sua manutenção de qualquer forma sem olhar a preceitos ideológicos ou até à simples coerência.
O PS é o único partido que em Portugal já se aliou com todos.
Com o CDS em 1978, com o PSD em 1983, com o PCP e o BE em 2015.
É como a "Maria", vai com todos.
E essa é a sua ideologia!
O poder e as suas benesses.
Por isso o que aconteceu no sábado já nem admira.
Apenas mais uma mentira de quem fez da mentira um instrumento usual de combate político.
Sócrates ensinou-o bem e nem admira que nessa matéria ele ainda se superiorize ao seu Mestre!
Pelo menos tem praticado bastante...
Depois Falamos

Chimpanzés


Lendas da B.D.- Professor Tournesol


Deserto

Foto: National Geographic

Sete Notas

Não há muito a dizer sobre a derrota de ontem.
Apenas o adversário foi diferente porque os erros foram os mesmos das ultimas jornadas.
Uma equipa muito insegura a defender, que passa a maior parte do tempo sem conseguir agarrar o jogo na intermediária (a ausência de Otávio não ajudou mas não explica tudo) e tão previsível a atacar que torna a tarefa dos adversários mais simples na organização defensiva.
Sete notas:
1) O Vitória está em queda livre em termos de resultados. Terceira derrota consecutiva (Académica, Paços e Nacional) , sétimo jogo sem ganhar e consequente afundar na classificação até a um 9ª lugar, em igualdade pontual com o 10º, que nem nos piores expectativas se admitiria no início de época.
Bastará atentar que nos últimos dez jogos em 30 pontos possíveis fez apenas...onze!
2) O treinador dá a clara sensação de já não saber que fazer. Em todos os jogos muda a equipa (para lá das obrigatórias por lesão ou castigo) , muda o sistema de jogo, chama jogadores da B e manda outros para a B mas os resultados não aparecem. Como sempre disse, em relação a este e ao antecessor, a experiência é fundamental para treinar um clube com as responsabilidades do Vitória.
E quando as coisas correm mal então a falta de experiência torna-se gritante.
3) Pense-se o que se pensar da gestão desportiva do Vitória, nomeadamente quanto a vendas e aquisições,o grupo de trabalho tem jogadores com valor suficiente para fazer mais e melhor.
Nessa matéria o problema não está na SAD nem nos jogadores. É outro...
4) Por falar em entradas e saídas comprovou-se,uma vez mais, que os entrados/emprestados de Janeiro nada vieram trazer à equipa de positivo. Ontem terão sido até dos que produziram exibições mais fracas . Ao menos que sirva de lição para o futuro.
E quando vejo o que renderam Vítor Andrade , Rosell, Hurtado tenho a certeza que há jogadores na B capazes de produzirem bem melhor. Vigário, João Pedro, Areias, Bruno Mendes, Luís Rocha (Arrondel a defesa esquerdo não dá mesmo)entre outros.
5) João Miguel Silva,uma vez mais, esteve enorme na baliza vitoriana. Sofreu três golos sem qualquer culpa e ainda evitou outros com defesas de grande qualidade como aquela, monumental, aos 62 minutos. "Merecia" ter à sua frente uma equipa bem mais sólida. Tal como Dourado.
6) Um líder assume responsabilidades sem escusas ou frases de sentido dúbio. Ontem, uma vez mais, SC atirou as culpas para cima dos jogadores. Até nisso dá prova de imaturidade. Não é assim que se assegura a solidez e solidariedade de um grupo.
7) Faltam sete jogos para acabar a Liga. Para os lugares que "dão" Europa já nem vale a pena fazer contas aos dezasseis(!!!) pontos de atraso para o quarto lugar em que está o Braga e cada vez mais os sete pontos de atraso para o quinto em que está o Arouca(!!!) e os cinco para o sexto em que está o Rio Ave começam a parecer pontos...demasiados.
Equivale isto a dizer que o Vitória já não depende de si próprio para a conquista de um lugar europeu.
E ainda tem à sua frente, com dois pontos de avanço, Estoril e Paços de Ferreira, está empatado pontualmente com o Nacional e tem o Belenenses a um ponto.
O Vitória é hoje "mais um"perdido na multidão do meio da tabela.
Com a agravante de ter quatro saídas muito complicadas (Rio Ave, Marítimo ,Benfica e Arouca) e três jogos em casa (Boavista, Estoril e Moreirense) que não sendo de dificuldade extrema obrigam a muita atenção.
Acho que faz todo o sentido a SAD, antes de tomar decisões que a comprometam para a próxima época, esperar para ver como tudo isto se resolve.
É o mais prudente.
Depois Falamos

sábado, março 19, 2016

Acrobacias


Menos Um...

O "Diário Económico" suspendeu esta semana a sua edição em papel embora mantenha a edição digital e o canal televisivo.
É mais uma má noticia para a imprensa portuguesa.
Que nos últimos anos tem visto, uns atrás dos outros, fecharem jornais que tinham um espaço importante na informação dos portugueses e que deixam vazios que duvido que alguma vez venham a ser preenchidos.
Dir-me-ão que isto se deve ás novas tecnologias, aos jornais que se podem ler na net, a outras formas de se ter acesso à informação.
Será.
Mas acho que a principal razão é o facto de os portugueses lerem cada vez menos, não terem (especialmente as gerações mais novas) arreigado o hábito de lerem jornais, não valorizarem o importante papel da opinião publicada.
Vive-se cada vez mais no imediatismo dos twitter e facebook, do olhar para a televisão saltitando entre canais e noticiários, do substituir o "velho" jornal em papel por press clippings que abundam na net.
Agora foi o Diário Económico.
Um dos melhores jornais na sua área de especialização que me habituei a ler regularmente, e a comprar de vez em quando (moralmente também sou um dos "responsáveis" pelo fecho...), também ele vítima da falta de leitores que acarreta a falta de publicidade e consequente fecho.
Quando um jornal fecha perdemos todos.
Os cidadãos que tem menos informação, a democracia que fica mais pobre, a cultura que perde opções.
Esperemos, tal como a administração do jornal , que este encerramento não seja definitivo e a edição em papel ainda possa regressar.
Infelizmente duvido.
Porque dos que anteriormente fecharam nem um, para amostra, reabriu.
Mas toda a regre tem excepção...
Depois Falamos

Bruce Willis


Pula, Croácia


sexta-feira, março 18, 2016

Previsões da Liga Europa

A Liga Europa é muito mais "democrática" no que concerne ao apuramento para as meias finais do que a Liga dos Campeões!
Porque enquanto na principal prova da UEFA há clubes que são claramente favoritos nos seus jogos (tem é de o confirmar em campo)já nesta competição o cenário é bem diferente ao ponto de se poder dizer que qualquer um dos oito clubes pode passar sem sequer ser possível atribuir grandes favoritismos.
Comecemos pelo Braga.
Que vai jogar com um adversário de orçamento bem superior (mas isso nem sempre faz a diferença como ainda ontem os arsenalistas provaram), com a teórica desvantagem de jogar primeiro em casa mas a vantagem de o jogo na Ucrânia ser longe de Donetsk devido à guerra civil em curso no país.
Em teoria o Shakhtar é ligeiramente favorito mas o Braga pode perfeitamente passar.
Especialmente se tiver uma arbitragem como a de ontem no jogo decisivo.
Villarreal com Sparta de Praga é uma eliminatória completamente em aberto.
Mas penso que os checos, especialmente depois da exibição em Roma frente à Lazio, poderão ser os apurados.
Tal como na Champions também aqui há um duelo espanhol.
Neste caso entre o Sevilha, actual detentor do trofeu, e o Atlético de Bilbau que curiosamente acaba de eliminar outra equipa espanhola-Valência- numa eliminatória muito disputada.
Pessoalmente, dada a simpatia que tenho pelos bilbaínos, gostaria que o Atlético se apurasse mas realisticamente penso que os sevilhanos tem mais hipóteses.
Veremos...
Finalmente o grande jogo desta eliminatória a que quase se poderia chamar o ..."jogo Klopp" dada a curiosidade de Jurgen Klopp actual treinador do Liverpool ter treinado durante anos (e com enorme sucesso) o Borussia Dortmund.
Espero que passe o Liverpool, outro clube com que simpatizo desde sempre, mas é eliminatória para 50/50.
Em suma também na Liga Europa vamos ter grandes jogos e apuramentos discutidos até ao fim.
Favoritos?
Shakhtar, Sparta, Sevilha, Borússia.
Mas muito ligeiramente favoritos.
Depois Falamos

Igreja


Lendas da B.D. - Mr. Mxyzptlk


Previsões da Champions

E foi este o resultado do sorteio dos quartos de final da Liga dos Campeões.
Desde logo com a curiosidade, se assim lhe quisermos chamar, de Barcelona, Bayern e Real Madrid não se encontrarem o que certamente muito agradará à UEFA que gostará de ver essas equipas defrontarem-se mais para diante.
Quanto aos jogos há três favoritos e um completamente em aberto.
Em condições normais, sem os imprevistos que dão sabor ao futebol, Real Madrid, Bayern de Munique e Barcelona estarão nas meias finais.
Já quanto ao PSG-Manchester City é uma eliminatória em aberto entre duas equipas cheias de estrelas mas com trajectórias bem diferentes nos seus campeonatos.
Enquanto o PSG já é campeão de França, e pela quarta vez consecutiva, o que permitirá gerir o esforço dos jogadores já o City está em quarto lugar no campeonato inglês ,  muito longe do líder Leicester, e acossado por vários adversários quanto ao apuramento para a Champions o que não lhe permite poupanças.
Penso que a atribuir favoritismo seria ao PSG mas muito ligeiro.
Nos restantes três jogos, os tais de favoritismo claro, há contudo que ressalvar alguns aspectos.
O Real é claramente favorito face à comparação entre valia das equipas mas o Wolfsburgo é uma equipa que defende bem e é muito eficaz no contra ataque enquanto os madrilenos são capazes do melhor e do pior. 
E num dia menos bom do Real os alemães (convém não esquecer isso,é uma equipa alemã) pode surpreender.
O Benfica tema seu favor, se assim se pode dizer, o facto de fazer o segundo jogo na Luz pelo que o seu grande desafio é sair de Munique com um resultado que permita que o jogo de Lisboa seja para mais do que para cumprir calendário!
Mas é claramente a equipa, de todas as oito, com menos possibilidades de chegar ás meias finais.
Finalmente o Barcelona.
Que é a melhor equipa mundial da actualidade, que tem um trio atacante verdadeiramente excepcional, que joga um futebol único e por tudo isso é favorito.
Mas o Atlético é um adversário muito incómodo.
Que está em segundo na liga espanhola, que já tem ganho jogos decisivos ao Barcelona (ainda há dois anos foi a Nou Camp, na ultima jornada da Liga, ganhar o titulo precisamente em compita com o dono da casa)e que joga no Vicente Calderon o segundo jogo da eliminatória o que pode em teoria ter importância.
Vamos ter futebol.
O melhor futebol do mundo a caminho da final de Milão.
Depois Falamos

Lago Iseo,Itália

Caixa de Correio


Mocho


quinta-feira, março 17, 2016

Curiosidades...

Vem aí mais dois jogos da selecção A de preparação para o Europeu de França.
Dia 25 em Leiria (deve ser para dar algum uso a um estádio semi abandonado...) e dia 29 em Bruxelas frente à Bélgica naqueles que serão os últimos jogos particulares da selecção até ao fim do campeonato nacional.
Depois ainda haverá mais três jogos, 29 de Maio e 2 e 8 de Junho mas já serão em período preparatório do Europeu e com as escolhas definitivas do seleccionador.
Mas os dois próximos, ainda este mês, serão a derradeira oportunidade de Fernando Santos ver alguns jogadores e tirar algumas duvidas quanto aos "eleitos" porque depois só lesões ou abaixamentos de forma poderão condicionar as escolhas.
Devo dizer que sabendo o que a "casa" gasta não tenho nenhuma expectativa de que todos os jogadores de todos os clubes sejam avaliados por critérios iguais e em que o peso das camisolas (e do empresário...) não tenha significado.
Basta ver o que aconteceu com André André ("...quem vou tirar para o chamar...") que nunca tendo atingido no Porto o nível que demonstrou no Vitória ,pelo menos em continuidade, bastou mudar da camisola branca para a azul e branca para passar a ser "cliente" habitual das convocatórias.
Vem isto a propósito de umas declarações do seleccionador sobre Renato Sanches (um potencial grande jogador mas ainda longe de ser "produto acabado") , dizendo que o vai convocar porque tem muita curiosidade em o ver com a camisola da selecção, que me suscitam duas notas:
Uma para destacar que o seleccionador tem sempre muita curiosidade em ver jogadores de determinados clubes enquanto que de outros não há maneira de lhe chegar a mesma curiosidade.
A outra para manifestar a minha convicção de que essa curiosidade de FS não vai chegar até João Miguel Silva que tem sido a grande revelação da Liga em termos de guarda redes precisamente uma posição em que a selecção anda presa por arames desde que Vítor Baía deixou de ser convocado.
Os que vieram a seguir (Ricardo, Eduardo,Rui Patrício, Beto...) nunca foram indiscutíveis e Portugal bem precisa de encontrar alternativas ao actual titular num posto em que raramente tivemos problemas de quantidade versus qualidade...mas agora temos!
João Miguel Silva, que até é mais velho que Renato Sanches, bem merecia ser alvo dessa curiosidade do seleccionador.
Seria bom para ele e bom para a selecção.
Mas joga no Vitória e não é agenciado pelo "dono disto tudo".
E por isso terá de esperar pelo dia em que mudando de emblema passe a ser "visível" para quem manda!
Depois Falamos.

Por do Sol


Guaxinins


Balanço

Concluídos os oitavos de final da Liga dos Campeões e conhecidos os apurados para os quartos de final é tempo de fazer um balanço sobre os jogos e também sobre aquilo que aqui se previu em 15 de Dezembro aquando do sorteio.
Com excepção dos dois jogos entre Bayern e Juventus, os melhores destes oitavos de final, e dos jogos entre PSG e Chelsea não se pode dizer que tenha havido grandes partidas de futebol.
Nuns casos porque a superioridade de um dos contendores nem o permitiu e noutros porque sendo jogos intensamente disputados não se pode dizer que tenham sido propriamente muito bem jogados.
Refiro-me aos que vi por inteiro, como é óbvio, e não aqueles de que apenas tive a oportunidade de ver resumos.
Em Dezembro tinha previsto que se apurariam Wolfsburgo, Real Madrid, Chelsea, Barcelona, Bayern, Atlético de Madrid, Zénit e Manchester City embora ressalvando que quer PSG quer Juventus teriam seguramente uma palavra a dizer.
Teve-a o PSG e quase a teve a Juventus que aos 90 minutos vencia por 2-1 e consentiu o empate que originou o prolongamento no qual foi eliminada.
Constato assim que seis dos apurados foram conforme tinha previsto, o PSG era uma daquelas dúvidas com fundamento e por isso apenas não acertei na previsão de apuramento do Zénit por mérito do Benfica que foi melhor no conjunto dos dois jogos.
E agora? 
Agora temos Barcelona, Bayern de Munique, Real Madrid, Benfica, PSG, Wolfsburgo, Atlético de Madrid e Manchester City num quartos de final que, sejam quais forem os resultados do sorteio, serão certamente apaixonantes e proporcionarão momentos do melhor futebol mundial.
Aguardemos o sorteio...
Depois Falamos

P.S. No futebol e nesta competição apuram-se equipas e não jogadores. Mas as equipas são constituídas por jogadores e por isso tenho sempre um certo sentimento de perda, para o futebol, quando Buffon é eliminado.
É um dos últimos representantes de um futebol que vai deixando de existir.
O futebol dos afectos, do amor à camisola, do sentir o emblema de um clube.

terça-feira, março 15, 2016

O Santo

Esta publicação é mesmo só para a rapaziada da minha idade e os um pouco mais "experientes".
Mas foi das séries que maior sucesso obteve na RTP no final dos anos sessenta quando as noites de sábado, depois do telejornal, eram preenchidas com programas de respeito como "Bonanza", "Missão Impossivel", "Dr. Kildare" entre outros.
E entre eles este "O Santo".
Protagonizado por um ainda jovem Roger Moore, que depois viria a ganhar outra notoriedade interpretando James Bond, naquilo que era o primeiro tempo das séries policiais que sempre tiveram grande sucesso televisivo.
Aventureiro, conquistador, espalhando charme, tripulando o célebre Volvo branco, dando uns murros de vez em quando o bom do "Simon Templar" lá ia resolvendo os casos que lhe apareciam e conquistando um público fiel e dedicado.
Vem isto a propósito de um destes dias ter descoberto, naturalmente encantado, que a RTP Memória está a repor a série , a preto e branco como manda a tradição, permitindo que aqueles que como eu ainda se lembram de "O Santo" possam rever esses inesquecíveis episódios.
Em bom rigor é quase vê-los pela primeira vez porque quase cinquenta anos depois ainda não revi um de que me lembrasse.
E devo dizer que com a natural compreensão para os meios técnicos de então, que nada tem a ver com os de agora, tem sido um verdadeiro prazer este reencontro com o passado televisivo no que a esta série respeita.
Da qual guardo uma bela memória e uma miniatura do Volvo branco que me foi dada na altura e que guardo religiosamente desde então.
Depois Falamos

Queensland,Austrália


Polvo


7 Notas

Não tive oportunidade de ir ao estádio, e na televisão vi o jogo sem poder prestar a atenção que gostaria, pelo que não me pronunciarei sobre ele de forma mais exaustiva.
Deixarei apenas cinco notas.
1) O Paços de Ferreira tem uma longa tradição de fazer bons resultados em Guimarães frente ao Vitória. Mais uma vez confirmou essa tradição embora este tenha sido dos triunfos mais felizes dos pacenses face ao que se viu durante os 98 minutos que o jogo durou.
2) O Vitória alinhou o seu onze inicial com seis emprestados e viria a utilizar um sétimo durante a partida. Algo que nunca tinha acontecido e que se espera não ver repetido porque todos estaremos de acordo que não deve ser este o caminho. Já para não falar do rendimento dos jogadores...
3) O relvado continua a não estar nas melhores condições. E não deixa de ser curioso que essa situação se repita noutros estádios onde foi disputado o Euro 2004 e que desde então tem experimentado dificuldades para estabilizarem relvados em condições.
No do Vitória a situação persiste, pese embora todos os esforços feitos na ultima meia dúzia de anos, e isso também prejudica o rendimento da equipa e favorece quem vem ao D.Afonso Henriques fazer do anti jogo a estratégia para o ...jogo.
4) A equipa nos dois ultimos jogos rematou muito pouco. E Dourado tem sido o grande sacrificado porque não lhe chegam bolas "rematáveis". Talvez seja tempo de experimentar outra forma de jogar utilizando dois pontas de lança (Dourado e Valente) em simultâneo.
5) João Capela é...João Capela! E por isso nada de bom se pode esperar dele. No jogo de domingo cometeu vários erros dos quais o mais grave terá sido a expulsão de João Teixeira. Foi uma entrada de "sola", perigosa, mas jogando a bola e só depois tocando no adversário. O "amarelo" seria a punição adequada. Não teve Capela o mesmo critério mais tarde numa entrada de Manuel José a Otávio em que "apenas" exibiu o cartão amarelo. E ou era vermelho para os dois ou amarelo para ambos. No critério disciplinar o Vitória, neste e noutros lances, foi lesado.
6) O árbitro deu três minutos de desconto na primeira parte e cinco na segunda. Manifestamente pouco para o persistente anti jogo do Paços de Ferreira durante toda  a partida. Marcaram aos dois minutos e aos quatro já estavam a queimar tempo. Tem razão os responsáveis do Vitória que criticaram a postura do adversário. O respeito pelos espectadores e pelo futebol é incompatível com "estratégias" daquelas. E também por isso o resultado foi injusto.
7) Era "domingo de Lázaro". E a tradição ainda é o que era.
Depois Falamos

segunda-feira, março 14, 2016

Luar


Dragões de Komodo


Mudança

Segui com natural curiosidade o congresso do CDS.
Que à distancia me pareceu ter introduzido,em apenas dois dias, uma mudança muito significativa no partido mas também na política portuguesa.
No partido com uma renovação significativa da estrutura dirigente prescindindo de alguns nomes fortes do tempo do antecessor e chamando gente da sua confiança naquilo que é um claro "grito do Ipiranga" em relação ao passado.
Na politica nacional há agora uma abertura, nem sequer dissimulada, a entendimentos com o PS de que o Orçamento de Estado para 2016 (e muito mais para 2017 se a geringonça lá chegar...) serão a face mais visível mas não única.
E isso pressupõe naturalmente uma "competição" com o PSD em novos moldes.
Aproveitando o caso do actual governo para "decretar" o fim do "voto útil" (veremos se os eleitores estão de acordo) e entrando em competição aberta pelo espaço eleitoral do PSD como sempre foi, aliás, o sonho legítimo do CDS.
Há sinais que não podem ser ignorados e que apontam nesse sentido.
O "pior", numa certa perspectiva, foi mesmo o de na sessão de encerramento do congresso e com Passos Coelho na primeira fila (de quem foi ministra durante quatro anos) não se ter referido a ele e ao PSD uma única vez!
Devo dizer que, em abono da verdade, não lhe ficou lá muito bem.
É um "tempo novo" este que o CDS vive.
O futuro dirá se é um tempo bom.
Depois Falamos

P.S. E veremos,não é questão menor, como vai lidar Paulo Portar com esta "emancipação" de Assunção Cristas.