domingo, julho 10, 2022

Rochinha

 Devo dizer que não tenho uma opinião definitiva sobre a saída de Rochinha do Vitória rumo a Alvalade.
Percebo que o jogador quisesse sair, para melhorar a sua situação contratual e lutar por outros objectivos, mas esse era problema dele e não do Vitória a quem compete velar apenas pelos seus interesses.
Entendo que estando a entrar no último ano do contrato, e não querendo renovar, podia ser a última oportunidade de o Vitória fazer dinheiro mas não sei se o parco dinheiro que fez (1,6 ME) compensará a quebra de qualidade que a sua saída origina e muito especialmente nesta fase em que a passagem à fase de grupos da Liga Conferência é primordial.
Conheço bem a tese que mais vale vender quem não quer renovar mas estou longe de concordar que esse seja não só o melhor caminho mas mais ainda o único caminho.
Por um lado porque estou certo que o profissionalismo de Rochinha (inatacável do meu ponto de vista) compensaria a desilusão de ter de cumprir o contrato e por outro porque há casos idênticos  em que com sucesso se mantém os jogadores, "espremem-se" até à última e depois eles saem sem renderem nada financeiramente mas ficou lá o rendimento desportivo da última época.
Os exemplos de Óscar Estupiñan no Vitória e Mbemba no Porto são suficientemente esclarecedores creio eu.
Por outro lado temo que a banalização do vender a qualquer preço quando os jogadores entram no último ano de contrato, e deixam claro que não renovarão, traga más consequências para o Vitória.
Porque já estou a ver tudo quanto é empresário e muito especialmente as direcções de scouting de outros clubes a olharem para o plantel do Vitória e a escolherem os próximos alvos sabendo que a orientação do clube tem é vender quem não quer ficar.
E vender a preços muito acessíveis, diga-se de passagem, hábito que já vem de há muito tempo e de que Tapsoba ( e parcialmente Edwards) foi uma honrosa excepção.
Noutro prato da balança também compreendo que estando o Vitória necessitado de fazer dinheiro a possibilidade de encaixar pouco agora pode ter parecido melhor que nenhum daqui a um ano (e essa avaliação compete à SAD como é óbvio) e isso terá justificado o preço a que Rochinha foi vendido ao Sporting que mereceu preferência, o preço, face aos inconvenientes puramente desportivos.
Recordando a propósito que a fama de mau pagador do Sporting já vem de longe como infelizmente o Vitória bem sabe.
Como disse no início não tenho uma opinião fechada e definitiva sobre este negócio e sobre as suas vantagens e inconvenientes e admito que só a tenha daqui a algum tempo.
Mas espero, isso sim, que tenha sido o último nestes moldes e nestes preços porque estou certo que o caminho não pode ser este.
Como, acredito, a própria SAD muito bem saberá.
Depois Falamos.

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