terça-feira, abril 28, 2015

Feita!

Está feita a coligação entre PSD e CDS para concorrer ás próximas eleições legislativas.
Depois de um longo período de maturação, da consulta certamente minuciosa a elementos auxiliares de decisão (leia-se sondagens) e de reflexões internas em ambos os partidos chegou-se à conclusão que eleitoralmente fazia mais sentido quem esteve aliado no governo durante quatro anos apresentar-se em coligação aos eleitores.
Politicamente tem lógica.
Eleitoralmente....veremos.
Devo dizer que apreciei francamente a forma como a coligação foi apresentada aos portugueses.
Fazê-lo no dia 25 de Abril foi estrategicamente inteligente não só pelo mediatismo próprio do dia mas também pela mensagem,correcta, que os dois partidos fizeram passar e que se prende com a recusa de a data ser património da esquerda.
Gostei também que ela fosse apresentada pelos dois líderes, numa cerimónia simples mas com significado, e através de discursos extremamente objectivos.
Já não gostei nada, mas mesmo nada, da fórmula (mas aqui falo como militante do PSD porque o que se passa no CDS não me diz naturalmente respeito) de primeiro ser apresentada a coligação e só depois os orgãos partidários serem consultados em conselhos nacionais a ocorrerem amanhã.
Transformar o conselho nacional , orgão deliberativo por excelência, num mero pró forma de ratificação do que já está decidido não é correcto nem transmite para o exterior do partido as mensagens mais correctas.
Decidida a coligação vem aí o mais difícil.
Compatibilizar estruturas diferentes num trabalho comum, elaborar um programa eleitoral que consiga conciliar diferentes visões de muitos assuntos, fazer listas de candidatos a deputados que sejam eleitoralmente atractivas e firam o menos possível as sensibilidades distritais de cada um dos partidos.
E aí creio que o resultado final da coligação só será compensador para ambos os partidos se o resultado das eleições for uma vitória com maioria absoluta dado que uma maioria relativa não servirá para nada que não seja instabilidade e novas eleições a curto prazo.
Uma maioria relativa( ou uma derrota) penalizam muito mais o PSD do que o CDS,como está bom de ver, dado que os centristas com esta coligação garantem em qualquer cenário um grupo parlamentar maior do que se concorressem sozinhos.
Já o PSD só em caso de maioria absoluta poderá dizer o mesmo.
Também por isso, mas essencialmente pelo país, convém que a coligação faça as coisas bem feitas daqui até Outubro.
Depois Falamos.

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