quinta-feira, julho 26, 2012

Canalhice!

Acredito firmemente em que há, pelo menos,dois momentos em que todos os seres humanos são absolutamente iguais.
No nascimento e na morte.
E se o primeiro é um constante hino à vida o segundo deve merecer o respeito devido ao fim de um percurso e ao desaparecimento do mundo dos vivos.
Enquanto deputado à Assembleia da República tive oportunidade de votar muitos votos de pesar apresentados pelo meu e pelos outros partidos.
Uns com o sincero pesar de quem conhecia o desaparecido ou admirava o seu percurso de vida.
Outros "apenas"com o respeito devido a quem morre.
Jamais votaria contra um voto de pesar.
Porque isso significaria um enorme desrespeito pelo falecido, pelos seus familiares, e acima de tudo constituiria uma ode à morte e uma enormissima falta de respeito pela Vida.
Mas assisti, com uma revolta sempre igual e uma incompreensão que nunca me abandonará, aos partidos de esquerda votarem frequentemente contra votos de pesar apresentados pelo PSD, pelo PS ou pelo CDS.
PCP, BE e essa aberração fraudulenta chamada "Os Verdes"  eram, e são, useiros e vezeiros nesse tipo de voto.
A bem dizer só lhes faltava apresentarem votos de congratulação por algum morto de outra área politica que não a sua.
Mas desconfio que faltava pouco...
Partidos que veneravam tiranos assassinos como Estaline, ou seguiam as máximas de criminosos como Mao Tse Tung, enchiam-se de pruridos e de fervores pseudo moralistas quando morria alguém que não era das suas cores especialmente se tinha tido algum destaque a combater as suas ideologias.
Podia falar de José Hermano Saraiva.
Mas também de Vaclav Havel ou Alexander Soljenitsin.
Ou Andrei Sakharov!
Como exemplos do sectarismo de uma certa esquerda que nem na hora da morte sabe ser mâgnanima.
Não entendo que se possa votar contra um voto de pesar.
E acharei sempre, com o devido respeito, que quem o faz comete uma inaceitável canalhice!
Depois Falamos

4 comentários:

Anónimo disse...

Caro Luís Cirilo, compartilho inteiramente da sua opinião. Esses partidos "pseudo" democráticos, não têm respeito por ninguém (nem por eles mesmos). Todos eles foram "treinados" desde os tempos do Cunhal para seguirem e não discutirem as rédeas comunistas/marxistas. Curioso é que chegam a ser mais fanáticos pela doutrina , que os religiosos mais ortodoxos. Para eles a vida é seguir o livro vermelho, contestar tudo o que possam e "VIVA A FOICE E O MARTELO".

Anónimo disse...

Caro Sr. Luis Cirilo

Comentei em algumas páginas sobre a morte de José Hermano Saraiva, apenas e só, porque fiquei indignado com alguns pseudo-moralistas que se esquecendo do percurso intelectual deste Homem, se lembraram que foi em tempos idos um Ministro do anterior regime.
É impressionante a hipocrisia de alguns "políticos" de meia tigela que se convenceram que só eles são os supra-sumos, e só os da sua cor são os melhores.
Pessoalmente abomino toda e qualquer argumentação venha ela de onde vier, quando está em causa uma pequena homenagem que se presta a alguém que parte para a sua última viagem terrena.
No caso de JHS, habituei-me a admirar a sua eloquência, o improviso extraordinário e a sua bonomia que extravasava no pequeno ecran. O que tenha feito enquanto político, a história se encarregará de julgar.

Cps
S. Guimarães

Anónimo disse...

Caro Dr. Luis
Surpreendo-me tanto como o meu Amigo com as posições reiteradamente adoptadas pelos percursores de Cunhal, para quem o dicionário apenas contemplava a palavra "ódio".
Não vale por isso a pena perder tempo com esta canalha vendida a interesses que não os nossos,que não respeita a sua História e muito menos aqueles que ajudam à sua construção.
Queiram eles ou não queiram, JHS foi uma figura ímpar pela qual alimentámos ao longo dos anos uma enorme veneração.
O voto dos esquerdalhos de conveniência vale o que vale. Isto é, nada...

luis cirilo disse...

Caro Pedro:
Há de facto uma enorme complementaridade entre ideologia e fanatismo quase religioso nesses partidos.
Caro S.Guimarães:
Estou de acordo. Deixemos à História o que é da História.
Caro Anónimo:
O que mais me choca é a falta de respeito pela morte. Em que todos somos iguais