quinta-feira, junho 04, 2009

Daqui e Dali

Foto: www.gloriasdopassado.pt.vu (1987/1988)

Publiquei,hoje,este artigo no Correio do Minho
Com os campeonatos a terminarem por todo o lado, fora aqueles como o nosso que terminaram (passe o exagero) quase antes de começar, a atenção dos adeptos vai-se virando para o rescaldo das épocas desportivas e para a tentativa de perceberem o que será a próxima temporada.
Nessa “onda” aqui deixo algumas reflexões dispersas sobre os tempos que correm.
A primeira para registar a notável coincidência de no mesmo dia terem terminado as suas carreiras três notáveis jogadores da história do futebol.
Figo, Maldini e Nedved.
Curiosamente representando Inter, Milan e Juventus os três maiores clubes de Itália.
Não caberá aqui recordar pormenorizadamente o que foram as carreiras desses três magníficos jogadores, dos melhores do futebol mundial na última vintena de anos, mas importa deixar uma reflexão.
Terminaram em grande, como titulares dos seus clubes, com idades bem avançadas para o que é comum na alta-roda.
Maldini com 40 anos, Figo quase com 37 e Nedved com 36.
Que belo exemplo de longevidade no qual os portugueses bem podem pôr os olhos.
É que por cá ainda existe muito boa gente que olha para um jogador de 30 anos como um “velho”.
Uma segunda reflexão á volta da forma como os candidatos aos título português estão a preparar a próxima época.
É que olhando com atenção percebe-se tudo.
O Porto ganhou o campeonato (quarto consecutivo) e a Taça, renovou com o treinador e está agora nos acertos de plantel normais nesta altura.
Tudo tranquilo portanto.
O Sporting, depois do penoso final de mandato de Soares Franco, está em período eleitoral com todas as clivagens internas que isso provoca.
Se ganhar Bettencourt não aparecerão grandes novidades mas se triunfar Paulo Cristóvão tal significará uma revolução profunda no plantel e não só.
Ou seja corre o risco de partir em desvantagem para a próxima época com a agravante de ter de disputar a pré eliminatória da Champions.
O Benfica é o drama do costume.
Tal como um náufrago que vê numa tábua um transatlântico, os encarnados todos os anos se iludem a si próprios considerando que cada novo treinador é o “milagreiro” que vai levar a equipa aos títulos.
Não dão tempo aos treinadores, não dão o mínimo de tolerância aos jogadores (Bergessio corrido da Luz é agora convocado para a selecção argentina!) vindos de outras latitudes, mas conforme a grandeza e historial do clube todos os anos exigem títulos.
Assim não vão lá.
Quique Flores teve um primeiro ano algo incaracterístico mas não havia razão nenhuma para não cumprir o contrato.
Na próxima época melhor entrosado, com mais experiência do nosso pobre futebol, podia construir uma equipa mais forte.
Mas não quiseram esperar.
E Jorge Jesus vai ter de começar tudo, outra vez, com a agravante de sendo português a margem de tolerância ser bem menor.
E aqueles que verdadeiramente nos interessam?
O Vitória, depois de uma época decepcionante, manteve o treinador e estará a construir um plantel mais forte e competitivo para lutar pelos lugares que os seus associados exigem.
Cajuda vai iniciar a quarta época em Guimarães, o que para os padrões portugueses é uma eternidade, desejando-se que a convivência com os dirigentes eleitos seja mais…fluida.
Em Braga, com a novela Jesus / Benfica em curso, não restarão duvidas á direcção que vai ter de procurar treinador (se é que não o fez já…) e reestruturar um plantel que podia ter dado mais qualquer coisa.
Ainda assim creio que os “velhos rivais” vão ser os concorrentes mais directos dos velhíssimos “senhores feudais” do nosso futebol.
Até onde?
O decorrer da época o dirá.

BOLA CHEIA
Figo
O melhor jogador português no pós Eusébio retira-se em triunfo.
Tetra campeão de Itália, com uma carreira reconhecida e elogiada por todo o mundo do futebol, soube sair de forma compatível com uma carreira brilhantíssima.
E deixa-nos a todos com uma enorme saudade dos grandes momentos que nos proporcionou.

BOLA VAZIA
Liga
Como se previa, atendendo ao perfil dos dirigentes do nosso futebol, a LPFP foi incapaz de tomar medidas sérias quanto ao flagelo dos salários em atraso.
O máximo de que foi capaz, e mesmo essa é uma medida branda, foi aprovar a perda de pontos para clubes com salários em atraso.
Mas á cautela adiou a sua entrada em vigor para a época de 2010/2011!
Ou seja, fica tudo na mesma.
E ainda falam dos políticos…

2 comentários:

Anónimo disse...

Vitória no Jamor...
Que saudade.
Quando voltaremos lá ?

luis cirilo disse...

Caro Anónimo:
De facto o Vitória é perseguido por uma dispensável malapata em termos de taça de Portugal.
Fomos a quatro finais(assisti a duas porque nas anteriores não era nascido),numa escandalosamente roubados pelo árbitro garrido,e estivemos várias vezes á beira de lá voltar.
Quando me lembro que fomos eliminados,em casa,numas meias finais pelo Amadora que foi jogar a final com o Farense até me arrepio.
Mas um dia será.
E traremos o "caneco".