quinta-feira, fevereiro 19, 2009

Até o Provedor...


"...Efectivamente, como foi salientado por mais de uma vez no programa «A Voz do Cidadão», o
Desporto é objecto de imensas reclamações.
Por um lado, é a queixa contra a prevalência, quase em exclusividade do futebol nos noticiários da RTP1 e da RTPN.
Por outro lado, é a «luta» clubística, entre os adeptos dos três clubes denominados grandes, Porto, Benfica, Sporting, com queixas bem distribuídas em relação à acusada falta de pluralismo desportivo,com aludidos favorecimentos a um ou a outro nos comentários ou na transmissão dos jogos.
Igualmente, os adeptos dos outros clubes – e até Telespectadores atentos mas menos marcados
pela «paixão clubística – protestam contra o destaque privilegiado dado aos ditos grandes.
Isto principalmente tendo em conta equipas como o Sporting de Braga, o Guimarães, o Leixões, ou as equipas madeirenses do Marítimo e Nacional, este ano, a oferecer muita combatividade no
campeonato..."


O excerto atrás transcrito consta do relatório de 2008 do Provedor do Telespectador da RTP.
O texto é claro.
É o reconhecimento de que o serviço público de televisão dá um destaque absolutamente exagerado aos chamados "grandes" com o óbvio prejuizo dos restantes clubes.
E com um impacto financeiro dificil de quantificar.
Porque objectivamente quem faz publicidade nesses clubes tem um retorno muitissimo superior em termos de visibilidade.
Não é aceitável, e o relatório aponta nesse sentido,que o serviço público favoreça uns em detrimento de outros.
Como é vergonhoso que empresas públicas façam publicidade em camisolas, instalações,ecrãs gigantes dos estádios ou comprem camarotes nesses clubes e não nos outros.
Refiro-e á CGD, à GALP,à Portugal Telecom e mais algumas que andem a patrocinar uma concorrência cada vez mais desleal entre clubes.
Como é completamente inaceitável que a CGD tenha patrocinado a construção do centro de estágio do Benfica.
As empresas públicas pagas por todos nós não podem reger-se por normas idênticas ás empresas privadas onde eventuais más decisões responsabilizam administradores e tem sanções nas quotas de mercado.
E estas são, do meu ponto de vista,questões que deviam preocupar a direcção da Liga partindo do principio que esta organização trata os seus filiados por igual.
E,mais do que isso, são assuntos de tal forma graves que deviam estar no centro das preocupações dos dirigentes dos clubes médios do nosso futebol.
Porque andamos a ser enganados,todos os dias,com essa "banha da cobra" dos chamados "grandes".
Que tem História,palmarés,titulos, já todos o sabemos.
Mas não tem o direito de ainda andarem a financiar-se á custa dos nossos impostos.
Como o fazem com os exemplos citados e como o fizeram os dois de Lisboa,mais um exemplo,com a construção dos seus novos estádios.
Tenho pena que os dirigentes dos clubes médios percam tanto tempo a discutir árbitros,observadores,lances polémicos e, acima de tudo,uns com os outros.
Porque estão a fazer o jogo dosque querem, a todo o custo e por todos os meios,manter previlégios que vem do tempo da ditadura.
E é mais que tempo da democracia chegar ao futebol.
Depois Falamos

3 comentários:

José Alves disse...

Louvo-lhe a força e as ideias,caro Cirilo,mas no que me toca,já não tenho grandes esperanças de que a democracia chegue a qualquer coisa no país,muito menos no futebol.
Todos os dias não evitamos,mesmo fugindo aos noticiários,saber dos atropelos constantes á nossa noção de democracia.
Em 1970 era quase tudo igual.
Mas é preciso continuar.
Mesmo que custe.
Muito.

Rui Rodrigues disse...

o futebol português está no fim por culpa dos dirigentes e dos jornaleiros que por aí andam.
p provedor da rtp denunciou a situação.sim senhor. e a rtp o que fez ?
continuou a fazer o mesmo !

luis cirilo disse...

Caro José Alves:
Continuaremos seguramente.
Esperando que nesta luta o Vitória cumpra o seu papel.
Caro Rui:
Esse é que é o problema.
Nada mudou