domingo, janeiro 07, 2007

Zeca Afonso - 20 Anos Depois

No próximo mês de Fevereiro completar-se-ão vinte anos sobre o desaparecimento fisico de Zeca Afonso.
E digo desaparecimento fisico por que a sua memória e a sua música permanecerão vivas para sempre.
Zeca foi um verdadeiro português do seu tempo.
Nasceu em Aveiro,estudou em Belmonte e Coimbra,viveu em Angola e Moçambique e morreu em Setúbal.
Foi um musico genial,um poeta de eleição,um homem de convicções ,de ideias e causas.
Combateu a ditadura,foi perseguido e preso,a sua música proibida a sua presença olhada com permanente suspeição.
Demasiado livre para aceitar códigos partidários foi sempre um homem de esquerda,que nunca escondeu convicções e soube dar a cara por elas.
"Grândola Vila Morena", porventura a sua música mais conhecida,ficará para sempre associada á conquista da liberdade,ao fim de 48 anos de ditadura e á instauração da democracia.
Zeca Afonso deixou uma vasta obra,quer no fado de Coimbra de que foi eximio intérprete,quer na música de intervenção(antes e depois do 25 de Abril) de que foi o nome maior na história da música portuguesa.
"Vampiros","Venham mais cinco","Coro dos Tribunais","Baladas e Canções","Fados de Coimbra","Cantigas do Maio" até ao derradeiro "Galinhas do Mato" são apenas alguns dos muitos trabalhos que constam da sua discografia.
Vi-o actuar ao vivo apenas uma vez,em Guimarães logo a seguir á revolução,mas guardo dessa actuação uma memória muito viva de uma presença em palco absolutamente marcante.
Vinte anos depois Zeca Afonso continua a fazer muita falta.
A todos os que gostam de excelente música portuguesa,mas também a todos os que,independentemente dos posicionamentos politicos,sabem admirar homens com convicções,ideias e sonhos.
Como era Zeca Afonso.
Depois Falamos

3 comentários:

Maria Manuel disse...

Então que vem a ser isto...saudusismos.
De facto Zéca Afonso é um músico unico, de intervenção num tempo unico. Lembro-me de o ouvir às escuras e quase em silêncio...um tempo com outras vestes e outras cores. Quanto ao cantor, ao poeta e ao músico vivas e longa vida pois esta é já intemporal e tem registo marcado...

O INFERNO DA LUZ disse...

Boa Cirilo. Muito bem. O Zeca, esse sim era um Grande Português. Para quem o viu e ouvi, como eu, naquele que foi o seu último concerto, em 82, no Coliseu dos Recreiros, não vai esquecer nunca a figura, já débil (sentava-se no final de cada canção), nem a sua ainda inimitável voz. Uma saudade imensa do cantautor dos "Indios da Meia-Praia".

Isabel Magalhães disse...

Viveu durante muitos anos em Setúbal onde foi Professor do Liceu.

Passava férias de verão na Fuzeta -Algarve.

Vive na ALMA das gentes!


Saudações s-d.