sexta-feira, abril 01, 2016

O 36º

O PSD inicia hoje o seu 36º congresso.
Estive presente ,até à data, em 23 mas não estarei neste de Espinho por decisão própria assente numa falta de interesse que nem a perspectiva de reencontrar amigos conseguiu demover.
Mas tenho uma natural expectativa quanto ao que lá se vai passar assente em três pontos: Passado,presente e futuro.
Com o passado espero que não se perca tempo. Já todos sabemos que quem ganhou não governa e quem foi derrotado está no governo mas esse é um assunto esgotado em termos de opinião pública e que só serve para maçar os eleitores.
Os portugueses sabem bem o que se passou, acompanharam o processo de formação da geringonça e a seu tempo pronunciar-se-ão sobre tudo isso. A seu tempo…que não é este!
Sobre o presente naturalmente algo terá de ser dito porque faz parte da necessária análise da situação política. Mas para além de umas “pinceladas” sobre os assuntos mais importantes, do aumento da despesa à descrença de agências de rating e parceiros internacionais, passando pelo mau funcionamento da geringonça e das contradições cada vez mais expostas entre os três partidos que a compõe (peço desculpa mas recuso-me a tratar a fraude política que “Os Verdes” são como um partido igual aos outros) mais uns retoques sobre as cedências ás corporações e aos interesses instalados sem esquecer toda a demagogia em volta da reposição dos feriados, creio que não valerá muito a pena ir além disso.
Muito melhor que qualquer coisa que o PSD possa dizer sobre a incompetência deste governo “falam” as filas de automobilistas portugueses nos postos de combustíveis espanhóis junto ás fronteiras…
Importa, isso sim, falar do futuro.
E falar do futuro é definir as “bandeiras” que o partido vai levantar como estratégicas para a sua acção política, escolher os melhores “porta bandeiras” que se assumam como rostos credíveis perante os portugueses, fazer uma oposição construtiva mas firme e sem cedências que configure uma verdadeira alternativa para o dia inevitável em que a geringonça se desfará com maior ou menor estrondo.
É isso que os portugueses esperam do PSD.
Que seja uma esperança para o futuro.

P.S. Claro que a lamentável votação ao lado do PCP, e branqueando de forma completamente inaceitável a ditadura da família Santos, na questão dos activistas presos em Luanda em nada ajuda à credibilização de uma alternativa.
Que seja ,ao menos, mais uma razão para Passos Coelho perceber que tem de aproveitar o congresso para mudar muita coisa no PSD.
A começar por alguns dos que o rodeiam!

Publiquei este texto no blogue Insónias

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