Numa sala do hotel Montechoro, em Albufeira, no Algarve.
Outros tempos eram de tal modo que eu e grande parte dos delegados eleitos pelo distrito de Braga fizemos a viagem para o congresso num autocarro alugado pela distrital que saiu do campo da vinha (em Braga) de madrugada e chegou ao Algarve a meio da tarde!
Outra forma de viver o partido.
De lá para cá, nos 31 anos seguintes, apenas não estive em dois congressos.
O de 1985 na Figueira da Foz e o de 1992 no Porto.
No primeiro caso por ter sido na altura em que nasceu o meu filho mais novo e no segundo já nem sei bem porquê.
Ao todo estive em 23 congressos.
Como delegado, como observador, como participante.
Não estarei no próximo.
Por absoluta falta de vontade em lá estar e por ver com uma preocupação cada vez maior alguns caminhos que o PSD vai trilhando como, por exemplo, o de um centralismo totalmente contrário aos seus genes e que leva a que seja o quinto(nos últimos seis) congresso no distrito de Lisboa.
È a fase visível de um centralismo que tem outros centralismos bem mais graves por detrás.
O que me levaria, em teoria, a ter interesse em ir a um congresso neste momento?
Meia dúzia de coisas.
Uma profunda remodelação nos orgãos dirigentes com a entrada de gente mais velha, mais experiente e mais sensata.
A aprovação da revisão do programa reforçando a matriz social democrata do PSD.
A inclusão na moção de estratégia de uma proposta séria da revisão das leis eleitorais com a introdução de círculos uninominais, a eleição uninominal do presidente de câmara e a participação dos presidentes de junta nas assembleias municipais sem direito a voto.
A aprovação de um calendário credível para a implementação da reforma das reformas, a regionalização, conforme previsto na Constituição.
Reformulação profunda dos estatutos e regulamentos do partido conferindo mais poder ás bases nomeadamente na escolha de deputados e candidatos a autarquias.
Compromisso interno de introduzir a limitação de mandatos para deputados (três mandatos no máximo) e dirigentes nacionais do partido (dois mandatos) e a absoluta proibição de membros do governo e titulares de orgãos de soberania(deputados) exercerem cargos executivos no partido em qualquer escalão.
Coisa pouca mas que me levaria ao congresso com todo o gosto.
Mas como nada disto vai acontecer, temo que bem pelo contrário, assistirei via televisão.
Com saudades de um PPD que já não existe e de um PSD que teima em ir não existindo...
Depois Falamos