segunda-feira, setembro 05, 2016

Autárquicas 2017

Com o Verão quase terminado , período em que a actividade política passou para segundo plano por força das férias, da praia, dos incêndios e do Euro 2016, entra-se em Setembro tempo de ela voltar em força quer por causa do Orçamento de Estado quer porque falta um ano para as autárquicas.
Que vão dominar intensamente os próximos doze meses.
Embora um ano pareça muito tempo (e para algumas coisas é-o de facto) a verdade é que a contagem decrescente já começou e mal estarão aqueles que não tenham estratégias e candidatos definidos para as eleições do próximo ano.
Especialmente quando estando-se na oposição é necessário um esforço bem maior para conquistar o poder.
Já aqui me referi, meses atrás, ao panorama no distrito de Braga (assunto a que voltarei em breve) mas hoje é apenas uma pequena reflexão sobre os quatro maiores concelhos do país onde vitórias e derrotas tem um significado que extravasa as fronteiras concelhias e permite leituras nacionais.
Bastará ver que em 2001 as conquistas de Lisboa (Pedro Santana Lopes), Porto (Rui Rio) e Sintra (Fernando Seara) juntamente com a reconfirmação de Gaia (Luís Filipe Menezes) foram o suficiente para o então primeiro-ministro (António Guterres) se demitir e provocar eleições antecipadas.
Hoje, quinze anos passados, o PSD perdeu todas essas câmaras.
E com uma excepção não me parece que esteja sequer perto de as voltar a ganhar.
A excepção é Sintra onde o PSD depois de absurdamente ter dado a câmara ao PS, ao não querer apoiar Marco Almeida (uma das páginas mais negras da liderança de Passos Coelho), parece agora disposto a meter a "viola ao saco" e apoiar a candidatura independente do mesmíssimo Marco Almeida.
Espero que com sucesso.
Especialmente pelo Marco Almeida que é um autarca e um cidadão exemplar e por Sintra que bem merece um presidente como ele.
Nos restantes as coisas não estão nada fáceis.
Em Lisboa há um PSD "keep cool" esperançado na candidatura de Pedro Santana Lopes, outro mais apressado que olha para José Eduardo Martins e um outro,ainda, que admite uma aliança com o CDS em torno da candidatura de Assunção Cristas.
Sendo certo que PSL é, de longe, o melhor candidato para o PSD ganhar Lisboa admito perfeitamente que por força do seu empenhamento nas tarefas como Provedor da Santa Casa da Misericórdia e por não querer meter-se no "vespeiro" já latente ele acabe por não ser candidato.
E aí o PSD tem um grande problema.
Só suplantado pelo do Porto.
Porque se em Lisboa, melhor ou piores, ainda há várias hipóteses no Porto não se vislumbra nenhuma.
Sendo certo que Rui Rio não quererá candidatar-se a um lugar aonde já foi feliz (seria sempre um forte candidato) e que Luís Filipe Menezes não quererá repetir a candidatura de 2013, há um imenso vazio em termos de candidatos ganhadores.
E aqueles de que se fala, até ao momento, não são candidaturas fortes nem nada que se pareça.
Aí está uma boa reflexão para o partido fazer serenamente, no tempo certo e com consequências; porque razão o PSD está como está no Porto.
Resta Gaia.
E aí sendo certo que o melhor candidato seria sempre Luís Filipe Menezes (que não dá sinais de estar disponível) mas nada indicando que o venha a ser o partido está perante outro vazio imenso e que faz perigar seriamente as suas possibilidades de vencer um município onde outrora fez obra de referência!
Também motivo para reflectir nas causas, motivos e responsáveis.
A um ano de eleições é este o cenário.
Pouco brilhante para o PSD em três dos quatro maiores concelhos de Portugal mas ainda a tempo de poder ser corrigido de forma a que o partido seja alternativa viável.
Haja vontade, coragem e sabedoria.
Depois Falamos

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