quarta-feira, setembro 19, 2012

O Batedor

Neste país, ao que parece em crise, ainda há coisas que me surpreendem pese embora o “calo” que se vai ganhando no dia-a-dia com as mais diversas situações.
Lia hoje a imprensa desportiva quando uma notícia me chamou especialmente a atenção:
Ao que parece, e a fazer fé no jornal, quando a comitiva do Benfica chegou ao aeroporto para encetar viagem rumo a Glasgow o presidente da colectividade constatou que se tinha esquecido dos documentos.
Acontece a qualquer um.
O que não acontece a qualquer um, julgo eu, é o que se passou a seguir.
Continuando a fazer fé no jornal o presidente em causa teve direito a batedor da PSP para ir a casa (ao que se sabe na margem sul mas isso é irrelevante) buscar os documentos e regressar a tempo de seguir no voo com a restante comitiva.
As questões que se colocam são simples.
Em primeiro lugar gostava de saber quem pagou (se é que foi pago) o serviço do batedor á PSP?
O cidadão esquecido? O Benfica? Os contribuintes?
Em segundo lugar gostava de saber se os agentes de segurança não têm mais que fazer do que escoltar viajantes esquecidos até suas casas e regresso ao aeroporto?
Em terceiro lugar gostava de saber se um dia, em circunstâncias idênticas, me esquecer dos meus documentos também tenho direito, mesmo pagando, a um batedor da PSP para ir comigo a casa buscá-los?
Podem parecer questões menores.
Mas não são.
Pelo menos para mim que levo muito a sério essa questão dos direitos, liberdades e garantias.
Depois Falamos

P.S. Já não sou deputado desde 2005.
Porque se fosse a esta hora já tinha entregado na mesa do Assembleia da República um requerimento, destinado ao senhor ministro da administração interna, a pedir esclarecimentos sobre o assunto.

2 comentários:

Anónimo disse...

estes privilégios do benfica metem nojo. do fascismo para a democracia foi o unico totalitarismo que ficou inalterável. é um clube de todos os regimes.

luis cirilo disse...

Caro Anónimo:
Assim parece