quinta-feira, setembro 22, 2011

Reflexões Vitorianas

Publiquei, hoje, este artigo no jornal "Povo de Guimarães".

Num período marcado por acontecimentos vários no universo vitoriano importa aqui fazer três reflexões curtas versando passado, presente e futuro das várias frentes em que o clube está envolvido.
Manuel Machado voltou a fazer parte do passado.
Tal como lhe acontecera no tempo do anterior presidente, em que fora substituído por Jaime Pacheco (nem gosto de me lembrar dessa época…), saiu do Vitória depois de ter alcançado os objectivos a que se propusera alcançando uma classificação europeia e a presença no Jamor.
Só que desta feita saiu, por sua vontade é bom que se relembre, quando se tornou patente que o divórcio entre ele e a massa associativa já não tinha reconciliação possível nos tempos correntes.
Creio que Manuel Machado “pagou” por ser vimaranense e vitoriano mas, essencialmente, porque sendo-o não assumia a postura táctica que está nos genes dos adeptos.
Ataque, risco, ambição visível.
E esse é um aviso que fica para Rui Vitória.
Tacticismo fora ainda vá que vá mas no D.Afonso Henriques é para cima “deles” (especialmente se forem os vizinhos) sem hesitação nem medo.
É isso que o povo vitoriano quer.
Lembro-me bem, no ano do terceiro lugar de Cajuda, estarmos a ser goleados pelo Porto em casa e os adeptos a apoiarem a equipa incessantemente porque ela não se rendeu nunca.
No presente não posso deixar de chamar a atenção para as fracas arbitragens que nos tem saído na rifa!
Prejudicados com o Porto, prejudicadíssimos com o Benfica, alvos de uma arbitragem manhosa com o Braga em que a dualidade de critérios foi vergonhosa e a má vontade contra nós absolutamente evidente.
Não conheço as razões profundas dessa postura dos árbitros para com o Vitória.
Que infelizmente não é de hoje.
Sei é que somos, provavelmente, o clube mais prejudicado do país em termos de arbitragens e que isso nos tem feito perder pontos e posições que dariam outra expressão ao nosso palmarés.
Arrisco dizer que desde 1968 até aos dias de hoje nos sonegaram títulos nacionais, taças de Portugal e posições classificativas que nos teriam dado realidades a que ainda não tivemos acesso.
Relembro que no já citado ano de Cajuda foram as arbitragens em Coimbra e no Restelo (os dois últimos jogos fora) que nos roubaram o segundo lugar e o acesso directo á Liga dos Campeões.
Não sei as razões.
Mas é necessário um combate sem quartel a este estado de coisas.
Quanto ao futuro há três realidades que gostaria de referir.
As eleições para a A.F.Braga em que o Vitória deverá apostar no sentido de colocar adeptos seus em lugares que lhe permitam ter voz activa na condução dos destinos da associação hoje muito “sensível” às influencias vermelho/azuis de Braga e Porto.
As eleições para a Federação Portuguesa de Futebol em que, igualmente, o Vitória deve procurar um posicionamento de influência activa como já teve nos tempos (já demasiado longínquos) de Fernando Roriz e Hélder Rocha em que esses ilustres vitorianos ocuparam posições de grande relevância na estrutura federativa.
Porque sem ingenuidades nem inocências é forçoso reconhecer que o posicionamento “isolacionista” do clube na última década e meia não lhe trouxe nenhuma vantagem e, pelo contrário, permitiu que os inconvenientes se acumulassem.
E isto tanto é válido para a FPF como para a LPFP.
E, finalmente, a prevista reaparição das equipas B já a partir da próxima época e em moldes substancialmente diferentes dos do passado.
Pelo que está previsto as equipas B terão acesso imediato á Liga Orangina, como acontece em Espanha em que as equipas B só não podem ascender á I Liga por razões óbvias, e trarão um acréscimo de qualidade e interesse (até televisivo) á competição nesse escalão com proveito para todos os envolvidos.
Porque um Vitória B – Porto B ou um Benfica B –Sporting B terão sempre muito mais interesse do que um Freamunde –Santa Clara ou um Covilhã- Oliveirense com todo o respeito por estes clubes como é evidente.
Esperemos, isso sim, que os regulamentos acautelem o principal fim dessas equipas que é o darem sequência á carreira de jovens talentos portugueses oriundos dos escalões de formação dos clubes e não transformarem-se num viveiro de estrangeiros importados sabe-se lá porquê.

10 comentários:

Miguel Salazar disse...

Gostei obviamente do artigo, mas julgo que não foste nada feliz com a escolha da fotografia para o ilustrar.
Se quatro das tarjas visíveis até estão engraçadas, a quinta é, do meu ponto de vista, difícil de qualificar. Mau gosto e vulgaridade, talvez pudessem ajudar a descrevê-la, mas o que é realmente indescritível é a falta de qualquer sentido. Noutro local, já pedi que alguém me explicasse o sentido do desenho, mas até agora ninguém se dignou fazê-lo...
Talvez por não ter explicação possível, digo eu...

Ricardo Campos disse...

http://best-of-futebol.com/2011/09/benfica-negoceia-com-clube-fantasma/

luis cirilo disse...

Caro Miguel:
Realmente a quinta era dispensável.
MAs no global achei-as engraçadas e até uma boa sugestão para um terceiro equipamento preto e branco com listas horizontais.
Caro Aurélio:
Muito interessante sem duvida.

Anónimo disse...

5 ladrões a roubarem o tesouro (símbolo vsc) e a deixarem para trás o símbolo do braga. uma pequena provocação aos adeptos adversários

luis cirilo disse...

Caro Anónimo:
É uma interpretação possível.

il disse...

Desculpem lá os vitorianos, mas quando vi, pensei que era brincadeira. Os adeptos estão vestidos de Metralhas? -ó diabo! Foram os vermelhos?

luis cirilo disse...

Cara il:
Em Guimar~es os vermelhos não mandam nada.
Aquilo foi uma brincadeira em relação aos bracarenses

Miguel Salazar disse...

Se se pretendia que os metralhas fossem os árbitros, então até aí tudo bem, até faria sentido. Mas como explicar que o tal 5º metralha esteja com um cachecol do Vitória?
Eu continuona minha, não me parece que o clube saia dignificado com aquela tarja...

Anónimo disse...

são mais as ervas daninhas na bancada no que no relvado!

luis cirilo disse...

Caro Miguel:
Já lá vai.
Caro Anónimo:
De forma nenhuma.
Nas bancadas estão vitorianos.