segunda-feira, fevereiro 07, 2022

Lição

Este texto não é de critíca a alguém em especial mas apenas a constatação de um facto que não sendo de agora tem ao longo dos anos causado prejuízos ao Vitória.
E se antes das redes sociais isso já se verificava com o advento destas exponenciou-se de forma colossal como é fácil de constatar por quem a elas prestar alguma atenção.
Refiro-me à inusitada facilidade com que adeptos do Vitória arrasam, às vezes sem dó nem piedade, jogadores que vestem a camisola do clube e por ela dão o melhor que podem e sabem.
Dir-me-ão que esse estranha forma de ser  não é exclusiva de adeptos do  Vitória, e não é de facto, mas com o mal dos outros podemos nós bem!
Para não perder muito tempo com o passado vou referir apenas três casos recentes que nos devem servir de lição a todos.
Quando no Verão de 2021 escrevi alguns textos a defender que o ponta de lança Óscar Estupinan devia estar na primeira equipa e não a treinar à parte, para onde tinha sido desterrado pela dupla Tiago Mendes/Carlos Freitas, porque tinha qualidade mais que suficiente para ser útil bem me lembro dos comentários.
Que não prestava, que já tinha tido oportunidades mais que suficientes, que o levavam ao aeroporto se fosse preciso, que tinha sido um flop, etc,etc.
Li isto em comentários no meu facebook mas também noutras páginas onde o arrasavam.
Chegado João Henriques, e com a autorização da SAD, o Óscar Estupinan foi integrado na primeira equipa e o resto da história é conhecido.
Ontem, curiosamente, li um comentário de um desses que anteriormente o arrasava a criticar a sad por ainda não lhe ter renovado o contrato...
Segundo exemplo, e sobre ele já escrevi também, é Nélson da Luz.
Que andou meses a ser gozado, comparado com Santana Carlos, tratado como alguém que estava cá por favor e não por valor.
Jocosamente até perguntavam por ele, se ainda estava cá, e outras pérolas do género.
Três jogos, três golos, uma bela exibição em Portimão e agora a crítica é porque não jogou mais vezes, porque ficou de fora contra Estoril e Vizela, e por aí fora.
Terceiro caso é Rúben Lameiras.
Contratado há um ano, precisamente no mercado de janeiro, fruto das boas exibições ao serviço do Famalicão teve alguma dificuldade em adaptar-se ao Vitória , a outro tipo de futebol e a outro nível de exigências.
Fez uma segunda metade da época discreta e isso foi motivo para ribombarem as críticas dos que pensam que no futebol é tudo fácil, tudo automático, como se homens fossem máquinas a quem basta programar para tudo sair como se quer.
Este ano melhorou, aqui ou ali já teve exibições condizentes com o valor que tem, mas nem isso fez afrouxar as críticas daqueles que não conseguem entranhar que os que vestem a nossa camisola tem de ser defendidos a todo o custo e não destruídos a partir de dentro.
Com as lesões de Quaresma teve finalmente a oportunidade de fazer aquilo que ainda não tinha feito, ou seja, jogar em continuidade durante vários jogos consecutivos.
E contra o Braga já vimos o verdadeiro Rúben Lameiras!
Uma grande exibição a atacar e a defender, vários lances em que pôs a cabeça em àgua aos defesas adversários, o cruzamento para o golo da nossa alegria colectiva, em suma o Lameiras que em Famalicão despertou o interesse do Vitória.
Se o clube fosse dirigido a partir das opiniões expressas no Facebook por aqueles que acham que sabem tudo, que acham que tem o direito de dizerem tudo, que não conhecem limites educacionais na forma como se referem a pessoas que merecem respeito, há muito que Estupiñan, Nélson da Luz e Rúben Lameiras não estariam no Vitória.
Com prejuízo claro do clube.
Que nos sirva de lição a todos e seja motivo para reflexão cada vez que nos sentamos em frente a um teclado.
Porque a alguns faria muito bem antes de escreverem o que pensam pensarem no que vão escrever.
Depois Falamos.

P.S. Não quero repisar um assunto já várias vezes abordado nestes textos e que por isso não é tema deste.
Mas também Jorge Fernandes, outro mal amado, esteve com o Braga ao nível do que fez na primeira metade da época passada e que o tornou titular indiscutível nessa altura.

2 comentários:

Anónimo disse...

Vitória justa do Vitória, foi melhor teve mais atitude e sendo assim não há muito mais a dizer.
Sinceramente só não percebi a questão da arrogância do SC Braga.
De resto um bom campeonato e muita saúde.
Saudações braguistas

luis cirilo disse...

Caro Anónimo:
Creio que a arrogância se verificou em três momentos: Quando deram o dito por não dito na questão dos bilhetes, quando o Vitinha mandou calar os adeptos do Vitória e no mau perder evidenciado com as queixinhas à Liga po parte do director de comunicação do Braga. De resto foi um excelente jogo, um derbi com tudo que eles tem de emocionante e um bom momento para o futebol português que bem precisa deles.
Um bom campeonato também e saúde que é o bemmais precioso dos tempso que correm.
Saudações vitorianas