domingo, fevereiro 14, 2016

Mau Resultado

Não vale a pena tentar suavizar os termos.
O Vitória fez um mau resultado ao empatar em casa com o seu homónimo de Setúbal num jogo em que teve todas as condições para vencer mas não conseguiu.
É mau resultado pela perda de pontos, por ter defrontado um adversário que lhe é inferior, por não ter conseguido aproveitar a supremacia do "factos casa" e por tendo jogado 22 minutos com 11 contra dez e 24 minutos com 11 contra nove nem assim ter conseguido descobrir o caminho para fazer o terceiro golo.
O "filme do jogo nem foi assim tão diferente do de outros jogos que temos visto em Guimarães esta época.
O Vitória entrou ao ataque, buscando o primeiro golo, sem uma intensidade por aí além mas que bastou para empurrar desde logo o adversário para terrenos mais recuados na tentativa de defender a baliza do assalto vitoriano.
Depois...o já visto noutras oportunidades.
No primeiro ou segundo lance em que os setubalenses se aproximaram da área André Claro teve todo o tempo do mundo para dominar a bola, dar dois passos, escolher para onde queria rematar e fazê-lo de forma acertada sem hipóteses para João Miguel.
E lá foi o Vitória, uma vez mais, a correr atrás do prejuízo.
Chegaria ao empate, por Josué, já nos instantes finais da primeira parte depois de ter criado e desperdiçado mais uma ou duas boas oportunidades de golo que lhe dariam a merecida vantagem face a um adversário "encolhido".
Que no reatar da partida ainda se "encolheu" mais ao ver, aos 48m, Paulo Tavares ser expulso deixando com meia parte para jogar a equipa reduzida a 10 unidades.
Pensou-se então que o segundo golo do Vitória seria uma questão de tempo.
E foi. Mas não do Vitória que se esperava.
Embora "encolhido" o Vitória FC não estava tão encolhido que não conseguisse num rápido contra ataque ter todo espaço necessário, e alguma felicidade no ressalto de bola, para Cissé aparecer perante um desamparado João Miguel a fazer um surpreendente segundo golo.
E lá foi o Vitória outra vez em busca do prejuízo.
Sérgio Conceição mexeu  na equipa, trocando Licá e Bouba por Vítor Andrade e Francis, e da pressão vitoriana sobre o ultimo reduto setubalense viriam a resultar o golo do empate e mais duas ou três oportunidades desperdiçadas de forma inglória que teriam dado ao marcador uma expressão mais justa.
Pese embora essas oportunidades criadas e desperdiçadas há que dizer que jogando 24 minutos contra nove o Vitória podia, e devia, ter feito mais na pressão exercida sobre o adversário através da entrada de Tozé e da saída de um dos laterais (quatro defesas contra 9 adversários para quê?)de molde a intensificar a circulação de bola na intermediária e a obrigar o adversário a dar mais espaços nos flancos.
É dos livros.
Não foi essa a opção feita e o Vitória denotou nos minutos finais muita vontade mas pouca serenidade e discernimento e isso impediu-o de conquistar três pontos que seriam preciosos antes da ida a Braga e recepção ao líder Sporting.
E sobre serenidade, ou falta dela, há que dizer pedagogicamente o seguinte:
Não sou dos que confundo gritaria com liderança nem descontrolo emocional com estratégias motivacionais.
E por isso entendo que Sérgio Conceição, que já leva muito mais expulsões que anos como treinador,tem de rever seriamente o seu comportamento e atitudes porque a continuar assim prejudica o clube que lhe paga e não lidera eficazmente o grupo de trabalho que lhe está entregue.
Não me lembro, em quase 50 anos a ver o Vitória, de um nosso treinador ser expulso duas vezes consecutivas mas lembro-me de muitos grandes treinadores que fizeram excelentes trabalhos em Guimarães e nunca foram expulsos. Ou se foram, um ou outro, foi uma vez sem exemplo.
A verdade é que o curto percurso de treinador de SC tem sido recheado de (maus) exemplos de descontrolo emocional e consequentes expulsões e vamos agora ver se o castigo volta a ser multa ou se a reincidência o impedirá de estar no banco em Braga.
Certo é que , ao contrário do que alguns parece quererem afirmar no insensato fanatismo de defender SC a qualquer preço, não é mesma coisa ter o treinador no banco ou na bancada e isso ontem foi uma vez mais evidente.
E Sérgio Conceição até pode vir a ser um bom treinador, a fazer uma boa carreira e conquistar titulos, mas tem de saber vencer o seu lado "negro" que anula as qualidades que indiscutivelmente tem.
Quanto à arbitragem creio que se há algo a apontar-lhe é não ter expulso Tiago Valente depois de uma entrada "assassina" sobre Francis em que só por muita sorte o extremo vitoriano não ficou gravemente lesionado.
Equivale isto a dizer que fez um trabalho perfeitamente aceitável e sem influência no resultado.

3 comentários:

Anónimo disse...

Boa tarde:
Concordo por inteiro com a sua análise ao jogo e ao comportamento do nosso treinador. É inaceitável que um empregado do clube que, por ressabiamentos antigos, por vinganças mesquinhas, ou por questiúnculas pessoais, prejudique o nosso clube, a nossa paciência e tolerância. O nosso presidente que pondere bem se deve renovar com este treinador. Não estamos habituados a espetáculos degradantes, muito menos contra Quim Machado, que enquanto atleta soube dignificar a nossa camisola.

jj disse...

Estádio vazio... 10 pontos de atraso para o Braga, aliás o normal nos últimos 10/15 anos. Até acho que podemos apresentar a nossa equipa secundária no domingo, pois esse jogo fica no meio dos dois jogos relativos à eliminatória da UEFA Europa League.
Sim, o Braga este ano já fez 37 jogos oficiais, enquanto que vocês só jogaram 26. Ah! E só perdemos 5 desses 37 jogos.

luis cirilo disse...

Caro Artur Cunha:
É inegável que o comportamento de SC enquanto líder de um grupo de homens, e profissional ao serviço de uma entidade, deixa muito a desejar com atitudes deste género.
E já não é de hoje porque este tipo de comportamento já foi visto no Olhanense,na Académica e no Braga.
É um problema que só o próprio poderá resolver.
Quanto à renovação não faço ideia se ela acontecerá ou não.
Uma vez mais creio que isso depende mais do treinador do que da SAD.
Caro jj:
Quanto ao estádio vazio...tomara o Braga ter como assistência média a nossa pior assistência.
Quanto ao resto passei a semana anterior a ver conversas idênticas dos adeptos de um clube que também veste camisola vermelha. E depois correu-lhes mal.
Por isso é capaz de ser melhor não atirar foguetes por antecipação.
Sendo certo que o Braga está a fazer uma campeonato bem melhor que o Vitória e isso é inegável.