segunda-feira, fevereiro 22, 2016

Há "borregos" com sorte...

Para um vitoriano só há um resultado bom seja qual for o adversário.
Vencer.
Sendo com o Braga então é mesmo o único desfecho que nos deixa plenamente satisfeitos!
Mas isso é no plano da "ideologia".
Porque na prática qualquer vitoriano consideraria ontem, antes do jogo, que trazer um empate da "Pedreira" seria não o melhor resultado mas ainda assim algo que só podia ser considerado como positivo face à diferença classificativa/pontual entre as duas equipas.
Hoje, depois de visto o jogo, todos os vitorianos considerarão que foram dois pontos perdidos e uma excelente oportunidade desperdiçada de "matar o borrego" de não conseguirmos vencer no mais recente estádio municipal de Braga.
E o Vitória até nem começou nada bem o que também nada tem de estranho tantas vezes tem acontecido.
Já depois de João Miguel com excelente defesa ter evitado o golo inicial o Braga fez dois, quase de rajada, fruto de duas excelentes assistências de Josué (o deles) para as quais a defensiva vitoriana não encontrou antídoto.
A perder por dois golos, com apenas 19 minutos de jogo e num dérbi com a carga emotiva deste, temeu-se que a equipa vitoriana soçobrasse e o marcador atingisse números "aborrecidos" digamos assim.
Pelo contrário.
A equipa reagiu com personalidade,sem perturbação evidente, e foi em busca do prejuízo como tantas vezes tem feito esta época jogando bom futebol e procurando empurrar o adversário para a sua linha defensiva.
E a verdade é que sob a batuta de um genial Otávio o Vitória chegou ao empate em dois lances em que à qualidade do "assistente" corresponderam Licá e Dourado com duas excelentes finalizações devolvendo ao dérbi toda a sua emoção,
Entre elas, porém, já o árbitro começara a "borrar" a pintura mostrando amarelo aos dois jogadores num lance em que André Pinto agredira Dourado e por isso devia ter visto um vermelho directo.
No regresso para o segundo tempo o Vitória entrou melhor e Valente num remate acrobático só não fez um golo espectacular porque Marafona se lhe opôs com uma defesa de elevada qualidade naquilo que parecia o prenúncio de um segundo período em cheio.
Mas depois mais dois lances a relembrarem a primeira parte.
Aos 52 minutos o bracarense Filipe Augusto, quando Otávio se lhe escapava, atingiu o jogador vitoriano na cara numa agressão clara e merecedora do respectivo cartão vermelho mas o árbitro, medroso, ficou-se pelo amarelo.
Logo a seguir num lance em que a defensiva vitoriana deu todo o espaço aos dianteiros adversários a bola foi bombeada para o coração da área onde apareceu Josué (desta vez o nosso) a fazer uma "assistência" perfeita para Hassan finalizar sem problemas devolvendo a vantagem no marcador a quem nessa altura já em nada o justificava.
E lá teve o Vitória de ir,outra vez, atrás do prejuízo.
O que fez em dois minutos quando Otávio (quem havia de ser?) caiu na área bracarense e o árbitro entendeu marcar um penálti mais que discutível e mostrar o segundo amarelo a André Pinto (aqui escreveu-se direito por linhas tortas) que foi finalmente para a rua deixando o Braga em inferioridade numérica.
Com meia hora para jogar, o Braga em inferioridade e vindo de um jogo europeu na quinta feira anterior, passou a olhar-se para o triunfo vitoriano como a possibilidade não só mais admissível como até exigível.
A verdade é que o Vitória, tal como na semana anterior face ao homónimo setubalense, não soube tirar partido da vantagem numérica.
E a forma como Sérgio Conceição mexeu na equipa ajudou a isso.
Porque quando se esperava que em vantagem o Vitória jogasse com dois extremos abertos e Valente ao lado de Dourado assistiu-se a mexidas na equipa muito difíceis de compreender.
Primeiro trocando Valente por Vítor Andrade o que desde logo, face à inexistência de outro ponta de lança no banco, impediu a equipa de jogar com dois homens na área tirando partido da complementaridade entre eles que já noutras ocasiões tem demonstrado ser eficaz.
A que acresce o facto de Vítor Andrade, uma vez mais, ter dado um "festival" de egoísmo e falta de capacidade de jogar para a equipa tornando completamente improdutiva a sua entrada em campo.
Depois a substituição de Bouba por Hurtado visando aumentar a pressão ofensiva faria sentido não foras ter criado uma problema "aritmético" chamemos-lhe assim.
É que o relvado só tem duas faixas e jogando com três extremos (Andrade,Hurtado e Licá) um deles estava a mais e teria de derivar para terreno que não são os seus mas seriam de...Valente se estivesse em campo.
Finalmente a troca de Licá por Francis, um extremo por outro, manteve as coisas como estavam em termos de excesso de flanqueadores embora o brasileiro no pouco tempo que esteve em campo ainda tenha conseguido inquietar a defensiva bracarense num lance em que foi muito mais rápido que o seu marcador mas escorregou na pior altura.
Antes de acabar ainda tempo para um bracarense, provavelmente com azia, pisar ostensivamente Bruno Gaspar num lance que o árbitro preferiu não ver do que ter de mostrar um vermelho ao jogador arsenalista.
Em suma um empate que soube a muito pouco e um "borrego" que continua vivo porque o Vitória, embora amplamente merecedor do triunfo, não o soube "matar".
Defendendo mal, dando golos de avanço e não sabendo tirar partido da vantagem numérica para resolver o jogo a seu favor.
Pelo meio reagindo bem ás desvantagens, jogando bom futebol e encostando o Braga ás cordas especialmente nos segundos 45 minutos.
Os paradoxos de uma equipa que fica sempre a dever a si própria mais qualquer coisa...
O árbitro, Fábio Veríssimo, fez um trabalho  disciplinarmente fraquíssimo perdoando mais dois vermelhos aos jogadores da casa e com isso tendo influência no resultado da partida.
O penálti sobre Otávio é muito duvidoso e nos três golos anulados por fora de jogo a Bouba(!!) esteve seguramente bem em dois e provavelmente bem no primeiro embora aí haja lugar a algumas duvidas.
Demasiado inexperiente e pressionável para um dérbi destes.

4 comentários:

Anónimo disse...

O primeiro golo anulado ao Vitória é completamente legal. A lei diz que no fora do jogo todas as partes do corpo com que se pode jogar a bola contam para se aquilatar se o jogador está ou não em fora de jogo. O pé do jogador do Braga coloca em posição legal o Josué. Além de que, diz a mesma lei, em caso de dúvida beneficia-se o atacante... Mas, na minha opinião, o maior dos roubos nem está ai. A partir do momento do 3-3 o árbitro deixou simplesmente o tempo passar. Com um anti jogo da equipa forasteira capaz de enervar um santo, além de que mostraram uma agressividade fora do normal. A quebra do ritmo do jogo por parte do Braga, com total permissão da equipa de arbitragem foi aquilo que nos impediu de trazer os 3 pontos. E isso sim foi um autentico roubo. Deixou sempre jogar e depois do empate apitava por tudo e por nada e deixava que se demorasse quase 3 minutos para se cobrar um livre. São aquelas habilidades que passam em claro a muitos, mas que quem anda no meio sabe bem como se faz.

Anónimo disse...

A analise do anonimo e do Luis complementam-se.
Arbitro muito fraquinho e sem categoria para um jogo destes.
Andou sempre preocupado com as compensacoes dos erros que foi cometendo.
Alguem que se quis sempre esconder do erro, fingindo deixar jogar quando o problema era nao saber como apitar...
Teve influencia directa no resultado.
Uma lastima, ao nivel da arbitragem portuguesa e da lideranca futebolistica actual, que ambos os clubes fizeram por eleger...
Jose Vieira de Castro

Anónimo disse...

Deixe-me salientar as exibicoes dos dois Josue's. Ambos com muita influencia no jogo e nos golos do Braga. Um teve uma exibicao miseravel com dois passes que encontraram o outro Josue no caminho que fez o que sabemos. O outro Josue, o deles, com um comportamento miseravel à medida que o jogo foi andando. Provocador, simulador, maldoso, pouco profissional para com os restantes colegas de profissao. Este nao me admirou. Atendendo às suas origens pouco melhor esperava. O outro, o nosso, esperava bem mais. Mais tranquilidade, mais calma, mais classe, melhor influencia no jogo. Passou ao lado do jogo.
Jose Vieira de Castro.

luis cirilo disse...

Caro Anónimo:
É verdade o que diz. Depois de ver as repetições constata-se que Josué não está em fora de jogo. Mas o fiscal de linha não tem repetições e por isso aceita-se o erro. Quanto ao resto estou de acordo porque o árbitro de facto prejudicou o Vitória em vários aspectos do jogo. Especialmente nos disciplinares em que poupou o Braga a mais vermelhos. E se André Pinto tem sido expulso na agressão ao Dourado teriam de jogar em inferioridade numérica desde muito mais cedo.
Nos descontos não se jogou nem um minuto. Artistices já conhecidas.
Caro José Vieira de Castro:
Eu já tinha escrito, antes do jogo, que este árbitro me deixava muitas duvidas devido à sua inexperiência. Infelizmente tive razão. Mas enquanto os clubes pactuarem com Vitor Pereira não saímos disto.
Quanto aos dois Josué subscrevo.
O nosso esteve abaixo do que lhe é habitual e teve responsabilidade em dois golos.
O outro esse esteve ao "nível" que lhe conhecemos. O de gandulo sem remissão.
Um personagem execrável sem respeito pela profissão e pelos colegas