segunda-feira, agosto 06, 2012

"Tea Party" do Pontal

Sou dos muitos que acredita no PSD como um grande partido popular e democrático, interclassista e transversal a toda a sociedade portuguesa.
Um partido genuinamente social-democrata.
Na prática politica, na ideologia económica e social, na concepção de sociedade que defende.
Um partido de enorme implantação autárquica (de há muito o partido que lidera mais autarquias), um partido de trabalhadores, de profissões liberais, de empresários, de professores, de jovens.
Um partido como este não pode ter medo á rua.
Nem deixá-la “abandonada” para a esquerda mais ou menos folclórica, para os sindicatos profissionais da contestação a todos os governos, para as manifestações de vários grupos organizados no insulto e na provocação.
O PSD, desde o tempo bem difícil do PPD, foi sempre um partido que soube estar na rua, junto do povo, na defesa das suas causas.
Fosse no poder fosse na oposição.
Daí a existência de pelo menos dois momentos por ano em que o PSD vinha para a rua.
O “Chão da Lagoa” na Madeira e a Festa do Pontal no Algarve.
Esta ultima herdada dos tempos de Sá Carneiro (ainda realizada nos arredores de Faro) e que se mantém bem viva muito por força da persistência do PSD /Algarve e da saudável teimosia do José Mendes Bota que não a deixou acabar mesmo em tempos em que o partido teve líderes que fugiam dela como o diabo da cruz!
Este ano, por razões que não conheço mas que também considero irrelevantes porque inaceitáveis sejam quais forem, o PSD resolveu “fugir” da rua e encafuar-se num hotel de quatro estrelas!
No conforto das instalações hoteleiras, quiçá com ar condicionado que abrigue da maçada do calor estival, longe de eventuais tentativas de contestação organizada pelos tais profissionais da arruaça mas mais longe ainda do povo.
E sem povo não há festa.
Nem PSD!
Porque o povo do PSD é o povo das bifanas e das cervejolas, da musica popular e do convivo entre todos, do saudável interclassismo que é a nossa marca genética.
Pode ser “podre de chique” (como diria o inefável Dâmaso Salcede de “Os Maias”) ir para um hotel com os cavalheiros a beberem o seu gin tonic e a debicarem um croquetezinho enquanto as senhores bebem chá e comem scones, mas convém não esquecer que as eleições se ganham é com a malta das bifanas e das cervejolas.
E essa gosta pouco, muito pouco, de se ver cada vez mais posta de lado em detrimento dessas elitezinhas que às vezes nem o próprio voto valem.
Exagero?
Talvez.
Mas daqui a um ano se verá…
Depois Falamos

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