Não só por ser o primeiro partido da direita radical a conseguir representação parlamentar mas também porque o seu crescimento foi exponencial passando de um deputado em 2019 para sessenta em 2025 tornando-se o segundo maior partido parlamentar e assim quebrando uma lógica com 50 anos na qual PSD e PS eram sempre os dois maiores partidos.
Por tudo isso mas também pelas polémicas de que o seu percurso ainda curto se reveste, boa parte delas da sua própria responsabilidade, o Chega tornou-se alvo apetecível para uma investigação aprofundada das suas raízes, da forma como nasceu, quem o financia, quem nele milita e quais as suas causas.
Foi o que fez Miguel Carvalho neste livro que resulta de anos de investigação, de centenas de conversas com militantes e dirigentes do partido, com ex militantes e ex dirigentes e com pessoas de algima forma ligadas ao Chega bem como a consulta de muitos e muitos documentos que foram facultados ao autor.
É uma investigação exaustiva, a merecer aplauso pela profundidade, mas que tem de ser lida com algum distanciamento crítico porque o seu autor é alguém que manifestamente não gosta do Chega e ao longo das mais de 700 páginas é muito mais comum o realce ao negativo do que a exposição do positivo.
Ainda assim um excelente livro cuja leitura permite conhecer muito melhor o Chega e que por isso recomendo.
Depois Falamos.

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