
"Patriota", as Memórias de Alexei Navalny, é um livro que li com um misto de sensações.
De agrado porque é muito bem escrito e se lê com enorme interesse dado ser um retrato fidedigno não só da vida deste herói dos nossos tempos como também do que é a Rússia actual sob a pata ditatorial de um genocida chamado Vladimir Putin.
Com tristeza porque percebe-se ao longo das suas mais de 500 páginas que o autor pese embora a dura repressão de que foi alvo mantém uma enorme esperança em ver um futuro melhor, mais livre e mais democrático para o seu país e sabe-se que isso não acontecerá, no que a ele toca, porque foi assassinado na prisão em 2024 por ordem de Putin.
De revolta por no século XXI ainda existirem ditaduras, como na Rússia, e ditadores como Putin que mandam matar quem se lhes opõe, quem os incomoda, quem quer acabar com os seus regimes ditatoriais e criminosos onde o povo vive com enormes dificuldades e o ditador e os seus próximos são fabulosamente ricos.
Quanto ao livro propriamente dito ele divide-se em duas grandes partes.
A primeira são as memórias de Alexei Navalny de infância e juventude, da ida para a universidade, da participação política,do activismo cívico, da sua vida familiar, da criação e trabalho da Fundação Anticorrupção empenhada na denúncia da corrupção no topo de hierarquia do Estado e nas riquezas fabulosas de Putin e seus lacaios.
Curiosamente o livro começa com o envenenamento de que foi alvo e que quase o matou em 2020 e o regresso à Rússia em Janeiro de 2021 altura em que foi imediatamente preso e passou os três anos seguintes na prisão até ser assassinado em Fevereiro de 2024.
A segunda parte é composta pelo diário que escreveu durante os anos em que esteve preso e onde descreve o que é o sistema prisonal russo com toda a sua brutalidade e todas as suas incoerências.
Em suma um livro extraordinário escrito por um homem também extraordinário e que deve ser de leitura obrigatória para todos quantos se interessam pelos tempos que vivemos e pela situação política internacional.
E aqueles que defendem o regime russo e o ditador Putin bem fariam em também o lerem.
Podia ser que ganhassem vergonha na cara!
Depois Falamos.