quinta-feira, dezembro 04, 2008

Coitadinho do SLB



Imagem:http://pfrcartaxo.blogspot.com

Publiquei hoje no Correio do Minho este artigo

Coitadinho do SLB

No passado fim de semana um “certo” Portugal desportivo preparava-se para entrar em festa.
O Portugal dos jornalistas e comentadores tendenciosos, o Portugal daqueles que são pelos que ganham mais vezes apenas porque…ganham mais vezes, o Portugal que vê na vitória dos outros o consolo para a incapacidade de assumir e valorizar o que é seu.
Mas também o Portugal dos três diários desportivos , o Portugal do “Dia Seguinte” e do “Trio de Ataque”, o Portugal que vive a três cores (especialmente a vermelha), o Portugal que mete futebol em todos os telejornais de todas as televisões.
Mas então a que se devia essa anunciada festa, provavelmente só comparável ao Euro 2004 ou á Expo 98, que ia trazer milhões de portugueses para a rua ?
Simplesmente , anunciavam os entendidos e assumiam os seis milhões, o Benfica ia chegar á liderança da Liga sagres.
Á décima jornada e ultrapassando o Leixões !
Não ganhá-la, bem entendido, mas apenas após três anos e meio em que o sol brilhou menos, a inflacção cresceu e Portugal entristeceu, ia assumir a liderança de um campeonato que nos últimos quinze anos ganhou apenas duas vezes.
Esse Portugal, os seis milhões, as casas do Benfica em todo o país preparavam-se para mergulhar numa verdadeira histeria, aliás bem maior do que a alegria do “modesto” Leixões meritório líder de uma prova que nunca tinha liderado.
Azar !
Esqueceram-se de avisar o Setúbal e subestimaram Quim.
Os sadinos, não se achando na necessidade de prestar vassalagem, jogaram uma bela partida de futebol, fizeram o seu trabalho e mereceram o resultado.
Quim, com mais um “frango”, ajudou a estragar a festa anunciada.
Coitadinho do SLB que lá ficou mais uma semana atrás do Leixões e vendo nos retrovisores a perigosa aproximação de Porto e Sporting.
Tudo isto para realçar a pobreza intelectual com que alguns fazem jornalismo neste país.
Transformando uma possível alteração classificativa, á décima jornada, num facto a merecer amplo destaque na cobertura noticiosa do Benfica-Setúbal e em todos os comentários produzidos entre o empate do Leixões com a Naval e a partida no estádio da Luz.
Como se o Setúbal não existisse e a crise financeira global fosse resolvida pela ascenção do SLB á liderança do campeonato.
É contra este estado de coisas que aqueles que acreditam “noutro” futebol, noutra verdade desportiva, noutra igualdade de tratamento dos clubes por parte da generalidade da comunicação social, tem de se bater.
Mas não nos iludamos ; a primeira “guerra” a ganhar é uma guerra interna .
A guerra de os principais clubes “alternativos” terem dirigentes á altura das responsabilidades e dos desígnios históricos das colectividades.
Dirigentes que não tenham simpatias pelos chamados grandes, dirigentes que não lhes prestem vassalagem, dirigentes que não misturem negócios das suas empresas com os interesses dos seus clubes, dirigentes que não se prestem a papeis menores em troco de cinco minutos de fama e luzes da ribalta.
E esse é um desafio que não pode ser mais adiado.
Sob pena de daqui a cinquenta anos os que por cá andarem continuarem a falar do mesmo que aqui hoje se falou.

BOLA CHEIA
Ronaldo
A conquista por Cristiano Ronaldo da Bola de Ouro, que junta á Bota de Ouro, e a previsível escolha por parte da Fifa como Melhor jogador mundial do ano é um facto extraordinariamente positivo para o futebol português.
Que vê consagrar um dos seus como o melhor do mundo no desporto mais mediático do planeta.
Que sirva de incentivo para os clubes apostarem nos jovens talentos nacionais.

BOLA VAZIA
Rui Costa
Soube construir como jogador uma excelente imagem em termos de opinião pública.
Porque foi um executante de eleição, sem dúvida, mas também porque soube afirmar-se como um cavalheiro.
Como dirigente do Benfica, infelizmente, começa a estragar essa imagem envolvendo-se em polémicas inúteis com as arbitragens.
Tome como exemplo a Quique Flores, e não a Luís Filipe Vieira, e pode ser que ainda vá a tempo de ser como dirigente o que foi como jogador.
Um exemplo.

4 comentários:

Rui Rodrigues disse...

Tem toda a razão.
A cultura SLB é a prova provada de que somos um país culturalmente atrasadissimo

Anónimo disse...

Só fico contente com as derrotas dos três da vida airada!

luis cirilo disse...

Caro Rui:
É verdade.
Caro Tony:
Também eu

Nuno Costa disse...

Sem comentários meu caro... Sem comentários...