Autárquicas (7) Oeiras

Oeiras é o município do país em que o resultado das próximas autárquicas é mais fácil de prever.

Isaltino de Morais vai ser reeleito com uma tranquila maioria sendo completamente indiferente saber-se quem será o candidato do PS, ou de qualquer outro partido, porque a esse tocará pela certa uma enorme e inevitável derrota face ao invencível Isaltino.

Com três curtas notas a complementar.

A primeira para reconhecer sem qualquer dificuldade que Isaltino tem uma obra formidável em Oeiras transformando um dormitório de Lisboa num concelho moderno e desenvolvido que está na linha da frente dos municípios portugueses. E os oeirenses reconhecem-lhe esse mérito reelegendo-o sucessivas vezes.

A segunda para constatar que tendo Isaltino sido condenado, preso e cumprido pena por actos praticados enquanto presidente de câmara é no mínimo muito discutível que possa voltar a exercer funções no exercício das quais teve comportamentos que a Justiça considerou como criminosos.

Sabe-se que os eleitores oeirenses estão-se positivamente marimbando para isso mas não é no plano da popularidade que este assunto devia ser encarado pelos legisladores. Como não o fizeram nada há a opõr, no plano da legalidade, a esta recandidatura. Até porque se houvesse teria de ser em 2017 e não agora.

A terceira para constatar a enorme contradição em que mergulhou o PSD neste caso de Oeiras.

Porque percebendo-se , e aceitando-se no plano da estratégia política e do pragmatismo dos factos, a decisão inatacável da concelhia de Oeiras em defender o apoio a Isaltino ao invés de enveredarem por uma candidatura própria que dificilmente teria um resultado melhor do que humilhante com tudo que isso teria de comprometedor para o pós Isaltino, já se tem muita dificuldade em perceber que a direcção nacional aceite essa estratégia face a tudo que Rui Rio afirmou ao longo dos anos sobre casos como o do autarca de Oeiras.

Em suma Isaltino vai ganhar e o PSD de Oeiras também.

O PSD nacional mesmo ganhando...perde. Em credibilidade e em coerência. Naquilo que será mais uma labareda no fogo interno que se pressente arder de forma cada vez mais intensa.

Depois Falamos.