No desagradável, para o Vitória, jogo de ontem na Choupana só vi um factor positivo e que reforçou convicções que tenho desde há muito.
E esse factor foi a forma como Pedro Mendes, o ponta de lança do Nacional, não festejou o golo da sua equipa por respeito para com o Vitória e para com Guimarães pese embora a importância de que ele se revestiu para a sua actual equipa.
Nas imagens televisivas é bem patente o conflito que viveu nesses momentos entre a alegria profissional de ter marcado um golo importante para a sua entidade patronal e a tristeza derivada do facto de o ter feito a um clube da sua Terra e do qual é adepto.
Pedro Mendes nasceu em Guimarães, fez parte da sua formação no Vitória e depois (como tantos outros) não sendo devidamente aproveitado saiu, continuando em Guimarães, rumo ao Moreirense onde concluiu a formação e se transferiu para o Sporting a cujos quadros pertence.
Nos "leões" actuou pelos sub-19, sub 23 e chegou a jogar e a marcar pela equipa principal na temporada passada tendo esta época sido emprestado, primeiro ao Almeria e agora ao Nacional, para rodar e ganhar a experiência para posterior regresso a Alvalade.
Em suma é mais um vimaranense e vitoriano que o Vitória não soube aproveitar.
Mas é também um vimaranense e um vitoriano fiel às suas origens e com enorme respeito por elas como ainda ontem o demonstrou.
E a atitude do Pedro Mendes reforça a minha convicção de há muito que o futuro do Vitória não podendo assentar exclusivamente em jogadores vimaranenses ,ou que no Vitória tenham feito a sua formação (é pena mas a região em que nos inserimos não tem dimensão para nos permitir sermos um Atlético de Bilbau), deve passar prioritariamente por aí.
Pelos nossos.
Por aqueles que quando perdem lhes dói a dobrar porque perdem enquanto profissionais mas também enquanto adeptos e sabem desde meninos o quanto custa perder com a nossa camisola e o quanto sabe bem ganhar com ela.
Por profissionais mas também vitorianos incapazes de se rirem depois de uma derrota, incapazes de alegres confraternizações com quem nos derrotou, incapazes de abraçarem quem nos denegriu e ofendeu.
Por gente que sinta o Vitória.
O Pedro Mendes é um exemplo disso.
Como o são também o João Pedro, o Paulo Oliveira, o Tomané, o Cafu, o Miguel Silva e outros que estando actualmente a jogar noutros emblemas nunca esconderam o seu vitorianismo e o seu amor ao Vitória.
Como no passado o fizeram nomes grandes do nosso clube como Daniel Barreto, Abreu ou o "outro" Pedro Mendes.
É com gente dessa, e quem sabe se ainda com alguns destes que citei, que se constrói o tal Vitória maior, mais forte, melhor com que todos sonhamos há demasiado tempo.
Com gente nossa.
Depois Falamos.
P.S. Espero que um dia o Pedro Mendes ainda volte a vestir a nossa camisola que é também a dele. E penso no jeito que nos daria tê-lo esta época no nosso plantel. Sem entrar em comparações que não vale a pena.
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