Não se leia este texto como mais um no coro condenatório de Sérgio Conceição ou mais outro a branquear algumas das suas reprováveis atitudes.
É apenas uma reflexão sobre um dos principais protagonistas da nossa Liga.
Não o conheço pessoalmente.
Acompanhei a sua excelente carreira como futebolista, um dos melhores da sua geração, e acompanho agora o seu percurso como treinador já com algum palmarés e actualmente ao serviço de um dos maiores clubes portugueses.
E confesso que tenho alguma dificuldade em o perceber.
Em perceber um homem que fora dos relvados mostra ser inteligente, ter um discurso bem elaborado, valores humanos importantes, pensamento estruturado e um muito razoável sentido de humor (vi com muito interesse a excelente entrevista que recentemente concedeu a Fátima Campos Ferreira) mas quando está no banco do FCP transfigura-se totalmente e torna-se naquele homem irascível, descontrolado, excessivo, malcriado até ,que não mede atitudes nem consequências e que por isso já foi expulso dezanove vezes na sua carreira de treinador quatro das quais só na presente época.
É um caso de dupla personalidade, uma aplicação ao futebol do "Estranho caso de Dr Jekyll e Mr. Hyde", uma personalidade em permanente conflito interior.
Creio que é tempo de Sérgio Conceição reflectir (se necessário com uma verdadeira ajuda do conselho de disciplina) sobre a forma como se posiciona no futebol antes que acabe por se destruir a si próprio no corolário de tão constantes conflitos de personalidades divergentes.
O que seria uma pena para ele, logicamente, mas também para o futebol onde o seu talento tem um papel a desempenhar.
P.S Ontem em Moreira de Cónegos foi expulso no final do jogo face aos protestos junto do árbitro Hugo Miguel. Há que dizer que tendo razão para protestar, porque árbitro e VAR não assinalaram duas grandes penalidades a favor do FCP nos minutos finais, não pode nunca fazê-lo daquela forma. E espera-se que desta vez o conselho de disciplina haja em conformidade. Até para bem dele.
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