Defendo de há muito a evolução do nosso sistema eleitoral para os círculos uninominais em que os deputados começam por ser eleitos em função da avaliação que os eleitores fazem dos seus percursos pessoais e profissionais e depois a reeleição depende do seu trabalho parlamentar e do conhecimento que dele dão ao seu circulo eleitoral.
Trabalham no parlamento, visitam assiduamente o circulo, contactam com os eleitores, resolvem-lhe problemas, representam a região no parlamento de forma condigna e são reeleitos com todo o mérito e toda a naturalidade.
Não o fazem e já sabem que na eleição seguinte são substituídos.
Este método prestigia a política, defende os bons deputados e exclui os maus permitindo a cada eleitor uma avaliação muito mais correcta e criteriosa do deputado em que vota.
Vem isto a propósito de hoje no parlamento dezasseis deputados do PSD terem votado favoravelmente uma proposta de lei do PS que permite a adopção de crianças por casais homossexuais o que sendo uma "modernice" tão do agrado de uma certa esquerda que á falta de melhor se entretém com causas a que chama "fracturantes" vai contra a doutrina e a posição do PSD e contra o sentir da esmagadora maioria do seu eleitorado.
Eu sei que neste tempo do mediatismo a qualquer preço e do imediatismo das redes sociais isto de parecer moderno (modernidades destas dispenso bem) é chique, fica bem e dá "palco" a quem eventualmente tenha complexos de não ser tão "moderno" como os colegas de outras bancadas.
Acontece que no actual sistema eleitoral, em que se vota no candidato a primeiro ministro e quando muito nos cabeças de lista de cada circulo, é fácil fazer "gracinhas" destas à custa de votos que não os mandataram para posições assim tão "vanguardistas" porque em próximas eleições lá vão no pelotão dos incógnitos livres da sanção merecida.
Claro que num circulo uninominal em que tivessem de explicar aos seus eleitores esta "modernice" a esmagadora maioria deles pensaria bem antes de ser armar em "modernaço" ou "modernaça".
Em boa verdade com círculos uninominais nenhum deles estaria lá.
Por razões tão óbvias que me dispenso de as explicitar.
Depois Falamos
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2 comentários:
"... dos seus percursos pessoais e profissionais..."
Profissionais ? Uma grande parte nunca trabalhou na vida, Estudaram, viajaram pelo país a agitar bandeiras, a dar vivas ao partido, a colar cartazes.
Hoje para muitos ser político e ter uma profissão bem remunerada. Enquanto essa tropa não for varrida o país não vai para a frente. Pobre Portugal.
Caro Anónimo:
Não convém generalizar nem exagerar.
COnheço alguns que tem excelentes percursos profissionais. E não são tão poucos como isso
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