sábado, janeiro 19, 2013

Rali de Portugal (3)

Termino esta recordação nostálgica das classificativas a que assisti ao longo dos anos do rali de Portugal falando um pouco dos pilotos que vi correr.
Naturalmente os melhores do mundo no seu tempo.
Sou por natureza algo avesso a escolhas tipo o "melhor do mundo" farto que ando desses debates em torno de dois jogadores de futebol que não são para aqui seguramente chamados.
Diria sobre os pilotos o seguinte:
Guiar os carros de grupo 4 ( e depois as "super bombas" do grupo B) por estradas de terra ou asfalto entre árvores e quantas vezes na borda de precipícios é seguramente muito mais difícil que conduzir um Fórmula 1 num circuito em que as curvas, volta após volta,são as mesmas e a segurança bem maior.
Ser piloto de rali exigia (e continua a exigir) para além do talento uma ponta não depreciável de loucura!
Pois dos que vi destacaria:
O mais espectacular de todos foi sem duvida Ari Vatanen.
Arrepiava a forma como conduzia sempre nos limites.
O mais cerebral penso ter sido Markku Alen enquanto o mais intuitivo foi Hannu Mikkola.
Aquele que mais prometia, mas que a morte levou cedo num acidente penso que no rali da Córsega, foi Henri Toivonen.
Lembro-me de uma edição em que pilotando um Talbot de grupo 2 andava a discutir primeiros lugares com os muito mais poderosos carros de grupo 4.
Mas o mais completo dos que vi, em minha opinião, foi Walter Rohrl.
Independentemente do carro, da classificativa, do tipo de piso ou da corrida ser diurna ou nocturna era completissimo.
Mas houve muitos outros merecerem citação.
Sandro Munari, Michele Mouton, Bjorn Waldegaard, Guy Frequelin, Bernard Darniche, Juhu Kankunnen entre outros.
Entre os portugueses há três nomes incontornáveis.
Francisco Romãozinho que no seu caracteristico Citoen DS conseguiu várias participações de relevo.
Joaquim Moutinho que num Renault 5 Turbo chegou a vencer uma edição do rali (único português a consegui-lo) marcada pela desistência de todas as equipas de fábrica por questões de segurança.
E a dupla vimaranense António Rodrigues/José Cotter que num Lancia Rally 037(na foto),totalmente privado, no rali de 1984 fizeram uma excepcional 1ª etapa entre Lisboa e Póvoa de Varzim batendo-se de igual para igual com as poderosas equipas de fábrica em todas as classificativas.
Memórias muito pessoais de tempos emocionantes do rali de Portugal.
Depois Falamos

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