
A História julgará Jorge Nuno Pinto da Costa.
Com a imparcialidade e o distanciamento temporal adequados e necessários a fazer um retrato tão perfeito quanto possível do homem e do dirigente agora desaparecido naquilo que ele teve de bom e de mau, de correcto e de incorrecto.
Reconhecendo o seu papel destacado enquanto dirigente do F.C. Porto e os inúmeros titulos e troféus conquistados na sua presidência não posso também esquecer do muito de negativo que ocorreu durante esse longo tempo em que presidiu a um dos maiores clubes portugueses e foi directamente responsável por atitudes e factos que a Justiça nunca terá levado até ao fim na respectiva avaliação.
Já para não falar na gestão do próprio clube porque essa não me diz minimamente respeito dado não ser associado nem sequer adepto do F.C Porto.
A Historia o julgará e eu não sendo historiador não tenho qualquer veleidade de a substituir.
Deixo por isso apenas o meu testemunho de pessoa que num período de quase trinta anos, e quase sempre enquanto dirigente do Vitória excepto num caso, contactou várias vezes com Pinto da Costa e quase sempre no contexto de jogos entre os nossos dois clubes.
A primeira vez foi em 1998, se não estou em erro, quando antes de um Vitória-Porto lhe fui apresentado por António Pimenta Machado e estivemos breves minutos à conversa (em que também participou Reinaldo Teles) e da qual recordo apenas o me ter perguntado por um "miúdo" que na época anterior tinha jogado pelo Vitória nas Antas e o tinha deixado particulamente bem impressionado.
Esclareci-o que esse miudo estava então a rodar no Felgueiras mas voltaria ao Vitória no final da época porque era um jovem talento em que o Vitória depositava muitas esperanças ao que Pinto da Costa me respondeu "...é bom é"..." e por aí ficamos.
Falávamos de Pedro Mendes que depois de brilhar no Vitória se sagraria campeão europeu pelo Porto.
Depois dessa conversa tive várias oportunidades dispersas nos anos de contactar com Pinto da Costa quer em conversas mais ou menos informais antes e depois de jogos e uma outra em que a meu pedido me recebeu no seu gabinete no "Dragão"( o tal caso em que eu não era era na altura dirigente e o contexto não era de jogo entre os dois clubes) e em que falamos longamente sobre Vitória, Porto, futebol português, jogadores e treinadores e outros assuntos que já nada interessam no tempo presente.
E de todas essas conversas guardo de Pinto da Costa a imagem de uma pessoa simpática, afável, extremamente educada, grande conversador e senhor de um sentido de humor e uma ironia incomparáveis.
É essa a imagem pessoal que quero guardar dele.
Do resto que se encarregue a História.
Que descanse em paz.
Depois Falamos.
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