terça-feira, outubro 03, 2023

Difícil

Sem ironia devo dizer que sempre tive a maior das compreensões perante a evidente dificuldade de num país de cultura desportiva pobre, como o nosso, se publicarem três diários desportivos.
É fácil supor que deve obrigar diariamente muitos jornalistas a um tremendo esforço de imaginação para alinhavarem umas linhas, comporem uns textos , travestirem nada em notícias.
Especialmente quando essa pobre cultura desportiva concentra a intensidade ( um termo em voga...) noticiosa em três clubes acerca dos quais se escrevem diariamente as maiores irrelevâncias que é possível imaginar mas que ajudam a encher páginas atrás de páginas para as quais, em boa verdade, vai havendo consumidores embora ,ao que parece, cada vez menos compradores.
Já o povo diz, na sua infinita sabedoria, que "todo o burro come palha a questão é saber dar-lha"! Acredito portanto que quando o encher páginas passa desses três clubes para os outros a dificuldade ainda deve ser maior porque embora dedicando-lhes muito menos espaço há aquela obrigação de escrever diariamente qualquer coisinha para tentar segurar os leitores que compram por causa desses clubes e não da alienação em torno dos outros três.
Tratando-se do Vitória, claramente o quarto clube em número de adeptos, essa "exigência" ainda está mais presente porque é em temos potenciais também a quarta massa associativa em termos de compradores de jornais.
E por isso deve haver dias terríveis em que na falta de notícias mas perante a necessidade de escrever se agarram a qualquer coisa para dela fazerem notícia.
Acreditando eu que nesses momentos deve ser muito bem vinda qualquer sugestão amiga para se escrever qualquer coisa que seja e cumprir o dever diário com agrado de todas as partes.
Do jornalista que escreveu, do amigo que sugeriu aquilo que gostaria de ver escrito e possivelmente de quem em torno do amigo considera que enquanto se escreve sobre "x" não se escreve sobre "y".
É o chamado negócio perfeito.
O único senão é saber se os destinatários compram o jornal e mais do que isso compram esse conceito de jornalismo.
Mas a fé é cada vez mais o último reduto de tanta coisa...
Depois Falamos.

Nota: Fico naturalmente satisfeito por saber que Paulo Turra é um especialista em reviravoltas. Que não lhe tendo até agora valido muito em termos de carreira podem sempre dar jeito em qualquer momento. Espero é que ponha a equipa a jogar um futebol que torne as reviravoltas algo de muito raramente necessário. É que elas nem sempre acontecem.

2 comentários:

Miguel Silva disse...

As notícias têm de ser disponibilizadas pelo clube. É uma das funções do departamento de comunicação, e é isso que os outros clubes fazem. Esse departamento tem como obrigação dar material à imprensa para alimentar (e controlar) o guião noticioso. Se o clube não 'fabrica' informação (sim, a informação é um produto!), os jornalistas têm de a inventar. Acho que parte da profissionalização do nosso clube ainda está por fazer....

luis cirilo disse...

Caro Miguel Silva:
Há muitas áreas no nosso clube que precisam de evoluir.
Esta notícia , contudo, tem todo o ar de ter sido produxzida a partir do clube o que mostra que nessa área também há a tal profissionalização.