segunda-feira, julho 31, 2017

Anuários

Sou um regular comprador dos anuários desportivos editados pelos jornais portugueses da especialidade.
Cadernos de "A Bola" e guias de "O Jogo" e "Record que leio atentamente quando saem e depois são fonte de consulta ao longo da época pese embora  o serem publicados pouco antes do início da Liga faça com que a 1 de Setembro (fecho do mercado) já estejam razoavelmente desactualizados face às movimentações de jogadores ao longo do mês de Agosto.
Mesmo assim são interessantes e pese embora versarem o mesmo tema (as ligas profissionais de futebol) tenho por hábito comprar os três porque há sempre abordagens diferente a várias matérias que acabam por os tornar complementares.
Naturalmente que sempre os comprei pelo conteúdo e não pela capa porque o que me interessa é mesmo o que lá está inserto e não aquilo que dá em primeiro lugar nas vistas.
Mas este ano mudei o critério.
Que admito que no futuro, azar o meu, me impeça de comprar qualquer um deles.
Mas tantas vezes o "cântaro vai à fonte que acaba por quebrar" que este ano "quebrou" mesmo e resolvi não mais pactuar com a enorme falta de respeito que os jornais desportivos tem para com todos os clubes que não os filhos do "sistema".
Mesmo que seja nas capas dos seus anuários desportivos.
Como em anos anteriores comprei o guia de "O Jogo".
Cuja capa está centrada no "treinador português" e apresenta fotografias dos dezoito treinadores que vão iniciar o campeonato da primeira liga ao serviços dos 18 clubes participantes.
É um critério que trata todos por igual e por isso o comprei.
E também comprei o guia de o "Record".
Que na capa tem um futebolista equipado com as cores da selecção e por baixo do titulo os emblemas dos 18 clubes participantes no campeonato.
Um tratamento por igual que não colidiu com o meu critério.
Mas claro que não comprei os "Cadernos de A Bola".
Nunca o poderia fazer olhando para uma capa que representa tudo que mais detesto na comunicação social em termos desportivos.
A parcialidade, o favoritismo, a falta de isenção e de ética jornalística.
A política de "filhos e enteados" que há muitos anos a esta parte, e não só por causa dos jornais e jornalistas, desgraça a verdade desportiva das nossas competições.
Eu sei que no passado quer O Jogo quer Record já publicaram anuários com capas idênticas em que só apareciam os três clubes do "sistema".
Mas quanto a isso nada a fazer porque o que está para trás não tem remédio.
Mas doravante, tal como não compro as edições em papel de Bola e Record e raramente as de O Jogo, também não voltarei a comprar anuários em que na capa exista uma discriminação clara entre uns e outros.
Já basta o que basta.
Depois Falamos

P.S: Comprarei sempre, isso sim, o guia do jornal "Marca". Anos após ano mais de 400 páginas de grande qualidade sobre o futebol espanhol, europeu e mundial. Aí sim é dinheiro bem gasto pela certa.

6 comentários:

Rui Miguel Ribeiro disse...

Pois, mas acharias estranho ou até aberrante se um jornal desse a mesma cobertura à campanha eleitoral do PPM, ou do MRPP que à do PSD, ou o mesmo destaque aos congressos dos Verdes e do PSD.

luis cirilo disse...

Caro Rui:
Em primeiro lugar a diferença entre os três grandes passivos e os restantes clubes, nomeadamente o meu, não é comparável com a que citaste entre partidos.
Em segundo lugar esses três grandes passivos já são suficientemente ajudados pelo "sistema" (árbitros, observadores, disciplina da Liga) para ainda precisarem deste vergonhoso tratamento de favor da imprensa.
Em terceiro lugar não contesto que os três grandes passivos tendo mais adeptos tenham mais atenção. Mas tudo que é demais é erro.

luso disse...

Curiosamente o Guia da Marca apresentado tem um futebolista do Real Madrid, outro do Barcelona e um terceiro do Atlético de Madrid.
Em que se distingue do d' A Bola?

luis cirilo disse...

Caro luso:
Reparei nisso.
mas também tem os emblemas de outros clubes.
Em que se distingue de A Bola?
Em 365 edições diárias em que pratica um jornalismo que respeita todos os clubes e todas as modalidades sem prejuízo de dar mais atenção aos que tem mais adeptos. Em a Marca a capa não corresponde à prática.Em A Bola a capa é o retrato perfeito da prática

Rui Miguel Ribeiro disse...

Olha que a diferença é mesmo muito grande. Não em certos anos, mas olhando para a história e até à actualidade conclui-se isso.

Passivos???

luis cirilo disse...

Caro Rui:
A diferença é muito grande por várias razões.
A fundamental é que uns tem passivos que ninguém obriga a pagar enquanto outros tem de alocar receitas ao pagamento dos passivos e não à compra de jogadores. E é assim há muitos anos