domingo, junho 29, 2008

Justo

A Espanha foi,com toda a justiça, a vencedora do Euro 2008.
Porque foi a equipa que ao longo de toda a prova jogou melhor futebol,deu mais espectáculo e marcou mais golos.
Venceu os três jogos da primeira fase de forma concludente,eliminou numa partida emotivissima a Itália nos quartos de final,"atropelou" a Russia nas meias finais e deu um "banho de bola" na Alemanha no jogo derradeiro.
De facto a forma como os espanhois se superiorizaram aos alemães foi absolutamente brilhante porque assentou em futebol muito bem jogado,em notória superioridade táctica e numa entrega ao jogo que lhes é tão caracteristica.
Seria um verdadeiro crime lesa futebol que "esta" Alemanha tivesse sido campeã da Europa tal a inferioridade perante a selecção espanhola.
Pontos fortes de Espanha:
Um guarda redes de imensa categoria,que forma com Buffon e Cech o trio dos melhores do mundo na actualidade,um meio campo (catalão curiosamente) com Xavi,Iniesta e Fabregas capaz de enlouquecer qualquer equipa que tenha de enfrentar as suas trocas de bola,um trinco naturalizado(Senna) que de facto é um verdadeiro muro ás ofensivas adversárias e uma dupla de avançados (Torres e Villa) tremendamente eficazes em estilos bem diferentes mas que se complementam.
E depois Capdevila,Guiza,Sergio Ramos,Silva enfim um conjunto de brilhantes jogadores.
Não esquecendo o "velho sábio",Luis Aragonés,que aos setenta anos de idade obtém o seu maior triunfo como treinador.
Ele que já fora um jogador de eleição.
Viva o justo campeão da Europa.
E,á agora,especulemos um bocadinho á volta desta potencial selecção:
Casillas,Bosingwa,Pepe,Ricardo Carvalho e Capdevila. Senna,Xavi,Iniesta e Deco.Ronaldo e Torres.
Não cheira a campeões do mundo ?
Pois,no futebol o Iberismo tinha sucesso assegurado !
Depois Falamos

4 comentários:

Dri disse...

"o iberismo tinha sucesso assegurado".... não me diga que defende que Portugal e Espanha deviam ser um só?

António Lopes da Costa disse...

Há um mês, os espanhóis criticavam o Aragonés. Estavam todos em desacordo com a estratégia, com as opções do treinador e com a própria convocatória.
O que é certo é que os espanhóis não percebem nada de futebol.
Ao contrário do que dizia a opinião pública espanhola, José Mourinho, antes do Euro começar, disse que a Espanha ia ser campeã europeia. Por isso, Mourinho, naquilo que faz, é o melhor do Mundo.
Estavam também contra um treinador, que pôs a Espanha a jogar o melhor futebol da Europa. Os espanhóis não sabem nada de "bola" e por isso acho que é mau se Ronaldo for para Madrid.
Espanha é campeã da Europa, por causa de um conjunto de bons jogadores e da equipa técnica comandada por Aragonés.
Hoje, certamente, ninguém se lembra da controvérsia que gerou a não convocação do Raúl. Ninguém se lembra do que disseram do treinador. Talvez também por isso, Aragonés, mesmo campeão da Europa, vai embora da selecção espanhola...
O sucesso é dos jogadores e dos técnicos. Só.

Anónimo disse...

Perdoe-me o autor deste blog, mas não consigo resistir à maldade de desvalorizar todo o folclore vivido em torno do futebol: choca-me que jogadores, intermediários, dirigentes e outros, ganhem fortunas incalculáveis e fujam frequentemente aos impostos (impunemente)perante a passividade de todos (a imprensa o diz). No nosso país assume dimensão de vergonha nacional que um indivíduo a dar pontapés na bola possa auferir um vencimento de milhões. Ainda que a esfera seja da alta competição e o desporto-espectáculo tenha aqui uma das suas melhores formas. É inaceitável. Não há nada comparável em matéria de desajuste e desequilibrio. Quanto mais pobre é o país maior a tentação!...É tempo da sociedade portuguesa tomar uma posição relativamente a este assunto, bem como a outros igualmente surpreendentes. Têm recorrido ao SNS? Se são como eu e precisam, é tempo de deitarmos as mãos à cabeça. Até.

freitas pereira disse...

Que o autor do ‘blog’ me perdoe também, ele, que sei apaixonado da bola desde a infância, e que conhece bem o sujeito, também é democrata, e portanto perdoará !

Universo de evasão, de diversão social, meio de cloroformizaçao das multidões, das massas, o futebol resta uma arma essencial do condicionamento social.

Primeiro partido com os seus milhões de licenciados e sócios, maior espectáculo do mundo com as suas centenas de milhões de espectadores, o futebol é uma religião universal. Os “mordidos” que entram nos estádios abandonam a sua identidade para se transformarem em máquinas berrantes em sentido único. Verifiquei-o, por acaso, aquando do ultimo Vitoria-Maritimo, numa viagem que fiz à nossa terra. Escrevi no “O Povo de Guimarães” algo sobre o assunto.

O adepto participa na acção e faz desporto por pessoa ‘interposta” ( de interpor). Ele vibra, entusiasma-se, mas não se mexe; ele agita-se freneticamente. Curioso caso de alienação. Com o desporto, actividade incompatível em aparência com a ilusão, encontramo-nos de facto com uma imagem invertida, compensaçao da vida quotidiana.

As forças sociais favoráveis à manutenção da ordem estabelecida souberam pôr no mercado verdadeiros executorios aos medos e angustias; o desporto, e o futebol sobretudo, é o mais poderoso entre todos.

Como as outras alienações, a alienação desportiva não é sentida como tal por aqueles que a suportam, mas, mais que as outras, ela inclui o prazer e a fruição. O futebol é popular, o que o torna intocável. Não se hesita a ver nele um factor de emancipação social e cultural, esquecendo um pouco rapidamente os interesses económicos ( o mercado desportivo) e ideológicos que presidem à sua difusão maciça.

Como descrever de outra maneira, os derivativos lúdicos onde as pessoas são convidadas a investir as suas aspirações reprimidas e mostrar que o capitalismo é capaz de despersonalizar o homem oferecendo-lhe mil e uma ocasiões de identificação gratificante.

Assim foi noutros tempos e continua.