Como dizia Winston Churchill "a democracia é o pior dos regimes à excepção de todos os outros" pelo que vivendo-se em democracia e gostando-se da democracia há que aceitar os resultados eleitorais, por mais absurdos que nos pareçam, quando as eleições são disputadas em liberdade e sem interferências externas como parece ter sido o caso destas eleições americanas.
Que elegeram Donald Trump como presidente dos Estados Unidos pela segunda vez depois do desgraçado mandato 2016/2020 e da forma criminosa como ele terminou.
Mas há que respeitar a vontade dos eleitores.
Que o escolheram, pela segunda vez, repito, o que significa que já conheciam a peça e portanto sabiam bem quem estavam a eleger.
E portanto elegeram um político racista, xenófobo, misógeno e profundamente incompetente a quem no primeiro mandato os colaboradores escondiam alguns assuntos por temerem que simplesmente não os percebesse.
E escolheram um homem malcriado, arrogante, mentiroso compulsivo, desprovido de valores e princípios, que despreza as mulheres e odeia tudo que seja imigrante sem fazer qualquer distinção.
Mas também elegeram um cadastrado, condenado em mais de trinta processos judiciais por falcatruas nos negócios e não só, e um réu em processos que continuam a correr nos tribunais e um deles particularmente grave que se prende com a tentativa de golpe de estado em 2020 quando para tentar anular os resultados eleitorais promoveu um ataque ao Capitólio no qual morreram pessoas e houve dezenas de feridos.
Foi este trastre que os eleitores escolheram.
Um traste que detesta a Europa e particularmente a União Europeia, que não gosta da NATO e cultiva relações mais do que duvidosas com alguns dos mais perigoso ditadores à face da terra.
Daí a alegria com que esta vitória é festejada desde Kim Jong Un a Xi Jinping passando por Aleksandr Lukashenko e por um Viktor Orban que cada vez mais tem menos a ver com a União Europeia.
Quanto a Vladimir Putin esse não deve caber nele de felicidade porque com o seu fantoche novamente na Casa Branca terá mãos livres para fazer o que quiser na Ucrânia face ao mais que prevísivel fim do apoio americano a esse país.
Foi a escolha dos americanos.
Uma escolha que o mundo livre em geral, a União Europeia em particular e a Ucrânia muito em especial tem todas as razões para lamentar ao mesmo tempo que se devem preparar para tempos sombrios que inevitavelmente se avizinham quando na sala oval se sentar de novo um traste chamado Donald Trump.
Depois Falamos.
Nota: Kamala Harris fez o que pôde em apenas três meses de campanha (numa eleição em que não era suposto ser candidata) contra um adversário que passou quatro anos numa permanente campanha de mentiras, falsidades, insultos e promessas que nunca cumprirá.
A culpa da derrota não é dela. É mesmo dos eleitores que elegeram um traste para presidente dos EUA.