Em 2011, no corolário de uma grave crise económica que teve como principal responsável o governo do Partido Socialista liderado por José Sócrates, Portugal enfrentou uma grave crise económica que levou à necessidade de recorrer a apoio financeiro externo dado que o país estava a poucas semanas da bancarrota.
O governo caiu, mau era que não caísse, e das eleições legislativas antecipadas saiu um governo de coligação entre PSD e CDS liderado por Pedro Passos Coelho que teve de impôr ao país um duro programa de austeridade negociado ainda pelo seu antecessor (governo PS) e que obrigou pessoas e empresas a sacrifícios de que todos estarão ainda recordados.
Esse governo, que herdou uma crise da responsabilidade do anterior e teve de governar numa austeridade sem alternativa, foi desde o primeiro minuto violentamente atacado por toda a esquerda, incluindo um desavergonhado e despudorado PS, que completamente insensível à realidade do país apenas se preocupou com um combate político e ideológico sem tréguas e nos quais não houve um momento de solidariedade e conjugção de esforços com quem herdara a crise.
Foi no Parlamento, foi na comunicação social, foi nas sessões políticas dos vários partidos, foi nas redes sociais.
Facebook, Twitter, Instagram e por aí fora estavam repletos de "pontas de lança" especialistas no ataque ao governo misturande verdades, mentiras, meias verdades e meias mentira a seu bel prazer e sem hesitarem nas calúnias, nos boatos, nas suspeições, nos ataques pessoais.
Importava era arrasar o mais possível quer Pedro Passos Coelho quer o governo.
Foi o "vale tudo" no seu esplendor máximo.
Portugal vive hoje uma gravíssima crise de saúde pública a que se sucederá, inevitável e infelizmente, outra severa crise económica face ao impacto do covid-19 nas economias mundiais.
No poder está, de novo, o PS.
Que foi displicente na prevenção da crise, lento na reacção à sua chegada, descuidado nas primeiras acções de combate, hesitante na adopção de medidas mais severas, titubeante na comunicação , teme-se que falso na verdade dos números.
E isso tem suscitado reacções das ordens profissionais, das forças de segurança, das associações sócio profissionais, das centrais sindicais, de alguns jornalistas e comentadores na comunicação social e, naturalmente, nas redes sociais.
E nestas últimas, pasme-se ou talvez não, rapidamente apareceram os moralistas de serviço ao governo verberando qualquer crítica, qualquer reparo, qualquer chamada de atenção para o que está mal na gestão do problema.
"Aqui-del- Rei" que o país está em crise, bramam eles, e é preciso solidariedade, entreajuda, comunhão de esforços e não pode haver lugar a críticas ao governo, à direcção geral de saúde, a quem quer que seja porque isso mina a confiança dos cidadãos nas instituições e abala a moral das pessoas num momento tão difícil.
Pasmoso!
Nalguns casos os mesmissímos que na crise anterior mais se empenhavam no arrasar do governo, perfeitamente nas tintas para a consequência da política de terra queimada que então praticavam tanto quanto podiam, e noutros casos alguns "cristãos novos" do socialismo e da "moral" que acordaram repentinamente para a vida.
Só lhes falta proclamarem que a democracia está suspensa sine dia, como o futebol, e a liberdade adiada para o próximo ano como os jogos olímpicos!
Mas não estão.
Pelo que nas redes sociais em que estou presente (Facebook, Twitter, Blogger) continuarei em democracia a manifestar as minhas opiniões com a liberdade responsável a que tenho direito.
E por isso com bom senso e sentido de responsabilidade, e o comedimento a que as circunstâncias obrigam sem necessidade de "moralistas para o lembrarem, o governo e as instituiçoes dele dependentes continuarão a ser criticados na exacta correspondência com o que merecerem.
É a vida como diria um conhecido socialista.
Depois Falamos
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