Todo este caso da transferência de Rúben Amorim do Braga para o Sporting é um somatório de erros que desqualificam o treinador, os dois clubes envolvidos, as regras do futebol português e tem apenas a duvidosa vantagem de mostar bem o nível de decadência do nosso futebol.
O primeiro erro é que Rúben Amorim nem do Sporting de Braga devia ter sido treinador.
Não tem o nível IV, aquele que permite a um treinador orientar uma equipa da primeira liga, e por isso não devia ter usado, ele e o clube, o subterfúgio de ter um adjunto que tendo esse nível aparecia para os efeitos legais como treinador principal quanto toda a gente sabia que não o era.
O segundo erro é do Sporting que não satisfeito em ter contratado Jorge Silas, treinador de nível III e que portanto também não podia ser treinador principal, na saída deste voltou a cometer o erro de contratar um treinador sem habilitações suficientes para ser treinador principal.
O futebol tem regras e quando dois clubes desta dimensão são os primeiros a contorná-las fica um péssimo exemplo.
O terceiro erro está nos regulamentos.
Que permitem não só que um treinador possa orientar duas equipas do mesmo escalão na mesma época, com tudo que isso encerra de falta de ética e de atentado à verdade desportiva, como ainda permite que possam transferir-se a qualquer momento e não como os jogadores que tem dois períodos de transferência claramente definidos.
O quarto erro é do Sporting de Braga.
Que mal se viu sem um treinador com as habilitações necessárias foi logo a correr arranjar outro, com menos habilitações ainda diga-se de passagem, mostrando uma arrogância que lhe fica muito mal na forma como ostensivamente despreza regulamentos que ele próprio aprovou e argumentando com pretextos que não colhem para o ter feito.
O quinto erro é de Rúben Amorim.
Que ainda não é ninguém como treinador, que viu o Braga após onze jogos na equipa B abrir-lhe as portas da equipa A onde fez treze jogos de bom nível mas apenas isso, e que mal apareceu o Sporting mostrou logo o maior interesse em mudar de ares fazendo tábua rasa das aspirações e objectivos do clube que lhe deu a grande oportunidade de treinar na primeira liga sem ter ainda habilitações para o efeito.
O que vai ganhar a mais em dinheiro ( veremos por quanto tempo...) perdeu em credibilidade, coerência e atitude profissional.
O sexto erro é da SAD do Sporting. Que numa autêntica fuga para a frente pagou uma quantia pornográfica por um treinador sem habilitações, sem experiência, sem curriculo e que não é garantia de absolutamente nada num clube que por falta de dinheiro se viu obrigado a vender Bruno Fernandes, Bas Dost e Raphinha tendo hoje uma equipa inferior aquela onde foi buscar o treinador.
São erros a mais para uma só transferência.
Mas que mostram bem o estado em que está o dirigismo no nosso futebol.
Depois Falamos
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