Citei na altura Ricardo Rio (Braga), Rui Moreira (Porto), Carlos Carreiras (Cascais) e Miguel Albuquerque (Madeira) mas podia ter dado outros exemplos porque eles felizmente não faltam de norte a sul, na Madeira e nos Açores.
Autarcas e governantes regionais que foram mais previdentes, mais activos , mais eficazes do que o próprio poder central e assim contribuiram, e continuam a contribuir, para que as consequências da pandemia não sejam piores do que já são.
Mas também há o reverso da medalha.
Infelizmente.
Aqueles que nada fizeram antes, que pouco ou nada estão a fazer agora, que não coordenam entidades de combate à crise, não reunem com instituições e associações particularmente vulneráveis ao problema (IPSS e lares de idosos por exempo) , não reduziram a actividade dos seus municípios.
Alguns, imagine-se, até aproveitam este tempo em que muita gente está em casa e o trânsito consideravelmente reduzido para acelerarem obras municipais, pavimentarem vias, transmitirem uma sensação de normalidade às populações que não só é falsa como em nada contribui para o combate ao vírus.
Já para nem falar dos que tem como acção mais visível a gravação de vídeos de pura propaganda que depois espalham pelas redes sociais a pretexto de um combate à pandemia para o qual, em boa verdade, não estão a contribuir.
Ou aqueles que tem acesso garantido às televisões e para elas protagonizam "números" que seriam risíveis, se os tempos não fossem trágicos, como o da bilha de gaz.
Porquê?
Porque para eles a prioridade fundamental é, apenas e só, prepararem as autárquicas de 2021!
Esperemos que uma das consequências desta crise seja o reforço do grau de exigência dos portugueses perante os seus eleitos seja no poder local, seja no parlamento/governo, seja na presidência da República.
Especialmente no Poder Local, porque é dele que este texto trata, é demasiado fácil ser presidente de câmara naqueles municipios em que as pessoas votam cegamente num partido, por tradição de longos anos, sem qualquer exigência perante as qualidades para a função de quem estão a eleger.
E depois, em momentos como este, colocam-se nas mãos da sorte, do destino ou de Deus consoante as convicções de cada um.
Depois Falamos.
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