Desde que deixei de ser militante do PSD, em Setembro de 2018, tenho escrito muito pouco sobre questões do partido e quando o faço é apenas numa lógica que se insira numa análise política global que envolva o quadro partidário e a própria situação política nacional.
É nesse contexto que hoje aqui deixo meia dúzia de linhas para dizer que tive pena ao saber que o partido decidiu que este ano não realizará a tradicional Festa do Pontal.
Não por ser um entusiasta do modelo actual dessa festa, em que participei duas ou três vezes na primeira década deste século, porque preferia o modelo do tempo de Sá Carneiro com um piquenique verdadeiramente popular ao invés do jantarinho actual, que de popular tem pouco, mas porque me parece que o PSD perdeu uma grande oportunidade de fazer política "a sério" e ajudar a entalar o PCP e a encenação que por aí anda em volta da Festa do Avante.
Se em vez de cancelar a Festa o PSD a mantivesse para um número restritíssimo de pessoas e mostrasse ao país o seu líder a falar para uma plateia praticamente vazia, como se viu nas cerimónias de Fátima por exemplo, fazendo um apelo à responsabilidade e ao respeito pelas medidas de contenção da pandemia não só marcaria pontos perante a opinião pública como tornaria ainda mais difícil a realização da Festa do Avante.
Porque seria muito díficil para o PCP admitir que perante os portugueses o PSD tinha demonstrado mais responsabilidade e respeito pela saúde pública do que ele próprio.
Dir-me-ão que cancelar a festa do Pontal tem o mesmo efeito.
Não tem.
Porque lhe falta a força das imagens que podem ser arrasadoras como, por exemplo, se viu naquela que mostra o Papa Francisco a orar numa praça de S. Pedro vazia.
O PSD lá sabe da sua vida mas creio que este Pontal de 2020 foi um momento perdido de fazer política com objectividade e acerto.
Depois Falamos.
Sem comentários:
Enviar um comentário