Comemoraram-se ontem os 100 anos do nascimento de Karol Wojtyla que o mundo inteiro viria a conhecer como o Papa João Paulo II.
Sucessor de João Paulo I, cujo papado durou apenas trinta e dois dias e cuja morte alimenta suspeitas nunca esclarecidas, não foi um doutrinador de excelência como Bento XVI nem um reformador como o Papa Francisco mas foi inquestionavelmente uma das figuras maiores do século XX pela influência religiosa, política e humana de que se revestiu o seu pontificado.
Polaco, pondo termo a centenas de anos em que o sucessor de Pedro era forçosamente italiano, vindo detrás da então existente "Cortina de Ferro" (assim baptizada por Winston Churchill outra figura maior do século passado) João Paulo II teve um papel importantíssimo na devolução da democracia aos paises tiranizados pelas ditaduras comunistas controladas pela União Soviética, a começar pela sua Polónia através apoio que deu ao sindicato "Solidariedade" liderado por Lech Walesa, enterrando no caixote do lixo da História a desdenhosa frase de Estaline sobre quantas divisões (militares ) tinha o Vaticano querendo com isso dizer que o Estado Papal não tinha qualquer poder de facto.
João Paulo II provou que tinha e muito ao ponto de a própria União Soviética (saborosa ironia) não ter resistido aos ventos da História que o Papa tão bem se encarregou de ajudar a soprar.
Mas se a sua acção "política" foi importante creio que João Paulo II ficará para a História essencialmente como o Papa que deu novos mundos à Igreja através de sucessivas viagens( foi o primeiro Papa a fazê-lo de forma sistemática) de evangelização por todo o mundo , católico e não católico, sempre recebido por enormes multidões entusiasmdas e tornando-se assim num decisivo embaixador da sua Fé junto de milhões de pessoas que o recebiam com o entusiasmo com que se recebem as grandes estrelas do desporto ou as pop star da música.
À sua maneira, com a sua elevada dose de humanismo e simpatia pessoal, com o exemplo que deu nos anos finais da vida de aceitação do sacrifício de continuar em funções com vísiveis limitações fisícas, pode dizer-se que Joao Paulo II foi um revolucionário ao serviço de uma Revolução que tornou o mundo melhor.
E agora, cem anos decorridos sobre o seu nascimento, é oportuno recordar isso.
Depois Falamos
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