Consumidos com as tristezas deste decepcionante início de época da equipa A muitos adeptos vitorianos nem se terão apercebido,ainda, do drama em que vive a nossa equipa B a fazer um inicio de campeonato quase aflitivo.
A verdade é que a nossa equipa B decorridas nove jornadas do campeonato da II liga se encontra em último lugar na classificação fruto de dois triunfos, dois empates e cinco derrotas deixando fortes preocupações quanto ao resto da prova e à sua manutenção no segundo escalão do nosso futebol.
O campeonato é longo- tem 38 jornadas- e naturalmente que nos 29 jogos que ainda tem para disputar a equipa pode recuperar e alcanças um posicionamento classificativo idêntico ao dos últimos anos que lhe permita manter-se na divisão adequada a ser um "fornecedor" privilegiado da equipa A.
A questão é se tem os recurso humanos-jogadores- necessários a essa recuperação.
Creio que se (quase) todos estamos de acordo sobre a forma insuficiente e descuidada como foi constituído o plantel A não admirará ninguém que na B o panorama ainda tenha sido pior e os resultados estejam em linha directa com isso.
Como é sabido, mas nem por todos lembrado,a equipa B foi criada para ser a última etapa de formação dos nossos jovens vindos dos escalões inferiores e simultaneamente a sua primeira etapa de profissionalismo.
Equivale isto a dizer que (e foi para isso que as equipas B foram criadas) devia ser constituída maioritariamente por jovens portugueses formados no clube a que se juntariam outros jovens portugueses recrutados noutros clubes e excepcionalmente jovens estrangeiros de indiscutível valor que através da equipa B se adaptariam ao clube e ao futebol português antes de transitarem para a A.
É inequívoco que a equipa B do Vitória desde a sua criação em 2012 tem dado excelentes frutos.
Paulo Oliveira, Ricardo, Tiago Rodrigues, Hernâni, Miguel Silva, João Pedro, Tomané, Bruno Alves, João Amorim, Areias, Josué, Luís Rocha,Diogo Lamelas, Bernard, Cafú, Konan, Dalbert, Zitouni, Vigário, Denis Duarte,Xande Silva, Tyler Boyd, Pedro Lemos, Kanu, Raphinha, Zungu, entre outros.
Uns estão no clube, outros transferidos com proveitos económicos, outros que por isto ou aquilo não triunfaram no Vitória mas estão noutros clubes da nossa primeira e segunda liga ou no estrangeiro a fazerem carreiras meritórias.
Num ou noutro caso bem podiam estar ainda no Vitória porque me parece que tinham cá lugar.
Mas, como se diz nos fundos de investimento, rentabilidades passadas não garantem rentabilidades futuras o que equivale a dizer que não é por a equipa B no passado ter obtido bons resultados e formado bons jogadores para a A que isso vai acontecer sempre e de forma automática.
Especialmente se, como nesta época, a sua constituição em termos de plantel tiver sido feita ao "deus dará" sem a elementar preocupação de lhe garantir um grupo sólido, coeso e competitivo para enfrentar um campeonato tão longo e tão duro como o da II liga.
Já todos sabemos que na época passada Vítor Campelos se viu obrigado a utilizar 55 (!!!) jogadores naquilo que deve ser recorde mundial numa equipa de futebol profissional.
Esta época, e nem considerando nomes como Vigário e Marcos Valente que são mais da A que da B, o plantel parece ter trinta e oito jogadores dos quais 20 (!!!) são estrangeiros e 18 portugueses o que obviamente nada tem a ver com um projecto de gestão desportiva racional e pensado mas apenas com o fazer da equipa B um autêntico entreposto de jogadores na esperança de que alguns deem certo e possam reforçar a A ou serem vendidos.
Como pode um treinador, seja ele quem for, gerir um balneário com 38 jogadores de 12(!!!) nacionalidades diferentes de molde a construir a tal equipa coesa e competitiva?
Não pode.
Portugal com 18 jogadores (ainda) é a nacionalidade mais representada mas depois aparece o Brasil com sete jogadores, o Gana a Costa do Marfim e a África do Sul com dois, e Mali,Rússia,Tunísia, Líbia, Luxemburgo, Hungria e Camarões com um cada.
Convenhamos que não faz sentido nenhum seja qual for o ponto de vista.
E por isso a equipa B pena no último lugar da classificação e o seu futuro apresenta-se carregado de preocupações no que concerne à manutenção na II Liga quando o expectável era que após a boa temporada feita na época passada este ano a bitola se mantivesse e a equipa estivesse a fazer um campeonato tranquilo.
Ou seja uma história idêntica à da equipa A ressalvadas as devidas diferenças.
Depois Falamos
P.S. Os dados sobre o número de portugueses e estrangeiros foram retirados do site zerozero e creio , mais um menos um , corresponderem à realidade.
Em relação a este drama da B ainda podia referir mais este ou aquele detalhe mas por hoje não vale a pena. Fica para próxima oportunidade.
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