Periodicamente,
já todos o sabemos, o futebol vai introduzindo nas suas regras e
regulamentos algumas novidades que visam melhorar a qualidade do
espectáculo mas também adequar a modalidade à realidade actual dos
seus praticantes.
O jogador de hoje é mais forte, mais resistente e mais rápido do que o jogador de à cinquenta ou sessenta anos atrás (haverá excepções mas apenas confirmam a regra), tem métodos de treino incomparavelmente melhores e actua em relvados que regra geral são de uma qualidade incomparável com os do passado.
E por isso o futebol tem procurado adaptar-se a isso dentro e fora do campo.
Comecemos pelo que se passa nos relvados:
A terceira substituição ( a quarta nos jogos com prolongamento), a proibição do atraso de bola ao guarda redes,os sete suplentes, o spray com que o árbitro marca a distância da barreira nos pontapés livre, a defesa do atacante em lances de duvida quanto ao fora de jogo, as interrupções do jogo para ingestão de líquidos em dias de muito calor são apenas alguns dos exemplos de como o futebol tem procurado adequar-se à evolução dos tempos.
Sempre sobre a vigilância dos critérios, felizmente conservadores do “International Board”,que tem sabido resistir a algumas indesejáveis modernices que os clubes e selecções mais ricos procuram de quando em vez introduzir como o aumento do número de substituições, a mudança da lei do fora de jogo (há até quem queira acabar com ele…), o aumento das balizas, a suspensão temporária por alguns minutos fruto da exibição de um cartão azul,a introdução de mais intervalos para permitir a publicidade televisiva, a diminuição do número de jogadores e outras tolices que nem vale a pena referir.
Felizmente essas tentativas não tem tido sucesso.
E digo felizmente porque uma das maiores riquezas do futebol é precisamente a simplicidade das suas dezassete regras que sendo de fácil compreensão para todos permitem que o futebol atinja (também porque é fácil de praticar) uma dimensão planetária incomparável com qualquer outra modalidade.
Numa opinião muito pessoal, e face ao que tem sido a evolução do futebol, penso que há mais alguns aperfeiçoamentos que podiam ser feitos sem descaracterizar minimamente o que é o futebol na sua essência.
Darei três exemplos:
Ser criado o chamado “time out”, um por cada parte do jogo,em que os treinadores pudessem juntar a equipa para lhe darem instruções durante um minuto ou,no máximo, dois.
Isso significaria que em cada parte do jogo existiram duas curtas paragens, é certo, mas o espectáculo seguramente beneficiaria disso e em boa verdade não se perderia mais tempo do que nas consultas ao vídeo-árbitro.
Permitir a substituição do guarda redes ,independentemente das três substituições permitidas, para evitar ao máximo a ida de um jogador de campo para a baliza com tudo que isso significa em termos de enfraquecimento de uma equipa.
E a obrigatoriedade de quando um jogador tem de ser retirado do campo por força de uma falta mais rude de um adversário o autor da falta ter também de sair só podendo reentrar quando o lesionado recuperasse ou fosse substituído.
Creio que são três alterações fáceis de introduzir e que contribuiriam para a melhoria do espectáculo.
Quanto ao que se passa fora, em termos de inovação, citaria apenas dois exemplos:
O vídeo-árbitro e os árbitros de baliza.
No que concerne aos meios tecnológicos como auxiliares da verdade desportiva das competições de há muito que os defendo porque sendo correctamente utilizados permitem uma maior justiça nas decisões arbitrais e assim atenuam as diferenças que por esse meio existem entre clubes mais fortes e clubes mais fracos.
Quer o vídeo-árbitro quer a tecnologia do “olho de falcão”,esta ultima absolutamente essencial num momento decisivo como o é o saber-se se a bola entrou ou não na baliza, desde que postas ao serviço da verdade desportiva constituem auxiliares preciosos do futebol.
Naturalmente que falo em termos gerais e não em relação a Portugal porque cá, como se temia, o vídeo-árbitro apenas tem servido para acentuar as diferenças de tratamento e as desigualdades que já existiam.
Sempre favorecendo os que sempre foram favorecidos.
Quanto aos árbitros de baliza, e ao contrário do quarto árbitro que tem um papel importante no auxilio ao trio de arbitragem,creio que não servem para nada e a sua movimentação ao longo das linhas é mais digna de uma qualquer série de “apanhados” do que da seriedade que se pretende para uma equipa de arbitragem.
Poderão ter interesse para outras coisas como por exemplo ter mais árbitros a viajarem, a receberem ajudas de custo, a estarem em jogos e campeonatos diminuindo assim o descontentamento que sempre existe quando se escolhem uns e preterem outros.
Para o futebol propriamente dito é que não tem qualquer interesse.
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