quinta-feira, abril 04, 2013

Nem 8 nem 80

Sou amigo, há muitos anos, de Miguel Relvas.
Nunca lhe pedi nada enquanto membro do governo a não ser que resolvesse um assunto, numa área por ele tutelada, que dizia respeito ao Vitória.
O que fez prontamente.
Creio que a sua posição no governo estava fragilizada, de há muito, por razões que se prendiam com a sua licenciatura e que o perseguiram ao longo de todo este tempo.
Sendo certo que a delicadeza de algumas áreas por ele tuteladas, e onde as decisões nem sempre foram as melhores, também ajudou  a desgastar a sua imagem e a autoridade politica necessária ao cargo que desempenhava.
Saiu tarde, com um discurso de despedida próximo do incompreensível, deixando várias questões pendentes que terão de ser explicadas mais dia menos dia sob pena de se transformarem em verdadeiros casos.
Mas basta o que basta.
E as reacções á sua demissão tem demonstrado aquilo que há de pior na politica portuguesa e uma forma muito própria como alguns portugueses estão na vida.
Nunca gostei de ver bater em quem caiu.
E desde a estafada cassete do PCP a pedir sempre as demissões de todos os governos, que francamente já satura, ao moralismo hipócrita do Bloco de Esquerda que se acha sempre no direito de julgar moralmente todos os outros mas que se recusa a olhar para si próprio, tem sido um verdadeiro fartar "vilanagem".
A que não faltou o PS.
Com a amnésia que o caracteriza e o cinismo patético de que dá mostras afirmando que " não é um ministro qualquer que se demite e isso põe em causa o governo..." completamente esquecido do que disse num passado relativamente recente com as demissões de Jorge Coelho ou António Vitorino.
Claro que não podiam faltar os comentadores televisivos, que falam com uma autoridade que sinceramente na esmagadora maioria dos casos não faço ideia de onde vem mas não obsta a que bastam no caído até dizer basta, e os telefonemas dos ouvintes para os fóruns televisivos em que babando-se de raiva e gozo insultam o ministro demissionário, o governo e até a classe politica na sua totalidade sem qualquer reserva nem obstáculo.
Miguel Relvas saí do governo tarde e a más horas.
Isso para mim é indiscutível face a tudo que se passou.
Mas comigo ninguém conte para participar neste festim de "abutres" sem asas que por aí vai.
Por puro nojo.
Depois Falamos

4 comentários:

José Paulo Cardoso disse...

Pelo menos, este governo/ministro, teve a coragem de investigar e agir em conformidade. Não fez como o outro (o que fugiu e agora vai comentar a "politica caseira" de "BORLA") que completou o curso ao domingo e fez exames por fax. Será que já toda a gente esqueceu isto!?

luis cirilo disse...

Caro José Paulo:
Toda a gente não. Mas anda por aí muito comentador a fazer-se de esquecido. Como,por exemplo, o Marcelino do DN

Lara Torres disse...

fica-lhe bem a manifestaão de amizade neste momento dificil para Relvas mas acho que o país ficou aliviado por se ver livre dele

luis cirilo disse...

Cara Lara:
Os amigos são para as ocasiões. Agora é verdade que o tempo dele no governo estava esgotado