segunda-feira, fevereiro 25, 2013

Telhados de Vidro

O dr Mário Figueiredo tem tido um mandato como presidente da LPFP que se pode considerar, no mínimo, como infeliz!
Tem-se envolvido em polémicas, quezílias, disputas, braços de ferro e tem-nos perdido...todos!
Daí que, á boleia de incidentes que não viu, tenha ensaiado uma fuga para a frente e usado o que se passou no Vitória B -Braga B para um ataque perfeitamente disparatado á legislação e ao governo.
Exactamente ao contrário do que se passou aquando do Braga-Paços de Ferreira que viu, mais que não fosse através da televisão, mas não se lhe ouviu uma palavra.
Quando as circunstâncias, ausência de policiamento, eram idênticas com a agravante de ser um jogo da 1º liga.
E por isso convirá recordar ao presidente da LPFP algumas coisas para que não se pense que a liga nesta matéria pode, como Pôncio Pilatos, lavar as mãos.
Porque não pode.
Desde logo porque a actual legislação que prevê a dispensa de policiamento já existe há muito tempo e o actual governo apenas alargou o seu âmbito aos escalões de formação pelo que as afirmações do dr Mário Figueiredo carecem de exactidão e actualidade.
Mas isso não é o pior.
A verdade é que o regulamento das competições desportivas profissionais da LPFP (artigo 26 nº 1) obriga a que os jogos da 1ª e 2ª Ligas tenham obrigatoriamente segurança assegurada pela polícia.
Obrigatoriamente.
O que significa que quando a Liga, através dos seus delegados, autoriza o inicio de jogos sem a presença de uma força policial como tem acontecido imensas vezes esta época está a ser conivente com essa situação e a fechar os olhos a um requisito fundamental de segurança.
Foi o que aconteceu no Vitória B - Braga B.
Que aliás a própria Liga, na definição dos níveis organizacionais, não colocou no patamar de maior risco.
Por isso o presidente da Liga em vez de se preocupar em vir apressadamente fazer conferências de imprensa inadequadas devia preocupar-se com outras coisas bem mais importantes que o próprio mediatismo.
Como por exemplo assegurar-se de que os delegados da Liga escrevem tudo que vêem e não apenas o que lhes interessa e ao clube infractor.
Ou promover uma efectiva rotação de delegados por estádios e não, por razões economicistas, repetir nomeações para os mesmos estádios com os riscos de empatia que isso causa.
Ou então assegurar-se de que a classificação de risco de cada jogo é adequadamente feita quer pelos clubes quer pelos níveis organizacionais da própria Liga.
E, já agora e por agora, fazer sentir ao conselho de arbitragem da FPF o seu desagrado pelo facto de o árbitro Hugo Pacheco se permitir comentar no facebook as incidências de um jogo o que lhe está vedado pelos regulamentos da arbitragem.
O dr Mário Figueiredo é uma pessoa estimável e tenho  simpatia por algumas causas em que se tem empenhado.
Mas neste caso acho, com todo o respeito, que perdeu uma boa oportunidade para estar calado.
Depois Falamos

P.S Já agora, e em tempo, convinha que a LPFP se preocupasse mais com o que é da sua responsabilidade e pagasse os controlos anti doping á entidade que os realiza. Porque a partir do próximo fim de semana, e em função das dividas não pagas, vai deixar de haver controlo nos jogos da 1ª e 2ª ligas numa fase crucial dos campeonatos.
E para bom entendedor...

7 comentários:

ON disse...

e para quando o jogo?

luis cirilo disse...

Caro ON:
Não faço ideia

José Paulo Cardoso disse...

Atendendo á premeditação de tudo isto, temo que o vencedor do jogo esteja encontrado: Vitória B 0 - braga b 3. Acendam todos uma velinha para que a interdição do estádio não se estenda á equipa A. Mas..., estou muito céptico!

Anónimo disse...

O que é que acha deste artigo do Jornal Expresso:

Era um sinal de mudança se o Guimarães B fosse punido com jogos à porta fechada por os seus adeptos terem provocado distúrbios que determinaram, mais que justificadamente, que o árbitro não desse reínicio ao jogo frente ao Braga B este domingo passado. Passa-se, agora, a bola à Comissão de Instrução e Inquéritos da Liga Portuguesa de Futebol Profissional.

Ainda para mais, o que não falta são disposições legais que prevêem esta mesma punição. É à escolha do freguês: podemos aplicar o Regulamento Disciplinar da Liga de Futebol, por via dos seus artigos 174.º e/ou 182.º, ou a Lei 39/2009 - que todo o mundo do futebol nacional tende a esquecer -, designadamente o seu artigo 46.º.

Se formos pelo Regulamento da Liga, então que a cidade de Guimarães se prepare para não ver futebol no seu Berço durante um mínimo de 1 e um máximo de 3 jogos (art.174.º) com o seu clube a pagar ainda, pelo menos, 10.200,00€ de multa.

Não nos esqueçamos, porém, da hipótese B que coincide exatamente com a equipa que se encontrava a jogar quando sucedeu o lamentável e absurdo no Estádio do Vitória (art. 182.º): as agressões que resultem em lesões de especial gravidade, desde que revistam caráter permanente ou que provoquem perigo para a vida, dão direito a 1 ou 2 jogos de portões encerrados e a uma pequena, insignificativa na verdadeira aceção da palavra, coima com o mínimo de 2.550,00€ ... Pouco e insuficiente para o caos que culminou com uma valente salva de palmas. Secalhar os clubes têm que aprovar o aditamento de um novo artigo no Regulamento Disciplinar: proibição de entrada nos estádios para aqueles adeptos que batam palmas à violência ...

O que se pode desejar é que haja coragem e disciplina! Colocando para trás das costas a questão do Estado e da sua falta (de vontade ou de meios financeiros) evidente e intencional de comparticipação nos custos com o policiamento nos Estádios, já se perdeu tempo demais com outros casos escandalosos que caíram no esquecimento de todos, tendo passado, ao longo dos anos, impunes.

Está na hora de reagir, incluindo a própria Liga de Clubes, que já tem motivos suficientes, finalmente, para aplicar, sob a batuta dos poderes que lhe são conferidos pelo artigo 48.º da Lei 39/2009, a pena disciplinar de jogos à porta fechada com base no artigo 46.º, n.º 1, alínea b) e c) e números 3 e 4. Aguarda-se a qualquer momento a novidade disciplinar!




José Silva disse...

Não sei se foi por pura ignorância ou se falta de Vitorianismo e conhecimento da história deste clube, que a Direcção do VSC (os seus amigos que deixou fora das criticas vá se lá saber porquê!)permitiu que este jogo fosse feito sem policiamento.

Alguém que seja vitoriano há mais de 1 ano sabe bem que seja em que modalidade/escalão for, há sempre a rivalidade nada saudável entre os adeptos dos dois clubes.

Quis ser forreta, agora incha 10000 euros e perde-se a receita que vinha dos adeptos de Coimbra (que até nem costuma ser tão insignificante como com a maioria dos clubes). O barato sai caro.

Compreendo as dificuldades financeiras, que um ano depois ainda continuam, mas há que saber onde se pode ou não poupar.

Lembre o seu amigo Júlio de que o VSC tem que recorrer da decisão e não pode aceitar um não. Nem que para isso tenha que exigir a demissão do CJ da liga. Não pode o VSC ser castigado quando outros foram perdoados mais que uma vez esta época.

PS1: Não estou a aprovar ou a ilibar da responsabilidade dos adeptos vitorianos nesta situação.

PS2: Então e onde andam os investidores que estavam garantidos há um ano atrás? Devem ter ido ao polo norte visitar o pai natal e ficaram por lá.

José Silva disse...

quem escreveu isso no expresso é um grande anormal.

quanto mais não seja porque havia condições para recomeçar o jogo. Já havia policia no estádio depois dos confrontos. O arbitro que pelos vistos tem medo de ir aos estádios é que não quis.

O que terá ele dito sobre o SCB - Paços

luis cirilo disse...

Caro José Paulo Cardoso:
Tenhamos esperança que não.
Caro Anónimo:
São mais uns ignorantes armados em entendidos.
Viram imagens na televisão e põe-se a "botar" faladura.
Caro José Silva:
Se ler com atenção verá que no post "separar as águas" está lá clarinho que o Vitória tem a responsabilidade de não ter pedido policiamento.
Quanto aos investidores é uma pergunta interessante mas não ma pode fazer a mim. Nunca tive esse "pelouro" na direcção.