Joseph Ratzinger não teve um percurso fácil enquanto Papa Bento XVI.
Desde logo porque foi eleito para suceder ao mais carismático de todos os Papas, João Paulo II, cuja imagem e actividade pastoral tinha deixado uma marca fortíssima na Igreja, nos católicos e mesmo naqueles que não o sendo se habituaram a admirar a sua extraordinária figura.
De Ratzinger sabia-se que era um eminente teólogo, um intelectual de elevadíssima craveira, mas tinha associada ua imagem de conservadorismo que marcava o seu percurso e fazia temer que atrasasse a Igreja no seu acertar de passo com os novos tempos.
E em boa verdade muitas das suas declarações, já como Papa, foram nesse sentido.
Do aborto ao uso de preservativo.
Herdou também uma igreja imersa em problemas, dos financeiros aos de pedofilia de sacerdotes, que fragilizavam o seu papel na sociedade e a debilitavam junto das gerações mais novas e menos atreitas a dogmas que não percebiam e conivências que não aceitavam.
Foi Sumo Pontífice durante oito anos e hoje resignou (o primeiro Papa a fazê-lo em mais de 600 anos) e voltou a ser um simples peregrino da Fé.
Creio que na resignação, e no exemplo que ela constitui, Bento XVI consolidou uma imagem de simpatia (e empatia) que vinha em crescendo ao longo do seu pontificado e que lhe permite cessar funções com uma grande ligação aos católicos de todo o mundo.
Não foi (ninguém o será jamais) João Paulo II.
Mas pode estar de consciência tranquila e considerar a missão cumprida.
Foi um bom Papa.
Depois Falamos
quinta-feira, fevereiro 28, 2013
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