quinta-feira, junho 04, 2020

Pandemia

Num exclusivo aspecto estes últimos meses foram fantásticos.
Não tivemos de suportar o bullying do futebol. 
Não do futebol jogado, de que todos gostamos, mas do "outro" futebol que é impossível não detestar.
O da quezília permanente, o da suspeição contínua, o da permanente agressão à inteligência de quem dá ao futebol apenas a importância que o futebol tem. 
Mas como a economia, para quem manda, é mais importante que as pessoas o futebol voltou.
E com ele voltou aquilo que nem uma pandemia conseguiu exterminar.
Os telejornais com notícias de três clubes, os programas televisivos em que se discutem os três clubes mas não futebol, as insuportáveis polémicas entre Benfica e Porto que qualquer SAD que valorizasse o negócio e tivesse a correcta ideia do que é gestão empresarial (basta ver os passivos dos dois clubes para se entender o que as respectivas SAD entendem de gestão...) já teria deixado há muito tempo.
E com esse futebol de sarjeta voltaram, seguindo os maus exemplos dos seus dirigentes, as intermináveis, enfadonhas e patéticas polémicas entre adeptos nas redes sociais sempre cheios de razão e sempre achando que os outros não tem razão nenhuma. 
E com a estúpida, imbecil e cretina arrogância de acharem que quem não é pelo Porto é porque é pelo Benfica ou quem não é pelo Benfica é porque é pelo pelo Porto como se não houvesse vida para lá desses dois clubes e da cegueira fanática que caracteriza muitos dos seus adeptos.
 Ainda só se disputaram dois jogos (coitado do Portimonense-Gil Vicente que não é para aqui chamado) depois do recomeço mas nada mudou no nosso futebol nem na nossa comunicação social.
 Mais do mesmo é o que nos espera. 
Com ou sem pandemia.

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