Quando entrou em campo o Vitória SC sabia que o Portimonense tinha ganho em Famalicão, o resultado que lhe interessava, e portanto um triunfo sobre o homónimo de Setúbal valia o aproximar do quinto lugar.
E o Vitória SC entrou bem, pese embora os primeiros ataques tenham sido do Vitória FC, e aos três minutos dispôs de uma clara oportunidade de golo através de uma grande penalidade que contra o costume André André desperdiçou atirando ao lado.
A equipa nao se perturbou e realizou uma boa primeira parte dando mostras de não se ressentir das quatro alteraçoes no onze titular em relação ao jogo de Braga com a chamada à titularidade de Edwards (depois da tal gestão de esforço...), Mikel, Florent e Suliman a render o lesionado Bondarenko.
Perante um adversário muito encolhido no seu meio campo o Vitória foi construindo algumas oportunidades por força das boas movimentações nos flancos de Edwards , Ola John e Sacko , da dinâmica que André André imprimia no ultimo terço do terreno e pela boa circulação de bola e segurança defensiva de Mikel.
Edwards fez um golo que é todo ele uma obra de arte ,e que se vestisse outra camisola daria para uma semana de conversa, e a vantagem tangencial ao intervalo era curta para o domínio exercido perante um Vitória FC que demonstrava dificuldade em sair para o ataque.
No segundo tempo o jogo foi diferente.
Porque os visitantes apareceram mais ousados, e também mais agressivos o que viriam a pagar com três expulsões, mas também porque o Vitória deixou o seu nível exibicional decair bastante limitando-se durante bastante tempo a gerir o andamento do jogo e expondo-se a sofrer o glo do empate face a alguma apatia evidenciada.
Ao intervalo Ivo Vieira trocou um irreconhecível Pepê por um determinado Poah que ajudou a manter o controle do meio campo e por volta dos 65 minutos trocaria Bruno Duarte e Ola John por Davidson e Ouattara (passando a jogar sem ponta de lança com o resultado ainda em 1-0) que entraram bem e ajudaram a recuperar a iniciativa e o controle do jogo.
Faria ainda uma troca de Andrés tirando André André e dando entrada a André Almeida e logo a seguir Ouattara faria a sua pequena obra de arte e "mataria" o jogo com o 2-0 até porque o adversário já então reduzido a dez jogadores veria ainda mais dois cartões vermelhos e terminaria com apenas oito jogadores.
Houve tempo ainda para a troca de Edwards por Rochinha, que seria uma saída para o aplauso se houvesse espectadores nas bancadas, fazendo assim pela primeira vez o Vitória SC as cinco substituições permitidas nesta altura tão especial que também o futebol vive.
Em conclusão um triunfo justo, uma exibição melhor na primeira parte e nos ultimos vinte minutos da segunda com um "apagão" inexplicável nos primeiros vinte e cinco minutos do segundo período e a reentrada na luta pela Europa quando faltam disputar cinco jogos.
Em termos individuais há que registar a boa estreia de Suliman , a genialidade de Edwards que dificilmente voltaremos a ver ao vivo com a nossa camisola, a dinâmica de André André , bons apontamentos de Ola John e entradas decisivas de Davidson e Ouattara que é um jovem talentoso que precisa de tempo e paciência porque qualidade tem.
E uma pergunta sem resposta: Como é possível que Mikel não jogasse desde Dezembro na visita ao Gil Vicente?
Porque com todo o respeito por quem pensa o contrário ele dá à posição de trinco uma capacidade defensiva e uma dinâmica ofensiva que não tem igual no actual plantel e que ainda torna mais misterioso este longo eclipse das opções.
O árbitro Gustavo Correia fez um excelente trabalho com grande sobriedade na aplicação das leis, acompanhando bem as jogadas e tomando decisões corajosas quando foi tempo disso.
Foi bem auxiliado pelo VAR nos lances polémicos mas mal auxiliado pelo fiscal de linha que acompanhava o ataque do Vitória que na primeira parte marcou dois fora de jogo inexistentes e num deles anulando uma jogada perigosa de Edwards.
De qualquer forma há que registar o bom trabalho do árbitro e a ajuda competente do VAR algo a que o Vitória SC não está muito habituado.
Depois Falamos.
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