A propósito desta insólita, apenas pelo timing, saída de Mário Centeno do governo tem aparecido alguns comentários no sentido de a compararem com a de Durão Barroso em 2002 quando assumiu o cargo de presidente da Comissão Europeia.
Percebo que à esquerda dê jeito ir por esses caminho mas é evidente que não há comparação possível.
Por razões objectivas e fáceis de expor.
Durão Barroso deixou o lugar de primeiro-ministro para assumir um dos mais relevantes cargos da política a nível mundial com todos os benefícios que isso trouxe para Portugal embora muitos não o queiram reconhecer.
Saiu deixando uma maioria estável no Parlamento, a sucessão assegurada pelo seu primeiro vice presidente no partido e uma vez obtida a concordância do preisdente da república de então.
Pese embora o ruído da esquerda e das suas caixas de ressonância na comunicação social foi um processo pacífico.
Com Mário Centeno a questão é bem diferente.
Sai do governo, do qual era o segundo membro mais popular com tudo que isso pode significar em termos de enfraquecimento da imagem do executivo, não para ocupar um relevantissímo cargo internacional do qual o país podia tirar benefício com a presença de um português mas, ao que tudo indica, para ir tratar da sua vida profissional como governador do Banco de Portugal.
Mais; ao contrário de Barroso a saída do governo significa, isso sim, deixar um cargo internacional importante como o é a presidência do Eurogrupo para o qual não irá nenhum português como é mais que evidente.
Pior; Sai apressadamente, sem que nada justifique a pressa, a meio da discussão de um orçamento rectificativo e na eminência da chegada de uma crise grave onde teria a oportunidade, aí sim, de provar se é o tal "Ronaldo" das finanças que alguns gostam de fazer dele.
Não.
Por mais que dê jeito ao PS e ao governo comparar a saída de Centeno com a de Barroso não há comparação possível.
Depois Falamos.
Sem comentários:
Enviar um comentário