sexta-feira, fevereiro 27, 2015

Fecho do Mercado

Sou do tempo em que no futebol não existiam estas "modernices" de abertura do mercado de transferências em Janeiro para os clubes poderem "retocar" os seus planteis contratando e vendendo jogadores ao sabor do que lhes parece melhor.
Dantes era diferente.
Começava o campeonato e o treinador sabia que podia contar com todos os jogadores do plantel formado no defeso ao longo de toda a prova sem poder reforçar sectores ou ver-se privado de jogadores fundamentais precisamente  a meio da prova.
Naturalmente que isso permitia um trabalhou com outra profundidade na assimilação de processos de jogo, no desenvolvimento de tácticas e estratégias, no poder ensinar aos jogadores,com tempo, alguns aperfeiçoamentos individuais a que há sempre lugar.
Mas o tempo andou.
E de há anos a esta parte há a reabertura do mercado em Janeiro.
Que tem vantagens e inconvenientes.
Vantagens para jogadores quer porque podem ir para clubes com melhores contratos quer porque podem procurar onde jogar com mais assiduidade se pouco utilizados nos clubes onde estão.
Vantagens para os clubes, especialmente para os que tem poder de compra,porque podem reforçar as suas equipas e simultâneamente livrarem-se de jogadores que não estão a corresponder ás expectativas.
Vantagens para os treinadores, especialmente aqueles que estão nos tais clubes com poder de compra, porque podem reforçar as suas equipas em fases cruciais das competições.
Vantagens para os empresários porque é outra época de "facturação".
Mas também há inconvenientes.
Porque a reabertura de mercado fortalece quem já é forte e enfraquece quem já é fraco.
Porque a chegada de novos jogadores, e a sua integração num grupo já formado e com as competições em andamento, nem sempre se faz da melhor forma e pode desunir balneários até então unidos.
Porque a saída de jogadores essenciais a meio das provas pode enfraquecer as equipas e cercear aspirações que até então pareciam possíveis.
Porque nalguns casos obriga os treinadores a refazerem grupos, alterarem estratégias, redefinirem modelos de jogo.
Com estas e outras vantagens e estes e outros inconvenientes a verdade é que os clubes, jogadores, treinadores e...adeptos tem de saber lidar com a realidade que é a abertura do mercado em Janeiro e as transformações (para melhor ou para pior) que sempre produz nas equipas.
Creio é que há pelo menos duas alterações que deviam ser feitas a esta época de transferências:
Diminuí-la para duas semanas para os efeitos de instabilidade não serem tão duradouras.
E a UEFA determinar que em todas os países debaixo da sua alçada o dia de fim de mercado seja o mesmo.
Porque uns países fecharem a 31 de Janeiro, outros a 28 de Fevereiro e outros ainda a 15 de Março cria factores de desiquilibrio entre clubes que são inaceitáveis.
Depois Falamos.

2 comentários:

Francisco Guimarães disse...

A UEFA e a sua mãe FIFA gostam de regulamentar tudo e mais alguma coisa ...que não tenha interesse nem efeitos práticos (para não dizer positivos). Quero com isto dizer que estas propostas de regulamentação do blogger são boas e algumas até óbvias mas a UEFA, obviamente também, não fará nenhuma dessas alterações.
Mas há sempre uma esperança e por isso quero contribuir com mais outra regra, um pouco polémica até: os jogadores transferidos neste mercado de Janeiro não deveriam poder ser inscritos até ao final da época nos mesmos campeonatos e competições em que jogavam antes se tivessem feito jogos nessas competições. Assim, seria possível trocar "estrelas" entre campeonatos mas não dentro do mesmo, seria possível um clube que ainda estiver na "champions" vender a um clube que ainda esteja na liga europa, desde que não fossem clubes do mesmo campeonato.

Acho que o mercado e o mundo financeiro do futebol não vivem sem esta janela de Inverno mas que seja com regras.

PS: se tudo no mercado financeiro tivesse regras e principalmente controladores a sério a crise que rebentou em 2008 do lado de lá do atlântico dificilmente chegaria ao lado de cá e mais ainda: como é possível ainda haver um caso BES ou GES, 5 ou 6 anos após um Lehman Brothers? Depois os políticos e os reguladores admiram-se de aparecerem "Syrisas".

luis cirilo disse...

Caro Francisco:
Concordo que a UEFA não fará nem as "minhas" nem as "suas" alterações.
Que em ambos os casos contribuiriam para melhorar as regras do mercado.Pela simples razão de que estragavam negócios e negociatas.
Eles nem o auxilio de meios tecnológicos querem admitir com receio de que isso prejudique os "sistemas" de poder.