quinta-feira, dezembro 12, 2024

Feito e Desfeitas

 O meu artigo desta semana no zerozero.pt

O Vitória regressa hoje frente ao St Gallen aquela que tem sido a sua “praia” nesta temporada ou seja a Liga Conferência.
Onde tem feito um percurso absolutamente brilhante que se salda até agora por nove triunfos consecutivos (recorde das equipas nacionais nas competições europeias) a que se seguiu um empate face ao Astana, no Cazaquistão, em que rematando por trinta e quatro vezes a equipa apenas conseguiu fazer um golo o que é no mínimo sui generis.
Mas aconteceu.
E por isso hoje na Suiça ao entrar em campo e sabendo que terá milhares de adeptos nas bancadas a apoia-lo, como acontece sempre que joga naquele país, o Vitória sabe que depende apenas de si próprio para passar directamente aos oitavos de final sem necessitar de se preocupar com um play off face a adversário neste momento desconhecido e com a garantia mínima de que terá de fazer mais dois jogos , caso tenha de o disputar, numa época competitiva que já começou há cinco meses apesar de estarmos ainda em Dezembro.
O que merece partiicular destaque, mas também preocupação, face a um plantel que não é rico em soluções para determinados lugares, especialmente na frente de ataque, e que viu partir jogadores de grande importância na equipa como eram Jota Silva e Ricardo Mangas com a época já em curso.
E por isso ganhar hoje é muito importante até porque esta fase encerra a 19 de Dezembro no D.Afonso Henriques face a uma Fiorentina que é de longe a melhor equipa que o Vitória vai defrontar nesta primeira metade de época em todas as competições em que está envolvido.
Bastará recordar que está em quarto lugar no campeonato de Itália a apenas três pontos da liderança.
E por isso resolver o apuramento directo já hoje será muito importante face à dificuldade acrescida desse jogo em que enfrenta um adversário forte mas não inultrapassável que fique claro.
É um percurso que noutro país que não vivesse prostrado pela subserviência de grande parte da comunicação social a três clubes de uma forma em que o ridiculo se mistura com a falta de isenção e de respeito por todos os outros mereceria um destaque bem maior do que aquele que tem merecidos nas televisões e rádios nacionais .
Porque nove triunfos consecutivos na Europa, algo que nunca uma equipa portuguesa tinha conseguido, fruto de boas exibições e com resultados convincentes são um feito que devia ser realçado mais que não fosse porque dele resulta prestígio para Portugal e pontos para o ranking do país na UEFA.
Mas esse feito vitoriano tem tido apenas como correspondências as desfeitas que lhe são propiciadas nos referido orgãos de comunicação social.
Que de três clubes dão tudo, dos treinso às viagens, da ementa dos pequenos almoços aos espirros que alguma das vedetas dê , de enviados especiais a infindáveis programas de análise dos seus jogos.
Para esses tudo. Para os outros o mínimo dos mínimos.
O que se é condenável em termos de critérios jornalísticos e de isenção na informação, porque quem os favorece na atenção favorece-os em tudo incluindo a deturpação de factos e a mistificação de determinados lances que comentam como se tivessem sido de uma forma quando foram de outra bem diferente, é-o ainda mais quando essas desfeitas são perpetradas em orgãos de comunicação social pagos com os impostos de todos nós e que por isso deviam sentir-se obrigados a uma isenção e uma equidade de tratamento que não praticam.
Refiro-me concretamente à RTP e à Antena 1.
Que nos últimos dias, face à semana europeia em curso, se tem multiplicado como lhes é habitual em notícias sobre esses três clubes mais o Sporting de Braga e tem ignorado ostensivamente o Vitória como se ele não estivesse também nas competições europeias onde por azar desses orgãos de comunicação tem sido a equipa portuguesa com melhor prestação esta época como atrás referi.
E isso merece severa crítica e denúncia pública.
Porque esta forma de agir e esta ausência de critérios justos para lá de ser uma falta de respeito pelo clube, pelos seus adeptos, pelo rigor e isenção jornalistica, pela deontologia a que se deviam sentir obrigados é ainda condenável por outra razão.
Porque o Vitória como todos os clubes, e especialmnte os de topo do nosso campeonato que como ele jogam na Europa, tem uma componente comercial que é importante para as suas contas face às receitas que permite arrecadar.
Nessa componente comercial as verbas oriundas dos patrocinadores são importantes, no Vitória e nos outros, pelo que é do interesse dos clubes maximizar o retorno para manter os patrocinadores que tem e atrair novos patrocínios.
A presença nas competições europeias é uma das formas de o fazer.
Porque supõe-se que com elas aumentem as notícias sobre o clube, apareçam muito mais imagens televisivas da equipa ( e obviamente dos patrocinadores) , o mediatismo suba exponencialmente com todo o retorno que isso significa.
E depois vem “esta” realidade.
A de mostrarem continuamente outros clubes, mostrarem os seus treinos com a publicidade estática a ter tempo de antena, darem inúmeros resumos dos seus jogos com a publicidade nas camisolas, calções, etc a ter visibilidade enquanto o Vitória é ignorado de forma completamente inaceitável o que causará inevitável desilusão nos seus patrocinadores com possíveis e nefastas consequências para o clube em termos da manutenção dos contratos publicitários.
A falta de verdade desportiva no nosso futebol não se resume, infelizmente, aos relvados.
Fora deles não falta quem deliberadamente contribua para isso sempre com o intuito de fazer maiores aqueles a quem de forma parola chamam “grandes” e impedir os outros de crescerem consoante as suas possibilidade e incomodarem aqueles que querem fazer donos disto tudo.
E nesse aspecto o Vitória é de longe, e de sempre, o mais prejudicado.
Provavelmente porque é aquele cujo potencial de crescimento é maior!

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